Quais são os estados brasileiros que mais produzem energia eólica e solar? Essa é uma pergunta importante já que segundo o Balanço Energético Nacional (BEN 2023), 88% da eletricidade no Brasil é produzida a partir de fontes de energia renovável. Além disso, o Brasil registrou, em 2023, a maior produção de energia limpa desde 2011.
Esse crescimento na produção de energia renovável vem a calhar, pois acompanha o aumento contínuo da demanda por eletricidade.
Essa demanda aumenta em tempos de crise climática e desafia a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa no planeta.
Dados do Programa de Transição Energética mostram que as energias eólica e solar continuam se expandindo na matriz elétrica brasileira.
Além disso, sua capacidade de geração de energia tem sido cada vez mais expressiva.
A construção de novas usinas hidrelétricas com barragem tende a diminuir por causa do impacto ambiental e social que causam. Sendo assim, a utilização das fontes eólica e solar tende a se ampliar, apresentando um grande potencial.
A geração de eletricidade por meio de parques eólicos, em 2023, representou 12% de toda a matriz energética, atingindo 81632 MW (megawatts).
Ao todo, são 916 parques eólicos, distribuídos entre 12 estados brasileiros, nas regiões nordeste, sul e sudeste. A região nordeste é responsável por pouco mais de 92% de toda a produção eólica do País.
Dos 9 estados nordestinos, apenas Alagoas não participa da estatística. A Bahia é a maior geradora de eletricidade a partir de energia eólica do Brasil, seguida de perto pelo Rio Grande do Norte.
Na região sudeste, o único parque eólico em funcionamento está localizado no Rio de Janeiro. Na região sul, todos os estados geram energia eólica.
Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Rio Grande do Sul são os cinco estados que mais geram energia eólica no país.
Vale destacar que a capacidade de geração no estado da Bahia é 4.5 vezes maior do que no Rio Grande do Sul.
Já a geração de energia solar fotovoltaica no Brasil, bem como os parques eólicos, está em crescente expansão.
Além disso, todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal possuem usinas fotovoltaicas que, ao todo, geram 30126 MW. A região nordeste também se destaca, representando cerca de 42% de toda a produção.
Os cinco maiores geradores de energia solar fotovoltaica do Brasil são, nessa ordem: Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Piauí e Ceará.
Boa parte da geração de energia solar e eólica no Brasil vem das modalidades de autoprodução, mini e microgeração distribuída.
Desde residências até grandes indústrias já têm gerado a própria energia.
A autoprodução engloba indústrias que produzem sua própria energia. Essas indústrias são de diferentes setores, tais como Papel e Celulose, Siderurgia, Açúcar e Álcool, Química entre outras.
Entretanto, a autoprodução de energia também é autorizada a consumidores que fazem parte do Mercado Livre de Energia (ou Ambiente de Contratação Livre).
Esses consumidores devem ter uma demanda mínima de 500 kW por mês.
A contratação ocorre por fontes “convencionais” ou “incentivadas”. As convencionais compreendem usinas térmicas a gás ou hidrelétricas e as incentivadas incluem fontes eólica, solar, de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas.
Essa modalidade é responsável por quase 20% da geração total de energia no país. No entanto, mais da metade da autoprodução não entra na rede nacional, pois é consumida pela própria indústria.
Além dos grandes empreendimentos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também autoriza a geração de energia elétrica por pequenos consumidores.
Microgeração distribuída compõe centrais geradoras de energia com até 75 kW de potência instalada. Já a minigeração distribuída contempla centrais que possuam potência instalada acima de 75 kW, com o limite de 3 MW.
Uma característica importante nesses tipos de geração distribuída é a origem das fontes de energia, que devem ser renováveis ou de cogeração qualificada.
Cogeração qualificada é uma geração simultânea de duas formas de energia, a partir de uma única fonte. Gerar eletricidade e calor a partir de uma usina solar, por exemplo, é uma forma de cogeração qualificada.
Segundo dados do BEN, em 2023 o Brasil atingiu 17325 MW de capacidade instalada a partir de mini e microgeração distribuída.
Esse modelo de geração beneficia residências e pequenos empreendimentos, além de contribuir com o meio ambiente e favorecer a transição energética.
