Quociente de inteligência (QI) é uma pontuação usada para determinar a capacidade cognitiva de uma pessoa
O QI, sigla para quociente de inteligência, é uma pontuação obtida através de um teste que avalia a habilidade cognitiva de um indivíduo quando comparada com a população geral. O intuito dessa análise é avaliar se uma pessoa é superdotada ou tem uma inteligência abaixo da média.
Os testes de QI são padronizados, e alcançam a média de inteligência de um indivíduo através de uma série de contas. Ou seja, a análise leva em conta que 100 é o quociente de inteligência médio de uma sociedade. Logo, para saber a pontuação de uma única pessoa é preciso calcular sua idade mental, dividi-la pela idade cronológica e multiplicar o resultado por 100.
Como saber o seu nível de QI?
Os testes de QI são aplicados por profissionais, comumente de psicologia, especializados nesse tipo de avaliação. Durante o processo serão analisadas coisas como atenção, memória e habilidades de resolver problemas. Esses pontos são divididos em cinco escalas, chamadas de:
- Raciocínio
- Conhecimento
- Raciocínio quantitativo
- Processamento espacial-visual
Atualmente os testes de QI já evoluíram o suficiente para levar em consideração diferenças de gênero, raça, condições sociais e normas culturais. Assim, ao avaliar uma população historicamente desfavorecida, ela não poderá ser comparada de forma equivalente com grupos privilegiados.
Teste de Welscher
Existem dois tipos de testes de QI, feitos pelo psicólogo David Wechsler, que separam as análises de crianças das dos adultos. Essas testagens ficaram conhecidas como Escala de Inteligência Wechsler para Crianças e Escala de Inteligência Pré-escolar e Primária Wechsler. A versão adulta do teste já foi reformulada diversas vezes e atualmente é chamada de WAIS – IV (sigla em inglês para Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence).
A avaliação de Wechsler leva em consideração cinco pontos diferentes: compreensão verbal, raciocínio perceptual, memória de trabalho e uma velocidade de processamento. Além disso, é considerado o índice de aptidão geral, que ajuda a identificar quais as áreas de conhecimento são mais difíceis para certos indivíduos.
Inteligência cristalizada e fluída
Essas escalas são usadas em alguns testes de QI e têm o objetivo de mensurar o conhecimento obtido durante a vida e a habilidade de resolver problemas em conceitos abstratos, respectivamente.
Quando se fala de inteligência cristalizada, se fala em fatos que foram coletados ao percorrer da vida humana, como interpretação de textos. Essas questões são diferentes de cultura para cultura. Desta forma, uma pessoa na Índia pode ter um conhecimento diferente de um brasileiro.
Em contrapartida, a inteligência fluida é algo independente de aprendizado ou experiência. Desta forma, é algo intrínseco do ser humano. Para descobrir a sua pontuação nesta escala, a pessoa pode ter que dizer como ficaria uma forma quando girada 90 graus.
Em geral existem diversos tipos diferentes de testes de QI, sendo que o primeiro surgiu em 1912 com o psicólogo William Stern. Desde então, a escala já evoluiu de diversas formas para que atendesse às necessidades humanas. Assim, é possível dizer quais pessoas estão abaixo ou acima da média, ou aquelas que podem ser consideradas possíveis gênios.
Qual o maior QI do mundo?
Algumas pessoas defendem que a pessoa com maior QI do mundo foi William James Sidi (1898 – 1944), que tinha cerca de 250 a 300 em QI. No entanto, essa informação é controversa, já que nenhum dos testes realizados no estudioso foram comprovados.
William conseguia ler aos 18 meses de idade e aprendeu diversas línguas — francês, alemão, russo, grego, latim, arménio e turco — antes dos doze anos. Na mesma época foi aceito em Harvard para estudar “Corpos de Quarta Dimensão”. Porém, em sua vida adulta, Sidi largou a vida acadêmica e acabou morrendo pobre em uma cabana isolada da humanidade.
Além dele existiram outros dois homens que alcançaram uma alta pontuação em seus testes de QI. Sendo eles Terrence Tao (230 confirmado) e Christopher Hirata (225). Terrence se formou na faculdade aos 16 anos e aos 21 conseguiu o seu Ph.D. Atualmente ele é casado, tem filhos e leciona matemática na Universidade da Califórnia (UCLA).
O americano-australiano rejeita qualquer título de “gênio” e relaciona suas conquistas, como o prêmio Nobel de matemática, a seu esforço através do tempo. Além dele, Christopher Hirata também se formou na universidade antes da vida adulta e, com apenas 13 anos, ganhou uma medalha na Olimpíada de Física Internacional.
Aos 36 anos de idade, ele trabalha na NASA onde supervisiona uma série de telescópios espaciais. Por fim, Hirata também já recebeu uma série de prêmios relacionados à física, devido aos seus estudos que contribuíram para o melhor entendimento da formação das galáxias.
O QI importa mesmo?
Existem estudos que comprovam que quanto mais alto o QI de um indivíduo, menos propenso ele é a uma morte precoce. Porém, uma pesquisa, realizada por Lewis M. Terman, notou que um QI alto não necessariamente significa que uma pessoa vai ser bem sucedida na vida.
Através de anos Lewis acompanhou uma série de jovens que tiveram altas pontuações em seus testes de QI. Próximo a meia idade dessas pessoas, o estudo concluiu que nenhum desses indivíduos, chamados de Termites, teve grande sucesso em sua vida. Ou seja, eles não ganharam prêmios ou tiveram estudos fundamentais para a ciência.
A maioria deles, na verdade, se tornaram profissionais de respeito, como médicos, engenheiros e advogados. Entretanto, a reviravolta apareceu quando dois participantes eliminados por terem um QI dentro da média tiveram uma carreira científica bem sucedida.
Luis Walter Alvarez e William Shockley foram testados por Lewis, no entanto, não chegaram à fase final do estudo. Porém, em sua vida adulta, eles conseguiram ganhar o Prêmio Nobel de Física e alcançaram seus Ph.Ds ainda jovens.
Desta forma, é possível concluir que a pontuação do QI não determina se uma pessoa vai ser um gênio ou bem sucedida durante a sua vida. Assim, qualquer pessoa pode se dedicar aos estudos e alcançar metas incríveis apenas pelo próprio esforço e dedicação a vida acadêmica — sem que o quociente de inteligência determine se ela tem o que é necessário para isso ou não.
Pessoas com alto QI também não precisam sofrer com a pressão de serem perfeitamente inteligentes. Se elas optarem por uma vida comum, sem grandes conquistas ou dedicação à ciência, também terão esse direito.