Um relacionamento tóxico acontece entre pessoas que não se apoiam, possuem situações conflitantes e acabam atormentando uma à outra. Além disso, em grande parte das vezes essa relação é marcada por competição e desrespeito, entre outras características negativas e prejudiciais.
Toda relação pode envolver dificuldades e conflitos, afinal, isso é normal. Um relacionamento tóxico, por outro lado, é muito mais desgastante do que positivo. Sendo constantemente desagradável e podendo gerar a constante sensação de estar pisando em ovos ao lidar com a outra pessoa. Ele pode acontecer com qualquer pessoa e em diferentes relações, desde os relacionamentos românticos até relações com amigos, familiares e colegas de empresa.
Apesar de fazer bastante mal para o psicológico, emocional e saúde mental dos envolvidos, um relacionamento tóxico pode ter sinais sutis e difíceis de serem reconhecidos. Portanto, é necessário conhecê-los e saber como fugir desse tipo de relação.
De acordo com Ginnie Love Thompson, psicoterapeuta na Flórida, toda relação saudável tem um nível de toxicidade. No entanto, esse nível pode fugir de controle e, então, surgirem problemas diversos. Se alguém envolvido na relação começa a se sentir desconfortável, é um sinal de que é preciso parar e perguntar qual é a causa disso.
Jane Greer, terapeuta de casamento e família, aponta que é importante entender e avaliar quando você passa a sentir que não é bom o suficiente para o seu parceiro. Se a pessoa te faz sentir que está sempre fazendo a coisa errada, isso pode ser um sinal de relação tóxica.
Nesse tipo de relacionamento, a pessoa pode agir de forma prejudicial inconscientemente. Sendo seu comportamento uma consequência de algum transtorno, trauma ou outras questões do tipo. De acordo com a Dra. Kristen Fuller, as pessoas que agem prejudicialmente podem ter passado, por exemplo, por algum relacionamento tóxico quando criança ou mesmo sofrido bullying.
Relações tóxicas entre pais e filhos também podem acontecer. Nessa situação, frequentemente os pais possuem algum transtorno mental, vício ou problema emocional. Por isso, acabam passando isso adiante na relação familiar – ainda que não notem.
Geralmente, nessa relação, os pais fazem com que os filhos duvidem de sua importância e não acreditem serem merecedores de amor e aprovação. Em famílias tóxicas, imperam regras como as de que os filhos devem respeitar os pais não importa o que aconteça, não devem ter mais sucesso que o pai ou serem mais felizes que a mãe e não podem ter a sua própria vida.
Com o tempo, um relacionamento tóxico pode evoluir e trazer diversas consequências que podem afetar o bem-estar das pessoas envolvidas ou até se tornar uma relação abusiva. Esses tipos de relacionamentos abusivos podem estar caracterizados pelo abuso emocional como forma de controle sobre o outro.
Em relações amorosas heteronormativas, percebe-se que o nível de toxicidade está relacionado à estrutura de poder de uma sociedade patriarcal que coloca a mulher em lugar de subjugação. Prova disso são os números de casos de violência contra a mulher (um dos sinais de relacionamento abusivo) e de feminicídio. Nesses, mais de 80% dos casos são praticados por parceiros ou ex-parceiros de relação íntima, de acordo com dados da Segurança Pública.
Os sinais de relações tóxicas podem ser bastante sutis. Isso é um dos impasses, pois a pessoa inserida no relacionamento pode acabar não conseguindo perceber o que é um relacionamento saudável e um relacionamento tóxico.
Esses são alguns sinais de um relacionamento tóxico:
O relacionamento, quando passa a ser tóxico, torna-se muito desconfortável. A relação deixa de trazer felicidade e passa a trazer mais tristeza, raiva e ansiedade. Isso pode fazer com que a pessoa não se sinta bem perto do parceiro, amigo ou parente ou até se sinta pior. Afinal, a companhia te faz ficar para baixo.
Pessoas tóxicas geralmente prejudicam sua autoestima fazendo comentários como:
Parceiros tóxicos costumam ser controladores e ciumentos em excesso. Muitas vezes eles insistem em fazer tudo junto, não permitem que o outro fique sozinho e monitoram sua vida.
Em uma relação tóxica, a comunicação é igualmente negativa, sendo repleta de sarcasmo, crítica ou mesmo hostilidade.
Um relacionamento tóxico traz muito mais estresse do que felicidade, ele vem acompanhado de diversos outros sentimentos, como insegurança e sensação de esgotamento.
Um parceiro tóxico impede que o outro tenha privacidade. Para isso, ele pode examinar seus recibos, contas, ler suas mensagens de textos, monitorar seu celular, entre outras coisas controladoras.
Em uma relação tóxica, seja com um parceiro ou os pais, você está sempre com a esperança de que a pessoa vai mudar. O professor de psicologia Gary Lewandowski diz que há uma vontade de ficar baseada na falsa esperança de uma possível mudança. No entanto, são mudanças que não vão acontecer.
Em um relacionamento tóxico com os pais, eles geralmente agem de maneiras como essas:
Os sinais apresentados anteriormente são apenas alguns dos que podem acontecer em um relacionamento tóxico. A principal recomendação é observar se a relação está fazendo mais bem do que mal. Nesse processo, se notar que a relação está fazendo mal, é importante conversar sobre relacionamentos com alguém e buscar ajuda psicológica, terapia pode ajudar.
Em alguns casos, os parceiros podem querer salvar o relacionamento e fazerem terapia de casal. Além de aderirem à comunicação saudável e encontrarem suporte, por exemplo, em grupos de apoio para casais. Mas é importante que cada um se cure individualmente. Em casos de separação, seguir em frente também passa por terapia e busca de apoio e suporte emocional.
Se o relacionamento é abusivo a ponto de envolver ameaças à saúde física, como violência ou risco disso acontecer, é preciso denunciar.
Procure ajuda discando o número 180. Pode-se denunciar violência à Central de Atendimento à Mulher. Além disso, discando o número 100 pode-se realizar denúncias que serão encaminhadas de forma rápida aos órgãos competentes no município.
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