Os rios mortos são aqueles que não cumprem mais seus papéis ecológicos e não são capazes de sustentar qualquer forma de vida. A sua morte é resultado da ação do homem, ou seja, a constante poluição desses corpos de água e a negligência em cuidar dos rios.
Uma pesquisa publicada em 2022 alerta sobre a negligência humana na conservação de rios. De acordo com o relatório, metade de todas as bacias hidrográficas do mundo todo estão severamente ameaçadas por projetos de desvio de água. Além dos rios mortos, corpos de água do planeta mostram sinais de eutrofização — um processo de multiplicação excessiva de algas que pode ser o resultado de esgotos domésticos, efluentes industriais não tratados ou apenas do acúmulo natural de nutrientes nos rios e tem efeteitos negativos no meio ambiente.
Embora a ação humana tenha sido apontada como o maior motivo para a degradação desses corpos de água, o relatório também menciona o aquecimento global como agravante da situação. Porém, é importante notar que os próprios efeitos do aquecimento global foram agravados pela ação humana.
Entre os rios biologicamente mortos estão o Tâmisa, da Inglaterra, e o Yellow Jacket River, de Zimbabwe.
Afinal, além da poluição, como a ação humana pode resultar na morte de um rio? Muitos desses corpos hídricos começam a ser explorados, tanto para fornecer abastecimento hídrico ou canalizados e utilizados para o sistema de esgoto. A urbanização e as constantes alterações fizeram com que os rios perdessem boa parte, senão toda a sua diversidade e ecossistemas que fazem parte de sua estrutura. Desse modo, toda a vida presente dos rios se perde e a poluição faz com que seu retorno seja quase impossível pelas condições e qualidade da água.
A poluição da água é categorizada pela contaminação de qualquer corpo hídrico por microorganismos, substâncias químicas e outros compostos nocivos e prejudiciais. Entre as causas desse tipo de poluição estão a indústria agropecuária, derramamento de óleo, pesca e esgoto.
Em 1957, o Rio Tâmisa, um dos corpos hídricos mais famosos do mundo, foi considerado um rio morto. A poluição de suas águas era tão extensa, que especialistas o categorizaram como biologicamente morto.
Contudo, em meados de 2021, novos relatórios de análise das águas do Tâmisa conseguiram comprovar que espécies de tubarões, enguias, focas e cavalos marinhos habitam o local. De acordo com os cientistas, o número de espécies decaiu desde 1990. Porém, também foi possível notar mais de uma espécie de foca habitando o rio, o que antes nunca tinha sido visto.
Embora o cenário total tenha melhorado, o rio ainda não foi declarado como “vivo” e continua pertencente à categoria de rios mortos. Além disso, as melhorias que possibilitaram a vida à voltar ao Tâmisa ainda não são soluções dos problemas, como o tratamento do esgoto.
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