Ramen é um prato de origem asiática que ganhou popularidade devido seu sabor único
O ramen (ラーメン) é um prato tradicional do leste asiático, que consiste em uma tigela de macarrão, um caldo (dashi) e ingredientes adicionais (chamados de toppings). Apesar de ter surgido na China, a receita só se tornou popular no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Desde de então ela conquistou o mundo, incluindo o Brasil.
Qual a história do ramen?
As primeiras referências ao ramen no Japão são do século XVII, quando os chineses levaram o prato pela primeira vez ao país. A receita, trazida pelo confucionista chinês Ming Zhu, já existia na China há muito tempo — o suficiente para que pesquisadores não saibam contabilizar.
Entretanto, foi apenas na década de 40 que o ramen ganhou a fama que tem atualmente. Antes disso, a receita era consumida em bairros chineses de cidades portuárias no Japão, como as que ficavam próximas à região de Tóquio. Essa fama repentina no século XX se deu devido à falta de alimento para a população, em decorrência da Segunda Guerra Mundial.
Para evitar que a população morresse de fome no pós-guerra, os Estados Unidos enviou toneladas de trigo para alimentar os japoneses. A partir disso, surgiu um incentivo do governo para que fosse produzido macarrão de trigo, algo não muito comum na dieta japonesa da época.
O que compõe um ramen?
Caldo
Existem várias camadas na composição de um ramen, a primeira delas é o seu caldo, também conhecido como dashi. Ele pode ser industrializado ou natural. A alternativa mais natural é produzida artesanalmente com ossos de animais, legumes, vegetais e cogumelos. Enquanto as artificiais usam gordura e realçadores de sabor.
Além disso, existem outras duas classificações do caldo, que tem relação com sua consistência: kotteri (pesado/grosso) e assari (leve/simples). A primeira alternativa é mais densa devido a emulsificação da gordura, minerais e proteínas em sua composição. Porém, o assari é mais leve e claro, por ser obtido através de legumes, algas e peixes.
Tipos de caldo
Por fim, os caldos são divididos em quatro categorias diferentes, de acordo com seu sabor. Sendo elas:
Shoyu (molho de soja)
O caldo de shoyu é leve, fino, e saborizado com o uso de molho de soja (shoyu). Esse caldo pode ser obtido com o adicional de restos de frango, porco, bife ou peixe — dependendo da região. Ele é o tipo mais comum de ramen.
Shio (sal)
O caldo de shio é claro e fino, temperado com sal. Ele é feito com ingredientes como caldo de frango, mas também faz o uso de porco, legumes e outras carnes.
Miso (pasta de soja)
Para fazer o ramen de miso, também conhecido como missô, é usada pasta de soja e arroz fermentados, que faz com que o caldo seja grosso e grudento, meio amarronzado. O estilo surgiu na ilha de Hokkaido, o objetivo era criar uma receita pesada e cremosa para esquentar as pessoas durante o frio que fazia na região;
Tonkotsu (osso de porco)
O ramen de Tonkotsu é feito a partir do caldo do osso de porco, ou seja, o pedaço de osso é fervido até que se dissolva em um líquido branco. Além desse ingrediente, ele pode ser complementado com frango e gordura de porco.
Macarrão (Men)
Outra parte importante do ramen é o macarrão, chamado no Japão de “men”. A sua massa é preparada com apenas três ingredientes: farinha de trigo, sal e Kansui (água alcalina, rica em carbonato de potássio e bicarbonato de sódio).
O Kansui é o ingrediente responsável pela elasticidade da massa, porém, é de difícil acesso para compras no Brasil. Isso acontece porque o carbonato de potássio é um ingrediente comumente usado no refinamento de drogas e a sua venda para o consumidor final é proibida em território nacional.
Algumas opções de men são preparadas com ovos, no entanto, não são todos os lugares que vendem esse produto. Antes de comprar o macarrão ou o ramen em um estabelecimento, leia a embalagem ou pergunte ao cozinheiro sobre os ingredientes.
Recheios (toppings)
Chasu: porco assado cortado em pequenos pedaços gordurosos;
Menma: brotos de bambu;
Negi: cebolinha verde picada;
Karanegi: cebolinha verde picada e apimentada;
Moyashi: brotos de feijão cozidos ou cru;
Tamago: ovos marinados, cozidos ou crus;
Alga: diversos tipos de algas, como a wakame e a nori;
Kamaboko: bolo de peixe cozido a vapor;
Milho: milho cozido com manteiga;
Manteiga: um pouco de manteiga ajuda a deixar o ramen cremoso;
Além desses ingredientes comuns, é possível colocar adicionais em seu prato de ramen. Algumas pessoas optam por comer pedaços de carne, legumes e guioza (bolinho de porco ou legumes) junto do ramen japonês. No entanto, a maioria das pessoas opta por aproveitar essa receita sozinha.
Qual é a diferença entre lámen e ramen?
O lámen e o ramen são a mesma coisa. Quando chegou ao Japão, os chineses chamavam o prato de lamian, e com o tempo ele foi se transformando em lámen. O termo “ramen” é a romanização da palavra ラーメン, que quando pronunciada pode ser dita como “lámen”, afinal, os japoneses não têm a pronúncia do r em seu vocabulário.
Qual a diferença do ramen para o miojo?
O miojo foi criado por um empresário japonês no pós-guerra na década de 40, Momofuku Ando. Ele criou uma versão pré-cozida do ramen, e chamou esse produto de “Nissin”, que significa “milagre” em hebraico. Desde então, a versão instantânea do prato asiático ganhou força no mundo todo.
No Brasil o miojo se tornou um sucesso ao ser trazido pela primeira vez em 1965, por um empresário chinês. Foi então que o termo “miojo” começou a ser usado, para qualquer alternativa do macarrão, mesmo sendo de marcas diferentes.
Porém, o ramen e o miojo não são a mesma coisa. Apesar de ter sido produzido com inspiração no primeiro, o macarrão instantâneo está separado do ramen por diversas fases de preparação. Além disso, ele seria considerado uma versão menos saudável e mais prática da receita original.
Como se deve comer lámen?
Sim, existe uma tradição sobre a melhor forma de comer o ramen. Antes de começar a saborear seu caldo, lembre-se de mexer o macarrão na tigela com o líquido, para que os fios se soltem e fique mais fácil de serem consumidos.
Depois de provar o macarrão, tome um pouco do caldo, afinal, essa é a parte mais trabalhosa da receita, podendo levar até 3 dias para ficar pronta. Espere o ovo esquentar um pouco no caldo, e prove-o. Assim que terminar sua tour de experimentação no prato, sinta-se à vontade para devorar o seu ramen.
O barulho na hora de comer o ramen é recomendado para que o sabor seja valorizado e a temperatura fique adequada para a ingestão. Alguns lugares consideram o ato de consumir todo o caldo como um elogio ao chefe, mas se você não quiser, não é necessário.
O ramen é um prato feito para consumo rápido, antes que o macarrão comece a ficar muito grudento no caldo. Por esse motivo, a maioria dos restaurantes especializados na receita são apenas para entrar, comer e sair.
Ramen é vegano?
Como visto anteriormente, o ramen contém uma série de ingredientes que não são considerados veganos. Porém, ele pode ser feito como um produto livre de crueldade animal, até porque o seu macarrão é comumente feito apenas de trigo, sal e kansui.
Para isso, confira a embalagem do seu ramen vegano ou pergunte ao cozinheiro se a alternativa livre de derivados animais é preparada de maneira adequada. A maioria das alternativas veganas de lámen são feitas com legumes e vegetais.