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Saiba onde descartar seus resíduos

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Rejeitos são produtos que não podem ser reciclados ou reaproveitados, necessitando de um descarte correto

Rejeitos são “resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”, de acordo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

Em outras palavras, rejeitos são resíduos, que não podem ser reaproveitados ou passar pelo processo de reciclagem. Assim, a única alternativa é um descarte ambientalmente correto direcionado a aterros sanitários. Como exemplo, podemos citar o lixo do banheiro e bitucas de cigarro que, na maioria das vezes, não possuem uma opção de reaproveitamento viável. Embora já existam algumas empresas que oferecem a tecnologia adequada para a reciclagem desses materiais, é preciso de políticas públicas efetivas para implementação da reciclagem em larga escala. 

Qual a diferença entre resíduos e rejeitos?

Resíduos, de acordo com a PNRS, são todos os materiais, sólidos ou semissólidos, descartados resultantes de atividades humanas. Eles possuem um valor econômico para a sociedade devido à possibilidade de reaproveitamento e reciclagem. Por outro lado, os rejeitos não têm essa opção, diferenciando-os de resíduos.

Mas, e o lixo? De modo geral, a palavra lixo é usada para se referir a produtos que jogamos fora e não têm mais utilidade. Entretanto, é possível identificar vários tipos de resíduos no lixo que, se manejados corretamente, conseguem passar pelo processo de reutilização ou reciclagem na logística reversa.

Resíduo e rejeito
Você sabe a diferença entre resíduo e rejeito?

Rejeitos radioativos

Os rejeitos radioativos são os materiais gerados a partir de produtos radioativos, que não podem ser reutilizados. De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), eles são classificados de acordo com suas meias-vidas (tempo em que um elemento radioativo leva para reduzir-se à metade), níveis e natureza de radiação, resumidos a seguir:

  1. Classe 0: rejeitos isentos (RI), contendo radionuclídeos com valores de atividade, em massa ou volume, abaixo do padrão estabelecido pela Comissão;
  2. Classe 1: rejeitos de meia-vida muito curta (RVMC), contendo uma meia-vida inferior ou igual a 100 dias, com níveis de atividade superiores ao padrão;
  3. Classe 2: rejeitos de baixo e médio níveis de radiação (RBMN), contendo uma meia-vida superior a 100 dias, níveis de atividade superiores ao padrão estabelecido e potência térmica inferior a 2 kWh/m³;
  4. Classe 3: rejeitos de alto nível de radiação (RAN), contendo concentração de radionuclídeos de meia-vida longa que excedam as limitações da classificação de rejeitos com meia-vida curta e potência térmica maior que 2 kWh/m³.

Como exemplo, é possível destacar os materiais usados na medicina e indústria, como luvas e aventais contaminados, e combustíveis usados em reatores nucleares. Esses rejeitos precisam ficar de 50 a 300 anos isolados, para que não haja risco de contaminação radioativa.

Em 1987, o Brasil sofreu um acidente radioativo causado pelo manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, que continha o Césio-137, rejeito radioativo. O elemento químico chegou às mãos da população de Goiânia, causando contaminação e problemas de saúde em várias pessoas. Dessa forma, é muito importante educar a sociedade sobre os perigos de alguns rejeitos, com o objetivo de prevenir novos acidentes.

Poluição nuclear
O que é poluição nuclear e quais são seus perigos?

Rejeitos de mineração

Barragem de rejeitos. Imagem de Márcio de Souza Werneck em UFABC
Barragem de rejeitos. Imagem de Márcio de Souza Werneck em UFABC

Um dos principais exemplos de rejeitos são os rejeitos de mineração. Eles são caracterizados de acordo com sua granulometria, sendo denominada “lama”, quando fina, e “rejeito granular”, quando grossa (acima de 0,074 mm). Eles são todo o resto de rochas, minerais, areia e água de baixo ou nenhum valor econômico. Desse modo, eles são descartados após o processo de beneficiamento, normalmente em pilhas.

Como consequência do avanço da tecnologia e aumento da exploração de recursos minerais, os rejeitos de mineração cresceram muito. Assim, seu descarte tomou mais destaque após a análise de possíveis problemas ambientais.

Segundo o Ibram, a maior parte do descarte mundial de rejeitos de mineração é feita por meio de barragens de rejeitos, que têm como função contê-los e reservar água para reúso nas minas e/ou no beneficiamento.

Dessa forma, a Lei nº 12.334 de 2010 institui a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e cria o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB). Ela define a gestão, implantação, organização e fiscalização destas. Além disso, destaca algumas regras como a separação de rejeitos por granulagem, sistemas de drenagem eficientes e proteção superficial da barragem.

Porém, apesar das políticas para garantir a segurança, o Brasil já sofreu inúmeros acidentes de deslizamentos, como o caso de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. Além disso, outros impactos ambientais são causados pelas barragens e o aumento da geração de resíduos e rejeitos vindos da mineração. Alguns exemplos incluem:

  • poluição das águas superficiais e subterrâneas;
  • desmatamento;
  • alteração de ecossistema;
  • diminuição da biodiversidade;
  • desperdício de água.
O que é mineração e quais são seus impactos ambientais?

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