A palavra regeneração pode ter vários significados, como construir novamente, revivificar, corrigir e restaurar. A regeneração natural assistida, por sua vez, é um modo de restauração ativo-passivo que consiste no plantio ativo e na regeneração passiva. Nessa prática, a ação humana se limita a ajudar a vegetação nativa a se recuperar de forma natural, eliminando barreiras e ameaças ao seu crescimento.
A perda de áreas florestais, provocada pelas mudanças climáticas e pela conversão de solo para uso agrícola e criação de gado, ameaça a biodiversidade terrestre e a sobrevivência das comunidades indígenas, silvicultoras e florestais. Além disso, ela coloca em perigo mais de um bilhão de pessoas que dependem das florestas para obter comida, medicamentos e energia, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Todos os anos, entre seis e nove milhões de hectares são derrubados de forma permanente. Por isso, a regeneração natural assistida é importante.
A regeneração natural assistida pode ser considerada uma solução baseada na natureza com um bom custo-benefício para promover a regeneração de milhares de hectares e fornecer serviços ecossistêmicos necessários à humanidade. As soluções baseadas na natureza andam em conjunto com a economia ecológica e a busca por atingir os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável.
O papel das florestas é extenso. Além de contribuírem para absorção de CO2, protegerem corpos d’água e serem essenciais para o clima, esses ecossistemas são grandes responsáveis pela saúde e bem-estar humanos.
A dependência humana das florestas se estende na produção, alimentação e outras necessidades básicas diárias. Contudo, o ser humano age como se não dependesse desses ecossistemas.
Queimadas para abertura de pastos e exploração de áreas verdes para extração de matéria-prima são alguns dos problemas que a humanidade trouxe para esses ambientes. A constante produção industrial derivada do capitalismo conta com a devastação florestal para que ela continue crescendo. E, embora a escassez de recursos naturais providos pelas florestas seja abordada constantemente, nenhuma mudança estrutural foi feita para acomodar essas preocupações.
Além da inevitável falta de recursos essenciais para a vida humana, a degradação desses ecossistemas traz riscos graves para a população. De acordo com o relatório da WWF, as florestas têm um papel fundamental na saúde humana, providenciando apoio para evitar condições como câncer, diabetes, transtornos mentais e até mesmo uma nova pandemia.
Além disso, segundo relatório Sofo, as florestas desempenham papéis importantes em sete áreas diferentes:
Como dito anteriormente, a ação humana se limita a ajudar a vegetação nativa a se recuperar de forma natural, eliminando barreiras e ameaças ao seu crescimento. Para prevenir a propagação de incêndios florestais, os indivíduos podem construir aceiros e retirar detritos secos do solo das florestas. Já para impedir o gado de mastigar mudas, é possível instalar cercas. Caso a regeneração natural assistida não aumente a cobertura vegetal, pode-se plantar árvores para preencher as lacunas.
De acordo com a WRI Brasil, essa prática pode desempenhar um papel importante nas metas globais para o clima e a biodiversidade.
A regeneração natural assistida permite que as florestas possam ser recuperadas por menos de um terço do custo do plantio de árvores, segundo estimativas do WRI Brasil. Além disso, ela pode regenerar áreas maiores e de forma mais rápida do que o plantio ativo, pois exige pouca intervenção humana. A regeneração natural assistida de 21,6 milhões de hectares no Brasil poderia sequestrar mais carbono do que as emissões anuais do País e do Canadá juntas.
A regeneração natural assistida deve ser implementada em áreas que não tenham sido muito degradadas, sejam rodeadas por remanescentes florestais e onde as sementes estão vivas no solo.
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