Reflorestamento: o que é, importância e benefícios

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O reflorestamento intencional é o plantio e a manutenção de vegetação em áreas que tenham sido previamente degradadas ou destruídas e, de acordo com a finalidade do plantio, determinadas espécies são escolhidas. Essa ação de reflorestamento pode ser levada a cabo por uma série de razões, como:

  • motivos legais;
  • captação de gás carbônico;
  • tentativa de recuperação do ecossistema original com mudas nativas;
  • fins comerciais, com mudas de crescimento rápido;
  • interesses sociais (como obtenção de alimentos e contenção de encostas);
  • minimização da pegada ambiental de pessoas, empresas ou instituições.

Reflorestamento ou florestamento?

Existem termos distintos para o plantio de árvores em áreas degradadas: reflorestamento e florestamento. Há algumas definições para esses termos, mas a diferença entre eles é basicamente o uso prévio do solo:

  • Florestamento significa plantar árvores áreas onde, historicamente, não havia floresta ou áreas verdes;
  • Reflorestamento é uma prática de plantio em áreas em que, historicamente, havia vegetação, mas que foram convertidas pelo ser humano para outros usos.

Em alguns casos, a vegetação consegue se regenerar sozinha, em processos naturais. Entretanto, a maioria dos ecossistemas são tão degradados e desgastados que eles sozinhos não são capazes de se recuperar.

Quais são os benefícios do reflorestamento para o meio ambiente?

Grandes construções, como hidrelétricas, rodovias, mineração, agricultura intensiva, pecuária, expansão urbana e exploração de madeira, resultam em grandes taxas de degradação ambiental e na destruição dos serviços ecossistêmicos.

Segundo um relatório da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), entre 2010 e 2015, as áreas de florestas naturais diminuíram em uma proporção de 6,5 milhões de hectares, e o Brasil foi o país que apresentou a maior taxa de perda de mata nativa. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, foram cerca de 984 mil hectares por ano. Dados de 2020 indicam que a área florestal do Brasil é de apenas 59,4%

E, para piorar, grande parte do desmatamento é realizado por meio de queimadas, que são um dos maiores motivos de emissão de gás carbônico e material particulado no país.

Cerca de 75% das nossas emissões de CO2 vêm do desmatamento e de queimadas, que liberam o carbono acumulado na biomassa das árvores. O dióxido de carbono é um dos maiores contribuintes para o agravamento do aquecimento global e, consequentemente, das mudanças climáticas.

Neste sentido, a importância do reflorestamento está nos diversos benefícios que as florestas trazem. Dentre eles, vale destacar a captação de CO2 da atmosfera através da fotossíntese e a recuperação de uma área degradada. Além disso, elas ajudam a melhorar a qualidade do ar de regiões próximas e do solo, evitando erosão, diminuição do escoamento superficial, desregulação climática, entre outros.

Em áreas urbanas, por outro lado, o reflorestamento também ajuda a minimizar os impactos negativos de eventos climáticos, como deslizamentos de terra. 

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Tipos de reflorestamento

Bom, mas quais tipos de reflorestamento existem? Essencialmente, existe o reflorestamento para fins comerciais (florestas plantadas) e o reflorestamento para fins ecológicos (mata nativa).

Essas práticas geram uma discussão antiga e polêmica, que contrapõe interesses diferentes. De um lado, estão os defensores das monoculturas de eucalipto; do outro, quem apoia o reflorestamento com vegetação nativa. Entenda melhor esse embate na matéria “Consequências do reflorestamento com eucalipto“.

Florestas para fins comerciais

A prática de reflorestamento não é nova, o primeiro Código Florestal foi lançado em 1934 devido às grandes áreas desmatadas para obtenção de madeira.

Mas foi apenas com o Código Florestal seguinte, de 1965, que houve realmente uma mudança no manejo das florestas. Foi nessa época, de 1965 a 1988, que o poder público começou a estimular o reflorestamento via incentivos fiscais, e apesar das fraudes e plantações mal sucedidas, houve grande expansão das áreas reflorestadas predominando monoculturas de pinus e eucalipto.

Hoje, esse cenário continua. A maior parte do reflorestamento ocorre por florestas plantadas, predominando o eucalipto (70,8%) e o pinus (22%). Outras espécies (7,2%) como acácia, seringueira, paricá, teca e pópulus, por exemplo, também são usadas, mas em quantidades muito inferiores.

Os principais “reflorestadores” são empresas de papel e celulose e siderúrgicas que utilizam essas árvores para produção de produtos.

Depois de cerca de sete anos as árvores de eucalipto já estão prontas para serem colhidas. As árvores são usadas principalmente para produção de papel, celulose, painéis industrializados e carvão vegetal.

O clima e o solo do Brasil favorecem o crescimento dessas espécies, transformando o país em um dos maiores produtores de produtos de reflorestamento do mundo.

Algumas áreas reflorestadas são destinadas à captação dos gases de efeito estufa para comercializá-los no mercado de carbono. Os compradores geralmente são empresas ou governos de países desenvolvidos que necessitam alcançar valores de redução de emissão dos gases (por exemplo, o estipulado no Protocolo de Quioto).

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Florestas para fins ecológicos

Foto de Projeto Café Gato-Mourisco no Unsplash

O reflorestamento de vegetação nativa é feito com o objetivo da restauração ecológica, ou seja, é uma intervenção por meio do plantio de espécies nativas para recompor um ecossistema. Reflorestar é importante para proteger e recuperar os serviços ecossistêmicos da região – lembrando que ainda não é possível refazer um ecossistema idêntico ao original.

Outro termo existente é a recomposição florestal, que é “a compensação do volume de matéria-prima florestal extraído de vegetação natural pelo volume de matéria-prima resultante de plantio florestal para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal”, ou seja, é o reflorestamento de mata nativa com o objetivo de repor o que foi desmatado.

Para o plantio, geralmente são escolhidas espécies de acordo com a vegetação natural do local – os casos mais comuns são reflorestamento dos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado.

Também são escolhidas árvores frutíferas e com floração atraente para atrair animais e insetos para realizar a dispersão de sementes. Um fator muito importante para o sucesso do projeto de reflorestamento é a diversidade de espécies por hectare.

Ganham destaque os projetos de revegetação de árvores nativas perto de corpos hídricos, ou mata ciliar, devido aos benefícios sentidos diretamente pela sociedade. A vegetação ajuda a proteger e manter a qualidade da água e assim diminui os gastos com o seu tratamento.

Veja o vídeo que mostra uma nova forma de restauração de florestas naturais:

Equipe eCycle

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