Por Embrapa – Foi realizado, na última semana, o Seminário “Prospecção de Demandas de Pesquisa e Transferência de Tecnologias”, uma realização da Embrapa Pantanal e os parceiros Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica do Pantanal (Neap) – UFMS-CPAN, IFMS Campus de Corumbá e Associação de Produtores de Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms).
O evento foi constituído por duas etapas: uma teórica, realizada no auditório e nas dependências da Embrapa Pantanal, e uma prática, em que os participantes e parceiros realizaram visitas a algumas experiências em andamento no Sítio Baia Branca – localizado no Assentamento 72, em Ladário; na Apa Baia Negra e com os agricultores periurbanos bolivianos, em Puerto Suarez/BO.
Segundo o pesquisador Alberto Feiden, o evento teve como objetivo apresentar os projetos das diferentes instituições, realizados em parceria e procurar sinergias e oportunidades para ampliar a atuação conjunta das instituições. “O Seminário faz parte de um projeto realizado em conjunto com a UFMS que visa a implantação de um sistema informatizado de controle dos dados para realização da certificação orgânica. Então, decidimos ampliar as parcerias com a Apoms, que vem nos assessorar na questão da certificação, num primeiro momento por meio de venda direta (OCS) junto ao grupo Bem estar e em um segundo momento com a criação de um Núcleo da Apoms na região do Pantanal”.
Alberto explica que o evento foi uma oportunidade, também de apresentar os produtos da sóciobiodiversidade produzidos pelo grupo de mulheres ribeirinhas da APA Baia Negra e o trabalho pontual realizado junto aos agricultores periurbanos de Puerto Suarez, na Bolívia.
Segundo Jorge Antônio Ferreira de Lara, chefe geral da Embrapa Pantanal, em uma região onde temos a natureza como principal componente, ter produtos agroecológicos significa estar inserido nesta região de forma harmônica. “Os projetos de pesquisa da Embrapa Pantanal voltados para agricultura familiar têm objetivo de inserir o pequeno produtor em uma cadeia de produção de alimentos agroecológicos e orgânicos. E a experiência que parceiros como a Apoms trazem, de já ter os contratos de compra e contato com financiadores, somados às contribuições dos demais parceiros de longa data – IFMS e a UFMS – vem a acrescentar e fortalecer o projeto e quem ganha é o agricultor familiar e a sociedade como um todo”, explicou Jorge.
Olácio Mamoru Komori, coordenador administrativo da Apoms, explica que por Corumbá estar distante de outras regiões produtoras de hortifrutigranjeiros, existe a necessidade de ampliar a produção e possível potencial de mercado para os orgânicos junto aos consumidores locais.
“Outro ponto é a própria marca Pantanal, que remete nacional e internacionalmente à natureza e preservação, então ter alimentos sendo produzidos com certificação orgânica que carreguem esta chancela Pantanal pode ser um grande diferencial para exploração de outros mercados, agregando valor a estes alimentos. É claro que existem desafios: a questão da variação da natureza ao longo do ciclo de cheia e seca, alguns problemas com escassez de água em alguns assentamentos, mas que podem ser pensadas alternativas de manejo para contorná-los. Sendo do interesse destes pequenos agricultores, e juntamente com a Embrapa e UFMS, será um prazer poder fazer parte deste processo que resultará na certificação orgânica de alguns produtos da região Pantaneira”, concluiu Olácio.
Raquel Brunelli D´avila (DRT/MS 113)
Embrapa Pantanal
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