Relatório aponta que um milhão de espécies estão ameaçadas de extinção

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Cerca de um milhão de espécies estão ameaçadas de extinção, alertou um novo relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), órgão independente apoiado pela ONU. 

Girafas, papagaios e até carvalhos estão incluídos na lista, assim como cactos e algas marinhas, devido a fatores como a destruição de seus habitats e as mudanças climáticas.

Segundo especialistas das Nações Unidas, essa crise da biodiversidade ainda vai piorar, com resultados catastróficos para a humanidade, a menos que os humanos passem a interagir com a natureza de forma mais sustentável.

Por Nações Unidas Brasil | Cerca de um milhão de espécies estão ameaçadas de extinção, alertou um novo relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), órgão independente de ciência e política apoiado pela ONU. Girafas, papagaios e até carvalhos estão incluídos na lista, assim como cactos e algas marinhas.

As algas marinhas são uma das grandes sobreviventes do planeta, e parentes de algumas algas modernas podem ser rastreadas até cerca de 1,6 bilhão de anos atrás. Elas desempenham um papel vital nos ecossistemas marinhos, fornecendo habitats e alimentos para diferentes formas de vida. No entanto, a dragagem mecânica, o aumento da temperatura do mar e a construção de infraestruturas costeiras estão contribuindo para o declínio da espécie.

As árvores, enquanto isso, são ameaçadas por várias fontes, incluindo extração de madeira, desmatamento para indústria e agricultura, lenha para aquecimento e cozimento e ameaças relacionadas ao clima, como incêndios florestais. Estima-se que 31% dos 430 tipos de carvalho do mundo, por exemplo, estão ameaçados de extinção, de acordo com a “Lista Vermelha” de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Já as girafas são alvo devido à sua carne e sofrem com a degradação de seu habitat devido à extração insustentável de madeira e ao aumento da demanda por terras agrícolas; estima-se que existam apenas cerca de 600 girafas da África Ocidental em estado selvagem.

Catástrofe – A atual crise da biodiversidade ainda vai piorar, com resultados catastróficos para a humanidade, a menos que os humanos passem a interagir com a natureza de forma mais sustentável, afirmam especialistas da ONU.

“O relatório do IPBES deixa bem claro que as espécies selvagens são uma fonte indispensável de alimento, abrigo e renda para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo”, destacou a diretora da Divisão de Ecossistemas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Susan Gardner.

“O uso sustentável ocorre quando a biodiversidade e o funcionamento do ecossistema são mantidos enquanto contribuem para o bem-estar humano. Ao continuar a usar esses recursos de forma insustentável, não estamos apenas arriscando a perda e o dano dessas espécies; estamos afetando nossa própria saúde e bem-estar e a da próxima geração”, conclui.

Conhecimento indígena – O relatório também aborda a importância de garantir aos povos indígenas o direito de posse sobre suas terras, pois eles entendem há muito tempo o valor das espécies selvagens e aprenderam a usá-las de forma sustentável.

Exemplos dos tipos de mudanças transformadoras que são necessárias para reduzir a perda de biodiversidade incluem uma distribuição equitativa de custos e benefícios, mudanças nos valores sociais e sistemas de governança eficazes.

Atualmente, os governos de todo o mundo gastam mais de US$500 bilhões todos os anos em atividades que prejudicam a biodiversidade para apoiar indústrias como a de combustíveis fósseis, agricultura e pesca. Especialistas dizem que esses fundos devem ser reaproveitados para incentivar a agricultura regenerativa, sistemas alimentares sustentáveis e inovações positivas para a natureza.

Este texto foi originalmente publicado por Nações Unidas Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.

Vitor Barreiros

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