Uma pesquisa realizada na Alemanha foi capaz de comprovar que a substituição de 20% da carne por proteína microbiana poderia reduzir o desmatamento pela metade. A redução da carne como uma solução para os impactos ambientais da agropecuária já foi debatida dentro da comunidade científica, porém, o estudo conseguiu contabilizar a sustentabilidade do projeto, além de oferecer uma nova alternativa.
A proteína microbiana é derivada dos fungos e fabricada em biorreatores, onde micróbios são alimentados com açúcar. De acordo com os cientistas da pesquisa, essa alternativa tem a capacidade de ser similar à carne em textura e gosto, além de oferecer nutrientes.
O estudo foi baseado em modelos de computador, onde a demanda de carne e outros fatores socioeconômicos foram considerados. A análise dos cientistas conseguiu provar que a substituição de apenas um quinto da produção de carne pela proteína microbiana até 2050 poderia reduzir o desmatamento em 56% — o equivalente a 78 milhões de hectares.
Outros modelos provaram que o corte de 50% na produção de carne poderia reduzir o desmatamento em 82% até 2050.
O desmatamento derivado da agropecuária é resultado da criação de campos de pasto para gado, que além de danificar o solo, é responsável pela perda de biodiversidade — o que impacta a cadeia alimentar e pode desequilibrar diversos ecossistemas. Os campos de pasto também podem agravar os efeitos da crise climática, uma vez que o solo perde sua habilidade de absorver e armazenar carbono.
Um relatório recente divulgado pela ONU foi capaz de provar que cerca de 40% das terras do planeta já foram degradadas por ações humanas, com a produção de comida sendo uma das principais responsáveis.
Além do desmatamento, o projeto pode ajudar na redução da metade das emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono e o metano.
Os responsáveis pela pesquisa também afirmaram que, embora a melhor alternativa para desacelerar os impactos da agropecuária seja a redução do consumo de carne, a produção de proteína microbiana como alternativa também pode ser uma solução viável.
O corte no consumo de proteína animal teria resultados ainda melhores que a produção da proteína microbiana. Uma matéria publicada pelo site Scientific American conseguiu comprovar que a eliminação total de carne e seus derivados pode salvar o planeta do colapso ambiental.
Se essa substituição acontecesse e o consumo de carne fosse extinto em até 15 anos, as emissões de dióxido de carbono anuais diminuiriam em 68%. É importante lembrar que parte das emissões de carbono são resultantes do próprio processo de desmatamento, portanto, a eliminação também reduziria os índices de desmatamento pela falta de demanda da produção pecuária.
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