O quiabo consegue remover microplásticos da água? Pesquisas indicam que sim, o componente pegajoso do quiabo, conhecido no Brasil como “baba”, foi testado em laboratório com o propósito de recolher as micropartículas de plástico em instalações de tratamento de água.
A pesquisa foi conduzida na Universidade Estadual de Tarleton, no Texas, e inicialmente utilizou outras alternativas à base de plantas para a remoção. Os testes iniciais incluíram os extratos de quiabo, babosa, cacto, tamarindo, feno-grego e psyllium.
O propósito da pesquisa foi o de resolver o problema de poluição por microplásticos que alastram as águas mundiais. A poluição de microplásticos já é vasta em todo o mundo. Ele é o principal poluente dos oceanos, contando com a estimativa de 24 trilhões de pedaços presentes na água, o que é equivalente a 82 a 578 mil toneladas — e sua presença já foi comprovada nos cantos mais remotos da Terra, chegando até no Monte Everest.
A remoção do microplástico em locais de tratamento de água é feita com a ajuda de uma substância química, o poliacrilamida. Poliacrilamida é um tipo de floculante que, em contato com a água, forma um aglomerado que atrai as partículas de plástico, facilitando sua remoção.
Porém, em algumas circunstâncias, o próprio poliacrilamida pode se tornar tóxico, comprometendo a água do tratamento. Por isso, a pesquisa conduzida no Texas teve como objetivo procurar componentes à base de plantas que poderiam substituir o floculante químico.
Após as tentativas com as outras plantas, os especialistas conseguiram observar que o quiabo com suas propriedades pegajosas era capaz de fazer a remoção de grande parte dos microplásticos presentes na água. Isso se deu por conta dos polissacarídeos presentes no alimento.
Em conjunto com o feno-grego, o extrato de quiabo conseguiu remover os microplásticos da água salgada, enquanto a mistura de quiabo com tamarindo funcionou em água doce.
Os especialistas observaram que os polissacarídeos presentes no quiabo eram igualmente eficazes na remoção de microplásticos como o poliacrilamida, se não melhor.
Os idealizadores do processo afirmaram que continuarão procurando outras alternativas à base de plantas para a remoção de microplásticos da água. Um de seus objetivos é comercializar a técnica, oferecendo um método mais seguro para garantir a limpeza da água potável.
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