Amazônia teve perto de 13 mil focos entre janeiro e julho, um aumento de 14% em comparação ao mesmo período em 2021
Por WWF-Brasil | Nos sete primeiros meses de 2022, o número de queimadas aumentou 14% na Amazônia e 6% no Cerrado, em comparação ao mesmo período no ano passado, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além da tendência de aumento substancial do número de focos de queimadas, há também uma tendência de crescimento da área queimada.
Na Amazônia, foram detectados 12.906 focos de queimadas entre o início de janeiro e o fim de julho, um aumento de 14% em comparação ao mesmo período de 2021. Houve um aumento de 9% em relação à média dos últimos 10 anos para o período.
Em relação à área queimada, os dados estão disponíveis até o fim de Junho .Nos primeiros seis meses de 2022, o fogo afetou 7.625 km2 no bioma, um aumento de 53% em comparação aos seis primeiros meses de 2021.
Apenas no mês de julho de 2022 foram detectados 5.373 focos de queimadas, 8% mais que em julho do ano passado. A área queimada em junho foi de 2.679 km2, um aumento de 4% em comparação ao mesmo mês em 2021.
No Cerrado, foram detectados 17.582 focos de queimadas entre o início de janeiro e o fim de julho – um aumento de 6% em comparação ao mesmo período no ano passado. Esse valor também representou um aumento de 24% em relação à média dos últimos 10 anos. Entre janeiro e junho deste ano, a área queimada no Cerrado foi de 21.346 km2, um aumento de 16% em comparação a junho de 2021. A área queimada em junho foi de 11.701 km2, um aumento de 16% em comparação a junho do ano passado.
Edegar de Oliveira, diretor de conservação e restauração do WWF-Brasil alerta para a tendência crescente de destruição, em especial no bioma Cerrado. “Os altos números de queimadas representam a falta de ações concretas de controle, tanto para a Amazônia quanto para os demais biomas. Importante salientar que embora o aumento percentual no Cerrado tenha sido menor que na Amazônia, a área queimada é maior e em níveis muito elevados, muito preocupante para um bioma que tem área igual a metade da Amazônia. Este bioma, já perdeu mais de 50% da vegetação original e continua sofrendo pressão de várias frentes, impactando diretamente nos níveis de água do País e na perda das espécies únicas da região”, afirma.
Este texto foi originalmente publicado por WWF Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.