A reciclagem de dejetos é um processo de produção de fertilizantes que utilizam esterco animal. Esses fertilizantes se mostram uma alternativa sustentável aos fertilizantes químicos, que geram vários impactos ambientais. Além disso, sua produção é de baixo custo. Entenda como acontece a reciclagem de dejetos, suas vantagens e os cuidados necessários para a sua aplicação.
Os fertilizantes convencionais apresentam vários problemas para a saúde humana e para o meio ambiente. A sua aplicação pode levar à contaminação das águas por nitrogênio e fósforo. Isso se dá a partir do processo de lixiviação. Nele, as substâncias são levadas pela água da chuva até os corpos hídricos.
Outro ponto importante é a produção de metano durante o armazenamento do fertilizante. O metano é um dos gases do efeito estufa e contribui para o aquecimento global. Sendo assim, é importante evitar a sua emissão.
Os fertilizantes feitos a partir da reciclagem de dejetos animais têm se mostrado uma alternativa sustentável. Confira como funciona essa reciclagem:
A reciclagem de dejetos consiste na produção de fertilizantes para as plantas, a partir do esterco animal. Esse fertilizante pode ser uma boa alternativa para a adubação em produções agrícolas. Os tipos de dejetos animais que podem ser reciclados são fezes de caprinos, suínos, bovinos e aves.
Eles têm a capacidade de absorver o amônio e a amônia, duas substâncias nocivas ao ambiente. Além disso, o esterco se mostra mais eficiente para a fertilização das plantas do que os fertilizantes convencionais.
O primeiro passo para a reciclagem de dejetos é a separação da parte líquida e sólida do esterco. Essa separação é importante, pois o esterco líquido tem maior facilidade em ser lixiviado para os cursos d’água. Além disso, é nele em que se encontram altas concentrações de nitrogênio.
O nitrogênio é um elemento importante para a formação de substâncias como a amônia. A amônia, por sua vez, é uma substância prejudicial. Ela pode levar à morte de espécies aquáticas e à eutrofização de espécies vegetais.
Em seguida, é implementada a técnica da pirólise com o uso de dióxido de carbono. A pirólise consiste em prensar o esterco em altas temperaturas, de 400ºC a 700ºC. Dessa forma, o material resultante é seco e esterilizado, e se transforma em fertilizante.
A reciclagem de dejetos é favorável para a fertilização do solo, já que o esterco apresenta alguns nutrientes essenciais, como fósforo e potássio. O fósforo e o potássio são macronutrientes importantes para o desenvolvimento vegetal (confira nos estudos: 1 e 2).
Essa alternativa é vantajosa, já que apresenta baixo custo para a produção. Além disso, o esterco seco também pode ser usado como um carvão biológico. Esse tipo de carvão é chamado de biochar. Ele pode ser usado para retirar quantidades de nitrogênio, amônia e dióxido de carbono do esterco líquido. Além disso, funciona como uma fonte de produção de energia.
Apesar disso, devem ser usados com cuidado. O seu uso em excesso pode provocar o efeito contrário, levando à eutrofização das espécies vegetais. No caso dos dejetos suínos e de aves, é importante uma preparação prévia no solo. De acordo com um estudo, são necessárias condições ambientais adequadas no solo, antes da aplicação do dejeto reciclado.
Algumas das condições listadas pelo estudo são a presença de vegetação em torno dos corpos d’água e de cobertura vegetal ao longo da plantação. Além disso, também é apontada a necessidade de métodos de contenção da água da chuva, para evitar o processo de lixiviação.
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