Reciclagem de microondas: placa eletrônica é o principal problema

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Se o aparelho de microondas tem peças compostas por plástico e metal, por que se fala tão pouco da reciclagem desse produto? Restando poucos meses para a efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (prevista para entrar em vigor em 2014), a eCycle contatou a Electrolux, uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos da linha branca no mundo, para saber o que ela tem a dizer sobre o microondas.

Quando se pensa nas microondas emitidas pelo forno, é normal indagarmos se há algum tipo de radioatividade que o descarte incorreto do material poderia proporcionar à saúde humana e ao meio ambiente em geral. De acordo com o coordenador de qualidade e meio ambiente da Electrolux do Brasil, Luis Machado, os consumidores não precisam se preocupar com isso. “O Magnetron, peça fundamental na emissão de ondas neste equipamento, não é radioativo. Esta tecnologia é um componente eletrônico emissor de ondas eletromagnéticas que tem o poder de aquecer as partículas, gerando assim o efeito de cozimento em alimentos”, explicou.

Machado também diz que a peça de destinação mais difícil de todo o equipamento que compõe um forno de microondas é a placa de circuitos eletrônicos. No entanto, ela só é totalmente reciclável no exterior. “Atualmente, estas peças são enviadas para países que tenham este tipo de reciclagem e tecnologia”, afirmou. De acordo com o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), da Universidade de São Paulo (USP), qualquer produto que tenha placa eletrônica possui contaminantes. A especialista em gestão ambiental do Cedir, Neuci Bicov, afirma que os eletrodomésticos se utilizam de placas marrons. “Elas contêm metais pesados, por isso precisam ser enviadas a recicladores autorizados pela CETESB. Delas são extraídos cobre e alumínio; a parte do fenolite, infelizmente, ainda é considerada refugo, pois não tem reciclagem”, disse.

As placas marrons são compostas por: capacitor (que é perigoso por conter metais pesados e armazenar voltagem), diodo, resistores, transformador e alguns chips. “No nosso caso, enviamos a empresas que extraem o alumínio e o cobre, tornando inertes os demais componentes” afirmou Neuci.

A Electrolux possui uma lista de chamada de Restricted Material List (Lista de Materiais Restritos – tradução livre) que informa aos fornecedores quais são os materiais que a empresa aceita utilizar na fabricação de todos os seus produtos. Não há menção específica quanto ao microondas, mas a empresa restringe o uso de metais pesados, como cádmio e cromo em todos os seus produtos, além de banir outros, como amianto, aminas aromáticas e substâncias radioativas.

Programa piloto

A Electrolux está implantando um programa próprio de reciclagem de seus eletrodomésticos, incluindo o forno de microondas, em 14 cidades do Estado de São Paulo. De acordo com a empresa, os postos são direcionados a companhias de manufatura reversa, responsáveis pelo destino mais correto do material. Os locais já estão cadastrados no banco de dados da sessão Postos de Reciclagem da eCycle.

Equipe eCycle

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