Além disso, dados do Inpe reforçam que a energia solar é menos vulnerável às mudanças climáticas. A construção de usinas solares em locais de menor desenvolvimento, possibilita a inclusão social e econômica.
A transição energética é um movimento mundial que busca fortificar a economia de baixo carbono.
A economia de baixo carbono é um modelo de desenvolvimento que procura reduzir as emissões de gases de efeito estufa relacionadas aos sistemas de geração e consumo de bens e serviços.
Essa transição está diretamente relacionada às matrizes energéticas e elétricas do mundo todo. Nesse contexto, o desenvolvimento de usinas de geração de energia eólica e solar são importantes para o avanço do Brasil nessa caminhada.
A matriz energética brasileira possui 47.4% de fontes renováveis de energia, de acordo com o BEN 2023. Ela é composta por energias eólica, solar, hidráulica, derivados de cana-de-açúcar, lenha, carvão vegetal e outras biomassas.
É importante salientar que lenha e carvão vegetal são consideradas fontes de energia renováveis de biomassa florestal. Sua produção ocorre por meio da silvicultura, que são plantios florestais com manejo sustentável. Já o carvão mineral, por outro lado, é um combustível fóssil e altamente poluente.
Em 2023, a matriz energética mundial contabilizou 85.3% de fontes não renováveis, de acordo com dados da International Energy Agency (IEA).
Em relação à matriz elétrica brasileira de 2023, 88% são fontes de origem renovável. No entanto, as hidrelétricas são responsáveis por 63% de toda a produção, graças às condições geográficas do Brasil.
De acordo com o relatório do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em 2022, as emissões causadas pela geração de energia elétrica no Brasil apresentaram queda, graças ao alto índice de chuva, o que favoreceu a geração hidrelétrica.
Nesse cenário, foi possível diminuir o uso de usinas termelétricas, e por consequência, de combustíveis fósseis. As termelétricas são acionadas para suprir a demanda de energia, principalmente quando há crises hídricas.
No entanto, com as mudanças climáticas não se pode apenas confiar que o clima irá beneficiar o sistema elétrico com chuvas abundantes. Os especialistas reforçam a crescente demanda por eletricidade no Brasil, reiterando a necessidade de expandir a capacidade gerada por fontes eólica e solar.
Um artigo, publicado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reforça o papel fundamental da energia eólica para descarbonizar o setor elétrico.
Além de contar com um grande potencial de expansão, parques eólicos também apresentam uma boa oportunidade para a produção de hidrogênio verde.
O hidrogênio verde é um combustível gerado a partir de fontes renováveis de energia e que não emite gases de efeito estufa.
A transição energética também gera impactos positivos do ponto de vista social e econômico.
Dados do boletim publicado pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) associam alguns fatores aos benefícios gerados pela construção de parques eólicos.
A geração de empregos verdes, renda e capacitação de mão de obra local, além da melhoria na tarifa de energia, são alguns desses benefícios.
Segundo a ABEEólica, o Brasil é o 6º país do mundo em capacidade instalada de usinas eólicas onshore. O termo “onshore” denomina parques eólicos construídos em terra. Enquanto a expressão “offshore” se refere a parques eólicos marítimos.
Como dito anteriormente, a região nordeste é responsável por pouco mais de 92% de toda a produção eólica do país. Isso se deve à maior facilidade para converter a energia cinética dos ventos em energia elétrica, por conta dos ventos alísios presentes no local.
Ventos alísios são estáveis – fortes, constantes e unidirecionais – além de úmidos, presentes em regiões subtropicais com baixas altitudes. Por conta da umidade, eles provocam bastante chuva.
Durante o período conhecido como “Safra dos Ventos”, é comum a região nordeste conseguir suprir a própria demanda diária de energia elétrica. Esse período vai de julho a setembro.
Além disso, o nordeste brasileiro se destaca na produção de energia solar.
A região tem longos períodos de sol, um território extenso e o principal requisito para a geração solar fotovoltaica: altos índices de irradiação solar. Incentivos governamentais também colaboram para o desenvolvimento de parques eólicos e solares na região. Esses incentivos incluem financiamento, regulamentação, infraestrutura e aceleram o desenvolvimento e a caminhada da transição energética.
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