A obesidade infantil é um fator de preocupação crescente em todo o mundo. Além da educação alimentar e da grande oferta de alimentos gordurosos e ultraprocessados, pesquisas sugerem que a publicidade infantil também está diretamente relacionada com o aumento dos problemas de saúde relacionados ao sobrepeso entre crianças.
A influência da propaganda na alimentação das crianças aparece entre os fatores que levam ao aumento de peso, junto com o aumento do consumo de alimentos altamente calóricos. Segundo a Comissão para Erradicar a Obesidade Infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças e adolescentes convivem com uma exposição excessiva a alimentos com baixo valor nutricional, muitas vezes industrializados. O relatório elaborado pela comissão aconselha a restrição da publicidade de alimentos não saudáveis, assim como a prática de atividades físicas.
Existiria uma relação entre a publicidade infantil e a obesidade? Especialistas apontam as campanhas publicitárias como vilãs por estimular o consumismo no público jovem. Uma pesquisa feita pela Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, indica que, mesmo inserindo alimentos saudáveis em suas propagandas, a presença de personagens, cores e brinquedos associados à marca da empresa fazia com que, em dois terços do tempo, as crianças não lembrassem da comida saudável; no terço restante, era mais provável que se lembrassem da comida não saudável.
O DataFolha fez uma pesquisa a pedido do Instituto Alana para saber a opinião de pais de crianças de até 11 anos sobre o impacto da publicidade de cadeias de fast-food em seus filhos. Os resultados mostram que uma maioria (79%) concorda que a publicidade leva as crianças a pedirem aos pais os produtos anunciados; 76% acredita que a publicidade dificulta a educação alimentar provida pelos pais no ambiente familiar. Ou seja, a publicidade foca em um público sem poder aquisitivo, que são as crianças, mesmo com a desaprovação daqueles que, de fato, são os que têm meios de comprar seus produtos.
Países como Inglaterra e França já proíbem a publicidade infantil. No caso da Inglaterra, são proibidas propagandas voltadas para crianças de até 16 anos. Já na França são veiculados anúncios de saúde positiva após anúncios de comidas com alto teor de açúcar, gordura e sódio. Atualmente, uma lei em vigor desde 2012 em Florianópolis (8.985/12) proíbe redes de fast-food de comercializarem produtos que acompanhem brindes voltados ao público infantil. É a primeira cidade do país a contar com a proibição.
Lembre-se que o ideal não é colocar seus filhos em uma dieta para emagrecer em um curto período de tempo, mas reeducar sua alimentação para que eles levem a alimentação saudável para a vida, evitando não só a obesidade infantil, mas também na vida adulta. Sempre consulte um médico ou um nutricionista.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais