Conceito de resiliência surgiu na física, mas é aplicado em diversas áreas do conhecimento
Resiliência, do latim “resilientia (re + salio)” significa “saltar para trás”, recuperar-se, voltar ao “normal”. O conceito é aplicado em diversas áreas do conhecimento, incluindo a área ambiental, climática, física e psicológica. Mas foi cunhado em 1807 pelo físico Thomas Young, que o definiu como a capacidade de um objeto, material ou corpo de sofrer pressão ou impacto e, depois, voltar à forma original.
Resiliência psicológica
O conceito de resiliência pode ser utilizado para explicar fenômenos psicossociais referidos a indivíduos, grupos ou organizações que superam ou transcendem situações adversas. No contexto do trabalho, a resiliência pode explicar a mobilização de recursos psicossociais para o enfrentamento das rupturas e situações de tensão características da modernidade. Neste ambiente, a resiliência se mostra na transformação de crises em oportunidades. Ela pode ser o elemento diferencial entre o enfrentamento da situação que leva ao crescimento psicológico ou a sensação de vitimização, em situações similares de pressão organizacional. A resiliência parece estar associada ao auto-conhecimento, religiosidade e arte.
A resiliência como área de conhecimento, tenta compreender como crianças, adolescentes e adultos são capazes de sobreviver e superar adversidades, apesar de viverem, em condições de pobreza, violência familiar, doença mental dos pais ou apesar das conseqüências de uma catástrofe natural, entre outras. Na área de intervenção psicossocial, a resiliência tenta envolver o indivíduo e seu ambiente social, ajudando-o a superar a adversidade (e o risco) e ter melhor qualidade de vida.
Resiliência física
Resiliência física se refere à características de alguns sub-materiais acumularem energia quando submetidos a stress sem ocorrer ruptura. Quando a tensão cessa, o material retorna da sua deformação. Exemplos de materiais com alta resiliência são o elástico e a vara de salto esportivo. c
O conceito foi desenvolvido pelo cientista Thomas Young, enquanto estudava a relação entre a tensão e a deformação de barras metálicas, em 1807. Para a física, a resiliência é a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de uma tensão ou deformação.
Saber medir exatamente a resiliência dos materiais, como o aço, é determinante para a engenharia.
Resiliência ambiental
O conceito de resiliência ambiental tem origem na ecologia. Ele pode ser definido como a capacidade de recuperação de um ambiente depois de ter sofrido um impacto. Nesse contexto, resiliência se refere à aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação. A noção de resiliência ambiental ficou conhecida a partir de 1970, com o trabalho do ecologista C. S. Holling.
Porém, a capacidade de resiliência de um ambiente é mais ou menos limitada dependendo do grau de destruição. Um ecossistema pode não mais restaurar sua variedade de plantas e animais como era antes de sofre o impacto. Áreas florestais aparentemente recuperadas depois de desmatamento, por exemplo, podem apresentar uma diversidade vegetal menor do que a floresta original. Isso também é válido para espécies de animais, que em decorrência de destruição ou poluição podem ser extintas.
Resiliência climática
O impacto das mudanças climáticas pode ser irreversível. E ele pode se dar em áreas como agricultura, habitação e energia. Estão aumentado os número de eventos climáticos extremos que geram furacões, deslizamentos de terra, alagamentos, fortes tempestades, entre outros. Por isso a resiliência climática é urgente. É preciso que a humanidade desenvolva sistemas resilientes às mudanças do clima.
Na produção agrícola, por exemplo, a disponibilidade de água continua sendo fator-chave que determina o crescimento e a produtividade da cultura. As mudanças previstas nesses fatores causarão uma queda no rendimento da colheita. Além disso, aumentarão patógenos, pragas de ervas daninhas. Mas mudanças adaptativas que não alteram radicalmente a natureza dominante da monocultura podem moderar temporariamente os impactos negativos. A melhor solução nesse sentido é a implementação da agroecologia e a redução drástica da produção e do consumo de alimentos de origem animal.