Revistas científicas liberam acesso ao público para pesquisa sobre coronavírus

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Publicações mais importantes da área de ciências querem contribuir com informações e divulgação de estudos para auxiliar no combate à pandemia

Imagem editada e redimensionada de João Silas, está disponível no Unsplash

A cobertura jornalística dos grandes veículos de comunicação sobre a pandemia de coronavírus tem sido elogiada pela qualidade na prestação de serviço que têm oferecido para a sociedade. Esses veículos são hoje as fontes mais confiáveis sobre a covid-19 de acordo com uma pesquisa divulgada pelo professor da Escola de Comunicação de Artes (ECA) da USP, Carlos Eduardo Lins da Silva, em sua coluna no Jornal da USP.

Para auxiliar nessa aquisição de informação confiável e de qualidade, além de contribuir com as pesquisas, editoras das principais revistas científicas de todo o mundo liberaram o acesso a documentos e dados publicados sobre coronavírus e outras epidemias a partir de estudos que já estão sendo publicados. Estas revistas, como as famosas Science e Nature, possuem critérios rigorosos para publicação e são editadas para disseminar o conhecimento científico, os avanços e pesquisas que estão sendo conduzidas internacionalmente.

Estudiosos do ramo da ciência, que precisam se manter sempre atualizados, já estão acostumados a obter informações por meio de artigos científicos nestas publicações. Mas elas ficam restritas porque o acesso geralmente é por assinatura, feita pelas universidades, com custos que chegam a R$ 6 mil por título anualmente. Daí a importância de se ter agora o acesso aberto e gratuito para todos os públicos.

Os editores das principais revistas se reuniram por meio de uma iniciativa chamada Wellcome Trust, criada em 2016, que estabelece princípios entre a comunidade científica para compartilhar dados e publicações em tempos de crise para o benefício da saúde pública. Eles estão oferecendo conteúdo de acesso aberto diretamente relacionado à covid-19 para “promover o alcance da ciência no mundo e combater a atual epidemia”, ressalta a página oficial.

Na Universidade de São Paulo, a Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (Aguia) tem trabalhado na divulgação dessas publicações científicas que estão com acesso aberto. De acordo com Elisabeth Adriana Dudziak, da área de comunicação científica e divulgação de recursos de informação, é muito importante que todas as pessoas tenham acesso a esse material neste momento. “Em geral, o acesso aos recursos é simples e direto. Mas há alguns editores que pedem o preenchimento de formulários antes de habilitar os acessos”, explica.

Estão disponíveis, por exemplo, a família de publicações Science, uma das mais respeitadas do mundo; o The New England Journal of Medicine, que criou uma página específica e oferece vários recursos para pesquisa; outra é a editora Rockefeller University Press, que tornou todas as suas publicações relacionadas à covid-19 acessíveis no PubMed Central (PMC) e outros repositórios públicos.

A DotLib no Brasil, que distribui livros digitais, periódicos eletrônicos e bases de dados das principais editoras científicas do mundo, em todas as áreas do conhecimento, também aderiu à iniciativa Wellcome Trust de acesso gratuito. Outro exemplo, o site da revista Scientific American colocou um diretório dedicado exclusivamente ao coronavírus que aborda o tema sob vários aspectos, desde saúde pública, medicina e biotecnologia, sociedade e comportamento, até meio ambiente. Em todos esses casos, “são fontes de informação seguras, coerentes, reais e com um claro contexto clínico”, conforme destaca e-mail divulgado pela DotLib.


Texto originalmente escrito Thais Helena Santos para o Jornal Usp

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