Queda de cabelo: causas e tratamentos

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A queda de cabelo é relativamente comum — de fato, o ser humano perde de 50 a 100 fios de cabelo por dia, segundo a American Academy of Dermatology. Com cerca de 100 mil fios no couro cabeludo, a queda é, na maioria das vezes, imperceptível, principalmente porque durante uma grande fase da vida, o cabelo continua a crescer. 

No entanto, muitas pessoas sofrem com a queda de cabelo permanente, súbita ou causada por algum fator externo — como doenças e condições de saúde. Portanto, é importante saber distinguir entre o normal e outras possíveis causas desse fenômeno. 

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Fases de crescimento dos fios de cabelo

O cabelo é feito de queratina — uma proteína produzida nos folículos capilares e na pele. Quando os folículos produzem novos fios, células velhas são empurradas para fora da superfície da pele. Ou seja, o cabelo visível é composto por uma série de células mortas de queratina.

A qualquer momento, cerca de 90% do cabelo de uma pessoa está crescendo e cada folículo possui um ciclo de vida que pode ser influenciado por inúmeros fatores, como o envelhecimento ou condições de saúde. Esse ciclo de vida é composto pelas seguintes fases: 

  • Anágena: crescimento ativo do cabelo, que pode durar entre 2 a 8 anos;
  • Catágena: crescimento transitório do cabelo, que dura 2 a 3 semanas;
  • Telógena: fase de repouso, que dura cerca de 2 a 3 meses. 

No final da fase de repouso o cabelo cai e um novo o substitui, reiniciando o ciclo — que diminui conforme o envelhecimento.  

Causas comuns da queda de cabelo 

A queda de cabelo pode ser o resultado de diversos outros fatores externos que vão além do envelhecimento natural do organismo. Alguns deles são:

  • Alterações hormonais; 
  • Genes; 
  • Estresse, doenças e o pós-parto podem causar a queda de cabelo temporária; 
  • Medicamentos, principalmente os usados durante a quimioterapia;
  • Procedimentos estéticos e produtos químicos: o uso de shampoos nocivos, a água oxigenada e outros tratamentos estéticos realizados no cabelo podem contribuir para a perda de cabelo; 
  • Dieta: a falta de proteína, por exemplo, pode resultar na queda capilar. Além disso, deficiências nutricionais, como as vitaminas A, B, C, D e E, ferro e zinco já foram associadas à perda de cabelo; 
  • Tabagismo; 
  • Outros problemas de saúde, como problemas de tireoide. 

Alopecia 

Muitos casos de perda de cabelo estão associados à alopecia. Existem alguns tipos de alopecia, como: 

  • Alopecia androgênica: a queda de cabelo hereditária afeta entre 30% e 50% dos homens aos 50 anos. Cerca de 80% dos casos são causados ​​por fatores genéticos. Diversas pesquisas já comprovaram cerca de 350 genes que podem influenciar essa condição. Porém, uma pesquisa publicada na Nature evidenciou outros possíveis fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento, como os genes EDA2R, WNT10A, HEPH, CEPT1, e EIF3F. EDA2R e WNT10A. 
  • Alopecia areata: doença inflamatória consequente do corpo atacando os próprios folículos capilares, danificando a raiz dos fios;
  • Alopecia por tração: é resultado de alguns penteados que estressam o couro cabeludo, criando tensão nos fios; 
  • Alopecia total: responsável pela perda total de cabelo. Ela é uma forma severa de alopecia areata, e pode ser tratada.
  • Alopecia cicatricial: assim como a areata, a alopecia cicatricial é resultante de uma inflamação que ataca os folículos capilares, que são substituídos por tecido cicatricial. Ela resulta em perda de cabelo permanente na área afetada e seus sintomas são coceira, dor e sensação de calor.
Foto de Kasia Serbin na Unsplash

Sintomas da queda de cabelo e de alopecia 

O principal sintoma que pode estar associado à alopecia é a queda de cabelo repentina e em uma quantidade maior do que o normal. Entretanto, muitas vezes a sua identificação pode ser difícil. 

Desse modo, os seguintes sintomas podem ser usados para a possível identificação do problema: 

  • Ao separar o cabelo, notar espaços mais largos; 
  • Linha do cabelo recuando; 
  • Cabelo ralo; 
  • Perdas de tufos de cabelo em toda a cabeça; 
  • Dor ou coceira — esse problema é associado a condições de pele que podem afetar o couro cabeludo. 
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Existe prevenção? 

Em casos de queda de cabelo relacionados à genética, não existem métodos de prevenção — somente tratamento. Entretanto, casos de alopecia específicos, como a alopecia de tração ou outras possíveis causas do fenômeno, como o tabagismo e o estresse podem ser controlados. 

Como a queda de cabelo é diagnosticada? 

Devido às inúmeras possíveis causas da condição, é recomendado que o paciente procure ajuda de um médico dermatologista. Esse profissional será responsável pela análise dos sintomas, podendo limitar as causas de acordo com cada caso específico. 

O diagnóstico pode ser feito de diversas maneiras, incluindo: 

  • Análise do histórico médico do paciente, que pode eliminar causas como o estresse e o tabagismo; 
  • Biópsia — ajuda a identificar possíveis condições autoimunes e de pele; 
  • Exames de sangue usados para identificar algum tipo de deficiência nutricional. 

O que é bom para acabar com a queda de cabelo?

Os possíveis tratamentos para a perda de cabelo envolvem alguns medicamentos, o mais famoso sendo o minoxidil. Contudo, qual é o mais efetivo? 

Uma pesquisa realizada no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em conjunto com Weill Cornell Medical College, analisou 23 estudos contendo informações sobre os medicamentos mais conhecidos e usados para tratar a queda de cabelo. 

Foi analisado que o melhor tratamento inclui cápsulas de dutasterida (Avodart), a dose de 0,5 miligramas por dia. Entretanto, o medicamento também foi o que mais apresentou efeitos colaterais, como a perda de libido, pressão baixa e disfunção erétil. 

Embora seja menos eficaz que a dutasterida, o minoxidil é o tratamento mais indicado por dermatologistas e profissionais de saúde por conta de seus poucos efeitos colaterais.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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