Muito se tem divulgado sobre o mal que as rações estão fazendo para a saúde dos animais, mas será que é certo generalizar assim?
A praticidade de abrir um pacote de ração e servir para o animal é realmente ótima no dia a dia, mas muitas vezes pode não ser a melhor escolha. A maioria das rações contém subprodutos de baixa digestibilidade (pouco alimento será absorvido em comparação com o que será eliminado nas fezes), corantes e outros componentes prejudiciais à saúde dos animais, mas nem todas são ruins. Conhecer os tipos de ração é o primeiro passo para decidir se essa é a alimentação que você quer dar para seu animal. Veja quais são:
- Populares: são rações feitas a partir de ingredientes muito baratos que vêm do milho, soja e outros, mas de muita baixa digestibilidade.
- Standard: são rações com muito apelo publicitário, por isso têm qualidade um pouco melhor, mas contém muitos corantes para atrair visualmente os donos dos animais (a cor de uma ração sem corantes é sempre marrom clara, não tem “cara” de apetitosa).
- Premium: são rações de qualidade muito boa, que usam ingredientes de maior digestibilidade e não possuem corantes.
- Super premium: possuem digestibilidade ainda maior que as rações premium e usam óleos de melhor qualidade, como o óleo de linhaça.
É importante saber também que toda ração tem uma camada de lipídios em volta dos grãos e isso faz com que ela não possa ficar exposta ao ar e à luz, ou correrá o risco de rancificar. Por isso, não compre rações à granel, não guarde a ração em potes transparentes e não deixe o pacote aberto o tempo todo.
Para cada espécie, há um tipo de ração de acordo com suas necessidades nutricionais. A ração do gato tem proteínas em excesso para um cachorro. A ração das aves não tem nem metade da necessidade de fibras de um roedor. Cada ração é feita com uma fórmula que garanta a exata quantidade de nutrientes que cada animal precisa, então não misture outros tipos de alimentos com a ração, especialmente se forem feitos para outra espécie.
Também não é legal misturar comida caseira. A alimentação natural vem ganhando muitos adeptos e é considerada benéfica para os animais, mas não se devem misturar os tipos de alimentação. Ou dê ração, ou dê alimentação natural. Misturas só devem ser feitas para fazer a transição entre tipos de ração ou entre ração e alimentação natural. Na primeira semana, forneça uma porção do novo alimento com três do atual. Na segunda, faça um prato “meio-a-meio”: metade com o novo alimento, metade com o atual. Na terceira semana, três partes do novo para uma do atual e na quarta semana você começa a fornecer só o novo alimento.
Também não podemos deixar de falar das tartarugas. Tome muito cuidado com os famosos “camarõezinhos”, que não são rações mas são vendidos como se fossem. Na verdade, eles são petiscos apenas para agradar o animal de vez em quando, mas são muito pobres em nutrientes.
É como dar um brigadeiro para uma criança: ela fica feliz, mas não alimentada. Quem tem uma tartaruguinha de estimação deve procurar orientação de um médico veterinário especializado em animais silvestres para saber a melhor alimentação para ela, quais são as melhores combinações de vegetais e quais alimentos fazem mal. De maneira geral, podemos dizer que tartarugas são quase vegetarianas, precisando de uma pequena fonte de proteína apenas uma vez por semana. Pode ser um ovo de codorna cozido (nunca dê ovos crus), um pedacinho de peixe ou até outras carnes, mas em pouca quantidade. Nada de laticínios, pois como não são animais mamíferos, nunca tiveram contato com leite e nunca devem ter, pois não vão conseguir digerir.