A risada é uma resposta física ao humor e consiste em duas partes: os gestos e a produção de som. Quando as pessoas riem, o cérebro humano libera um processo em que essas duas partes são conduzidas simultaneamente. Um riso genuíno provoca mudanças em diversas áreas do corpo, músculos, membros e sistemas internos.
Assim que uma pessoa começa a rir, cerca de 15 músculos faciais se contraem, devido a estimulação do músculo zigomático maior (do lábio superior). Enquanto isso, o sistema respiratório é impactado pelo fechamento da laringe, o que dificulta a entrada de ar e causa os engasgos comuns de crises de riso.
Em casos de risada extrema é normal que os canais lacrimais sejam ativados, devido ao ato de abrir e fechar a boca — pela dificuldade de respirar —-, fazendo com que o rosto fique vermelho, ou roxo, e úmido. Os sons emitidos durante essa situação podem ser risos calmos ou gargalhadas estridentes.
O neurobiologista comportamental, Robert Provine, descobriu em um dos seus estudos que a risada consiste em variações de pequenas repetições vogais a cada 210 milisegundos. De acordo com o pesquisador, a maioria das gargalhadas variam entre “ha-ha-ha” e “ho-ho-ho”, mas nunca a mistura dos dois.
Você já sentiu uma vontade de rir descontroladamente ao ver um amigo dando uma boa gargalhada? Isso é normal, afinal, a risada é uma ação contagiosa. Pesquisadores, como Provine, sugerem que as pessoas têm um detector de emoções que ajuda a engatilhar circuitos neurais, que geram o riso.
Um estudo, de 2006, mostrou que o humor e a risada funcionam como uma tática social há muito tempo. Ou seja, as pessoas usam essas técnicas para criar laços e fortalecer relações com outros indivíduos. Além disso, os humanos tendem a copiar e imitar os gestos de quem eles conversam e convivem, como uma forma de demonstrar empatia e manter um bom diálogo. Por isso, quando o seu amigo tem uma crise de gargalhada, você também ri descontroladamente.
O filósofo John Morreall defende que a primeira risada humana aconteceu como um gesto de alívio, depois de uma situação de perigo. Como o relaxamento que resulta da gargalhada reduz a resposta de luta-ou-fuga do organismo, a maioria dos estudiosos acreditam que esse pode ter sido o primeiro caso.
A produção da risada está relacionada a diversas partes do cérebro. Uma pesquisa, realizada em 1997 por Peter Derks, analisou o padrão cerebral de uma pessoa ao consumir um conteúdo de humor. Ao final do estudo foram percebidas as seguintes atividades neurológicas:
Ao contrário de outras respostas emocionais, a risada é uma resposta neural que parece ser produzida por um circuito que passa por diversas regiões do cérebro. Ou seja, caso qualquer uma dessas partes seja danificada, o senso de humor do indivíduo pode ser alterado.
Existem teorias que tentam explicar o que torna algo engraçado para os seres humanos, algumas delas são:
Teoria da incongruência: sugere que o humor surge quando a lógica e a familiaridade são substituídas por coisas que não necessariamente se encaixam. Desta forma, uma piada é engraçada quando ela oferece uma resposta que não faz parte das expectativas do ouvinte. Afinal, ao ouvir uma história engraçada, as pessoas antecipam o final, e quando isso é quebrado com algo além do imaginado, suas emoções ficam à flor da pele;
Superioridade: quando alguém ri do erro ou da desgraça de alguém. A risada, nesse caso, é causada pelo sentimento de superioridade e desprendimento da situação;
Teoria do alívio: muito usada em filmes, a risada causada pelo alívio acontece quando se constrói uma grande quantidade de tensão e suspense. Essa sensação é quebrada por um comentário engraçado ou pelo alívio que vem com o fim do momento ruim;
Expressão facial: uma pesquisa, de 2014, revelou que as pessoas tendem a achar mais graça quando os outros se envolvem em acidentes ou cometem erros quando eles têm uma expressão facial estranha ou confusa. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores mostraram imagens de indivíduos em acidentes, com o rosto confuso, com dor, raiva ou a face coberta. No fim, os voluntários elegeram como dignas de risada apenas as fotos com pessoas confusas;
A idade de um indivíduo e a fase da vida que ele está passando determina o seu senso de humor. Sendo assim, crianças e bebês, que ainda estão descobrindo o mundo, podem rir de qualquer coisa, principalmente aquilo que é desconhecido. Além disso, esse grupo adora piadas relacionadas às funções básicas do corpo, como as fezes, pois é algo que estão aprendendo.
Na adolescência, em que tudo é tenso e esquisito, é comum que o humor esteja relacionado a sexo, comida e figuras autoritárias. Isso porque a adolescência é o momento de descobrir o mundo e experimentar um pouco de como é a vida adulta.
Para os adultos o humor é mais maduro, mais tolerante e menos crítico. Afinal, são pessoas que já enfrentaram diversas situações, boas ou ruins, e possuem experiências o suficiente para sentir empatia pelos outros. Nesse período da vida humana, a risada serve como um alívio para o estresse.
É importante frisar que o fator cultural também afeta o humor de um indivíduo. Piadas ou situações que são engraçadas para brasileiros não são para estadunidenses e europeus. O senso de comunidade e conhecimento geral da população é importante para determinar o que a faz rir e o que não faz.
Por ter uma relação direta com certas funções do corpo, a risada tem uma série de benefícios ao corpo. Principalmente quando se trata do estresse. Os efeitos causados pelas mudanças da risada no corpo são:
Estimulação de órgãos: a risada aumenta a entrada de oxigênio no corpo, estimulando o coração, o pulmão e os músculos. Isso aumenta a endorfina liberada no cérebro;
Alivia o estresse ativamente: a risada ajuda a reduzir as batidas cardíacas e o nível de pressão sanguínea durante uma situação estressante;
Melhora o sistema imunológico: pensamentos negativos se manifestam como reações químicas do sistema imune, diminuindo a imunidade do indivíduo. Por isso, uma risada sincera pode aumentar neuropeptídeos que ajudam a combater o estresse e doenças potencialmente mais graves;
Alivia a tensão: dar gargalhadas estimula a circulação sanguínea e ajuda o relaxamento dos músculos, o que pode reduzir sintomas físicos de estresse;
Aumenta a satisfação: a risada pode ajudar a lidar com momentos difíceis, fazendo com que você se conecte com outras pessoas;
Melhora o humor: para pessoas tendo dias difíceis ou sofrendo com transtornos psicológicos, a risada serve como mecanismo de reduzir o estresse;
Se você está buscando formas de melhorar o seu humor, confira a lista a seguir:
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