Segundo relatório da organização internacional Break Free From Plastic, Coca-Cola, PepsiCo e Nestlé ocupam o topo da lista das empresas que mais poluem por plástico no mundo pelo terceiro ano consecutivo. Em 2020, a auditoria foi realizada por 15 mil voluntários, que se reuniram em um mutirão de coleta de lixo plástico em praias, rios e parques de 55 países, incluindo o Brasil. A equipe coletou um total de 346.494 resíduos plásticos, que foram analisados em uma auditoria para identificar as marcas produtoras dessas embalagens.
A Coca-Cola foi classificada como a líder entre as companhias que mais poluem por plástico do mundo, registrando 13.834 resíduos plásticos no total. De acordo com a auditoria, o lixo produzido pela marca foi o mais frequente em 51 dos 55 países analisados, superando o índice do ano passado. Em 2019, a Coca-Cola também conquistou o primeiro lugar na lista de maiores poluentes, tendo sido a mais encontrada em 37 países entre 51 pesquisados.
A taxa mais recente da Coca-Cola supera o total registrado pelo segundo e o terceiro lugar, PepsiCo e Nestlé, juntos. Com 5.155 resíduos plásticos em 43 países, a PepsiCo mantém a segunda posição no ranking de empresas mais poluentes pelo terceiro ano consecutivo. A Nestlé, com 8.633 resíduos encontrados em 37 países, segue a mesma tendência e fica com o terceiro lugar novamente.
No início deste ano, a Coca-Cola foi criticada por ativistas ambientais ao anunciar que não abandonaria as garrafas plásticas, argumentando que esse tipo de embalagem é “popular entre os consumidores”. Em março, pesquisa da ONG Tearfund revelou que a Coca-Cola, a PepsiCo, a Nestlé e a Unilever são responsáveis pela produção anual de meio milhão de toneladas de poluição por plástico em seis países em desenvolvimento.
Um porta-voz da Coca-Cola afirma que a companhia está trabalhando para lidar com o desperdício de embalagens em parceria com outras empresas e contestou a alegação de que não está progredindo na redução do lixo plástico produzido pela marca, informando que promove diversos investimentos nesse sentido. Já a PepsiCo diz que a empresa está tomando medidas para lidar com as embalagens por meio de “parceria, inovação e investimentos” e acrescenta que a empresa está investindo em parcerias para ampliar a infraestrutura de reciclagem e coleta de resíduos desde 2018.
Em comunicado, a Nestlé diz que a empresa está fazendo “progressos significativos” na adoção de embalagens sustentáveis, embora reconheça que é preciso fazer mais. “Estamos intensificando nossas ações para tornar 100% de nossas embalagens recicláveis ou reutilizáveis até 2025 e para reduzir o uso de plásticos virgens por um terço no mesmo período. Até agora, 87% de nossas embalagens totais e 66% de nossas embalagens de plástico são recicláveis ou reutilizáveis”, declara.
Emma Priestland, coordenadora da campanha global Break Free From Plastic (algo como “Liberte-se do plástico”, em português), acredita que a única maneira de deter a crescente maré global de lixo plástico é interromper sua produção, eliminar o uso de descaráveis e implementar sistemas de reutilização de embalagens. Para ela, as empresas detectadas pela auditoria devem liderar o caminho para encontrar soluções viáveis para o problema e reinventar a forma como comercializam seus produtos.
A auditoria global da Break Free From Plastic revelou também que sachês descartáveis, usados para embalar pequenos volumes de produtos – como ketchup, café e xampu –, são o tipo de item mais frequentemente encontrado, seguidos por bitucas de cigarro e garrafas de plástico. Vale lembrar que o descarte correto de embalagens também é responsabilidade do consumidor. Ao adquirir um produto, dê preferência a embalagens ecológicas, recicláveis ou biodegradáveis, e procure dar a elas a destinação adequada.
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