O custo de novos projetos de energia solar já é inferior aos menores preços pagos até 2016, que agora são usados como teto para os negócios. Em abril de 2016, a Bloomberg New Energy Finance (BNEF) informou que o menor custo da energia solar sem subsídio foi de 3,6 centavos de dólar por quilowatt-hora (kWh), em um contrato firmado em março do mesmo ano, no México. Em outubro de 2017, sete de oito lances oferecidos pelo projeto solar Sakaka, da Arábia Saudita, estavam abaixo de três centavos.
A menor proposta recebida pelo Sakaka, uma instalação solar de 300 megawatts (MW), foi de US$ 1,79 centavos/kWh. Esse valor, quando comparado ao preço médio da eletricidade nos Estados Unidos, de US$ 12 centavos/kWh, é mais do que seis vezes menor.
Na Arábia Saudita, as duas ofertas mais baixas foram os menores preços já registrados em nível global. O especialista em energia solar Aymen Grira acredita que “os US$ 0,03/kWh podem ser considerados como um ponto de não retorno para a área do Oriente Médio, dado seu grande volume e baixa taxa de financiamento”. Ou seja, três centavos representam o novo teto para energia solar na região.
O que surpreende é a rapidez com que o preço baixou, uma vez que o menor preço contratado para novos projetos solares em março de 2016 foi de 3,6 centavos de dólar por kWh. Já em maio, a Autoridade de Eletricidade e Água da Dubai (DEWA, em inglês) recebeu por 800 MW uma oferta a 2,99 centavos por kWh.
Em agosto de 2016, o Chile assinou um contrato por 2,91 centavos de dólar – e o presidente da BNEF, Michael Liebreich, tuitou: “A energia solar entrega a eletricidade não subsidiada mais barata, em qualquer lugar, por qualquer tecnologia“. Pouco mais de um ano depois, a Arábia Saudita recebeu sete propostas ainda mais baratas do que o valor celebrado por Liebreich.
Essa energia se encontra no auge por conta de quedas acentuadas no custo de melhorias, empurrando a capacidade global de praticamente zero no início do século XXI para 300 gigawatt (GW) até o final de 2016. Esse número deve voltar a aumentar até 2020.
Além disso, na semana passada, o chefe da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) afirmou que os custos da energia solar cairão em mais de 60% na década de 20, dando um novo impulso ao mercado.
A Irena espera que entre 80 GW a 90 GW de nova capacidade solar, energia suficiente para alimentar mais de 8 bilhões de lâmpadas LED, sejam agregados globalmente todos os anos nos próximos até meados da década de 20, disse Adnan Amin, diretor-geral da Irena, à Reuters, superando a previsão de 73 GW da Agência Internacional de Energia (AIE). No Brasil, a expectativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que até 700 mil residências produzam energia solar até 2024.
“Isso pode acelerar facilmente à medida que os custos diminuem no futuro. A China sozinha pode fazer 50 GW por ano. Na próxima década, o custo da energia solar (escala de utilidade) poderia cair em 60% ou mais”, observou Amin em Cingapura na semana passada.
Além disso, a Irena também espera que o custo das baterias, a chave para fazer backup de uma tecnologia que depende da luz do sol, caia entre 60% e 70% na próxima década, tornando a energia solar ainda mais atrativa.
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