O QWERTY é o estilo de teclado padrão usado ao redor do mundo na produção de eletrônicos. Apesar de não ser conhecido por sua praticidade e ergonomia, ele é o teclado mais usado em diversos países. Isso tudo se deve a uma série de acontecimentos do final do século XIX.
Qual é a origem do teclado QWERTY?
Por volta de 1860, o editor Christopher Latham Sholes buscava desenvolver um estilo de teclado que ajudasse os datilógrafos de sua empresa nos Estados Unidos. Em companhia de seus sócios, Samuel Soule, Carlos Glidden e John Pratt, Scholes criou a primeira máquina de escrever com teclado arranjado de maneira semelhante a um piano.
Registrado pelo nome de “US 79265”, o estilo de teclado era completamente arrumado em ordem alfabética. No entanto, isso ainda não era do agrado do editor. Foi em 1870 que ele criou sua segunda máquina de escrever, dessa vez com quatro linhas horizontais – sendo duas linhas inferiores com todas as letras exceto as vogais, a primeira linha com os números de 0 a 9, e a segunda com as vogais e pontuações. O teclado era mais ou menos assim:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
A E I . ? Y U O
Z X W V T S R Q P N
Apesar deste protótipo ser um pouco mais prático que o anterior, Sholes achava que poderia melhorar. Segundo o inventor, era preciso criar um protótipo de teclado que reduzisse as travas da máquina de escrever. Afinal, os anteriores permitiam uma velocidade de digitação maior, o que acabava gerando problemas para o aparelho, devido a sua lentidão no retorno da tecla apertada.
Foi aí que surgiu a primeira versão do teclado QWERTY, na época ainda com um ponto (.) no lugar do.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 –
Q W E . T Y I U O P
Z S D F G H J K L M
A X & C V B N ? ; R
Um pouco antes do lançamento do produto, pela empresa Remington, suas teclas foram mudadas para que o R substituísse o ponto (.).
Por que usamos teclado QWERTY?
Mesmo não sendo o teclado mais ergonômico, a popularidade do QWERTY é explicada através de uma simples história:
Algumas letras eram posicionadas próximas ou longe devido ao uso constante das máquinas de escrever para a transcrição de código Morse. Por esse motivo as letras Z, S e E ficaram próximas — já que são indistinguíveis quando em código Morse americano.
Foi aí que surgiu a empresa Remington, especializada em armamento, mas que estava em busca de investir no mercado de eletrodomésticos. A instituição comprou a patente do teclado de Sholes, e nos anos seguintes se dedicou a popularizar o produto entre a população – principalmente entre os trabalhadores datilógrafos.
Através de cursos para escritores, a Remington conseguiu espalhar o conhecimento do uso de QWERTY, e padronizar boa parte dos aparelhos de escrita com este teclado. Devido ao conhecimento da população sobre este estilo de teclas, muitas organizações que estabelecem padrões de produtos adotaram o QWERTY.
Qual a alternativa para o QWERTY?
Existem diversas alternativas para o teclado QWERTY, apesar de não serem tão populares. Entretanto, a principal delas é o esquema de teclas Dvorak. Criado pelo pesquisador August Dvorak, este estilo de teclado é considerado mais ergonômico devido ao posicionamento das letras — afinal, requer menos movimentação dos dedos e reduz os erros de digitação (o que pode diminuir esforços repetitivos e lesões).
Teclado Dvorak:
1 2 3 4 5 6 7 8 9
, . PYF G C R L
A O E U I D H T N S
: Q J K X B M W V Z
O estudioso alega que, ao usar um teclado Dvorak, uma pessoa pode aumentar sua velocidade de digitação em pelo menos 70%, quando comparada com o QWERTY. Porém, existe um fator que impede o uso popular deste esquema de teclas: ele veio bem depois que o padrão já havia sido disseminado entre as pessoas.
Sendo assim, boa parte da população já está familiarizada com o teclado QWERTY, e a dificuldade de desaprender o seu uso para aprender outro não necessariamente vale a pena. Por esse motivo, o inventor Shai Coleman, em 2006, criou o teclado Colemak (uma junção de seus sobrenomes) que é um meio termo entre o protótipo de Shole e Dvorak.
Teclado Colemak:
Q W F P G J L U Y ;
A R S T D H N E I O
Z X C V B K M , .
Essa terceira opção facilitaria o aprendizado do uso de um novo esquema, também reduzindo os esforços repetitivos e lesões, e sendo mais ergonômico.