A Revolução Verde é uma expressão criada por William Gown, durante uma conferência que ocorreu na cidade de Washington em 1966. O conceito se refere ao conjunto de desenvolvimento de técnicas na produção agropecuária que surgiram a partir do ano de 1930.
Basicamente, essas transformações consistem em mecanização do campo, utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas e sementes transgênicas. Apesar de gerar inovações tecnológicas, a Revolução Verde foi responsável por provocar diversos impactos sociais, econômicos e ambientais negativos.
A partir da década de 1950, os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas (ONU) atuaram politicamente para implantar mudanças na estrutura fundiária e nas técnicas agrícolas em vários países subdesenvolvidos, muitos dos quais ex-colônias recém-independentes.
Na Guerra Fria, a intenção dos norte-americanos era evitar o surgimento de focos de insatisfação popular por causa da fome. Eles temiam pela instalação de regimes socialistas em alguns países do Terceiro Mundo. Além disso, a indústria química, que se desenvolveu voltada para o setor bélico, apresentava certa capacidade ociosa nesse período.
Com o objetivo de aumentar a extração do campo, os Estados Unidos ofereceram financiamento para a importação dos insumos. Como a maquinaria e capacitação de técnicos e professores para as faculdades e cursos técnicos agrícolas. Os governos dos países subdesenvolvidos passaram a alterar os currículos de suas universidades em prol do novo modelo econômico proposto.
Entretanto, a proposta era a adoção do mesmo padrão de cultivo em todas as regiões onde se implantou a Revolução Verde. Assim, desconsiderando a variação das condições naturais, das necessidades e possibilidades dos agricultores. Assim, a médio e longo prazo, essas mudanças causaram impactos sociais, econômicos e ambientais muito graves.
A expressão “Revolução Verde” foi criada por William Gown, durante uma conferência que ocorreu na cidade de Washington em 1966. Entretanto, as inovações características dessa revolução começaram a ser aplicadas por Norman Borlaug, ainda na década de 1930. Ele era agrônomo e coordenou uma pesquisa sobre a variedade de sementes de trigo que fossem resistentes a pragas e doenças.
Em 1970, os estudos de Norman Borlaug renderam-lhe o Prêmio Nobel da Paz. Afinal, se mostraram suficientes para erradicar a fome nas décadas seguintes.
A revolução proporcionou aumento de extração por área cultivada e crescimento considerável da produção de alimentos. Principalmente de cereais e tubérculos. Porém, isso ficou restrito às grandes propriedades, que possuíam terras em condições ideais para a modernização e condições climáticas favoráveis.
Países que não realizaram a reforma agrária e os trabalhadores agrícolas não tinham propriedade familiar, sobretudo na África e no Sudeste Asiático, a mecanização da produção diminuiu a necessidade de mão de obra, contribuiu para o aumento dos índices de pobreza e provocou êxodo rural.
O sistema mais utilizado pelos países que seguiram as premissas da Revolução Verde foi a monocultura, o que resultou em sérios impactos ambientais. O cultivo de espécie vegetal única em grandes extensões de terra favorece o desenvolvimento de pequenas espécies animais invasoras. Já que as pragas que se alimentam desses produtos.
Nas monoculturas, as pragas se proliferam rapidamente. Portanto, em dois ou três dias uma plantação de soja ou de algodão pode ser dizimada. Para evitar isso, utilizam-se cada vez mais inseticidas e fungicidas químicos, que podem ser altamente prejudiciais à saúde humana.
O cultivo mecanizado é obrigatoriamente acompanhado do uso de fertilizantes químicos. Isso para o controle das chamadas “ervas daninhas”, ou do “mato”. Essas espécies nascem e crescem mais rapidamente. Então, aplicam-se os herbicidas, tão tóxicos quanto os venenos empregados para controlar insetos e fungos.
A aplicação frequente de quantidades cada vez maiores desses produtos químicos contamina o solo. Eles são transportados pela chuva para riachos e rios, afetando a qualidade das águas que alimentam o gado. Elas abastecem as cidades e abrigam os peixes.
Os agrotóxicos afetam a fauna, e os pássaros e os peixes desaparecem rapidamente das áreas de monocultura. Isso favorece a proliferação de pragas, lagartas, mosquitos e insetos em geral. A impregnação do solo com agrotóxicos e adubos químicos tende a torná-lo estéril pela eliminação da vida microbiana.
Além dos desequilíbrios ambientais causados pela monocultura, a mudança substituiu as inúmeras variedades vegetais por poucas, levando à chamada erosão genética (extinção das variedades de uma dada espécie). Assim, grandes indústrias iniciaram o processo de controle sobre o comércio e as pesquisas que modificam a semente dos vegetais cultivados. E então passaram a controlar toda a cadeia de insumos.
Entretanto, essas sementes modificadas não são férteis. Esse fator obriga os agricultores a comprar novas sementes a cada safra se quiserem obter boa produtividade. Isso se tornou um grande obstáculo para os pequenos agricultores.
Pois trouxe a necessidade de compra e reposição constante de sementes e fertilizantes que se adaptem melhor a elas. Logo, aumentando muito o custo de produção e inviabilizando a soberania alimentar de diversos países.
As sementes modificadas são um exemplo de OGM (Organismos Geneticamente Modificados).
A agricultura brasileira mudou completamente após a adoção de práticas características da Revolução Verde. A introdução de novas técnicas ocorreu durante o regime militar. Ela foi um dos pilares do chamado “milagre econômico” ou “anos de chumbo”. Sendo um movimento instituído pelos governantes da época para alavancar as taxas de crescimento econômico do Brasil.
A partir da produção em larga escala, o país passou à condição de exportador de commodities. Entre os produtos de grande desempenho estavam a soja e o milho. Com a matriz agrícola voltada para as vendas externas, o Brasil instituiu agências de fomento e pesquisa. Entre as agências abertas nesse período está a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fundada em 1973.
Os investimentos realizados nesse período resultaram em um setor agrícola extremamente forte e desenvolvido, baseado na monocultura de exportação. Contudo, os benefícios atingiram apenas um pequeno grupo de grandes produtores rurais. Assim, desencadeando concentração fundiária, conflitos agrários e desigualdade social para a parcela restante da população.
Os investimentos foram feitos por países desenvolvidos.
Como ressaltado anteriormente, a Revolução Verde provocou diversos impactos sociais, econômicos e ambientais. Algumas das consequências danosas da revolução para o meio ambiente são:
Esses impactos resultaram na quebra do equilíbrio ambiental, assim como prejudicaram animais e plantas.
Além disso, a Revolução Verde gerou consequências importantes, como o aumento da desigualdade social. Além da concentração de terras e da dificuldade dos pequenos agricultores em comercializar produtos em um mercado altamente competitivo.
Apesar dela ter surgido para acabar com a fome, na realidade, a maior parte da sua produção é tratada como commodity. Enquanto grãos como milho são destinados à produção de biocombustíveis, a fome ainda é uma constante em diversas nações. Segundo informações encontradas em relatórios da Oxfam.
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