Entenda mais sobre o ronco, suas causas, o tratamento e problemas maiores
Ronco é a obstrução do fluxo do ar pela boca ou pelo nariz enquanto dormimos. Ele pode acontecer quando o ar passa por músculos relaxados na garganta, ou quando a via aérea do nariz é bloqueada. É provável que todo mundo ronque pelo menos uma vez na vida por ser uma condição comum e que é influenciada por diversos fatores, como resfriados e alergias.
Porém, o ronco também pode ser um sinal de problemas mais sérios, como a apneia obstrutiva do sono. A apneia é um distúrbio de sono caracterizado pela interrupção e continuação da respiração durante o sono. Ela ocorre quando a passagem do ar diminui para menos de 90% do normal, sendo uma condição médica séria que requer tratamento imediato. É estimado que pelo menos 936 milhões de pessoas no mundo tenham apneia obstrutiva do sono.
O ronco acontece em cerca de 57% de homens adultos e em 40% de mulheres, e um quarto dessas pessoas são consideradas “roncadores habituais” e pode variar em volume, dependendo da restrição de ar no nariz, boca ou garganta.
Causas
Existem diversas causas plausíveis para o ronco, algumas delas são mais fáceis de solucionar que outras, mas todas resultam da obstrução do fluxo do ar:
- Problemas nasais, como o desvio do septo;
- Alergias;
- Congestão nasal;
- Consumo de álcool antes de dormir — que faz com que os músculos da garganta relaxem;
- Posição de dormir;
- Privação de sono;
- Fumar;
Às vezes, a anatomia da boca e a musculatura da garganta podem ser as principais causas do ronco. Pessoas com tecidos e amígdalas aumentadas que restringem o fluxo de ar geralmente produzem roncos leves. Estar acima do peso também pode fazer a pessoa roncar, por causa do excesso de gordura no pescoço que contrai as vias aéreas ao se deitar.
Nas crianças, o ronco é frequentemente causado por apneia obstrutiva do sono. As amígdalas aumentadas são frequentemente a causa subjacente. Uma criança com essa condição pode mostrar sinais de desatenção, hiperatividade, sonolência ou outros problemas comportamentais durante o dia, devido à falta de sono. Se seu filho roncar com frequência, procure orientação médica.
Diagnóstico
O diagnóstico do ronco pode ser feito com um exame para a verificação de anormalidades na boca. No entanto, casos graves podem exigir exames de raios-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética para verificar se há alterações nas vias aéreas.
Também pode ser necessário um estudo mais aprofundado dos padrões de sono, chamado estudo do sono. Isso requer passar a noite em uma clínica ou centro com sensores na cabeça e outras partes do corpo para registrar:
- Frequência cardíaca;
- Taxa de respiração;
- Níveis de oxigênio no sangue;
- Movimentos de perna.
Tratamento
O ronco pode ser tratado com acompanhamento de um profissional de saúde ou não. Em casos de anatomia como o desvio do septo e o formato da garganta, a cirurgia é indicada e pode amenizar a condição.
Como ele também pode ser consequente da obesidade, ingestão de álcool e de fumar, a mudança de hábitos também pode ser considerada um tratamento.
O tratamento para o ronco depende da causa. Os tratamentos profissionais comuns incluem:
- Boquilhas dentais para posicionar a língua e o palato mole e manter as vias aéreas abertas;
- Implantes palatais, nos quais fios de poliéster trançados são injetados no palato para endurecê-lo e reduzir o ronco;
- Cirurgia para apertar e aparar o excesso de tecido nas vias aéreas, como uma septoplastia para um septo com desvio grave;
- Cirurgia a laser para encurtar o palato mole e remover a úvula;
- Máscaras ou aparelhos para direcionar o ar pressurizado para as vias aéreas e eliminar a apneia do sono e o ronco.
Os procedimentos cirúrgicos corretivos geralmente são soluções permanentes. Máscaras e boquilhas devem ser usadas continuamente.
Complicações do ronco
O ronco frequente aumenta as chances de ocorrer:
- Sonolência durante o dia;
- Dificuldade de concentração;
- Acidentes de viação por sonolência;
- Hipertensão ou pressão alta;
- Doença cardíaca;
- Acidente vascular encefálico;
- Conflito de relacionamento.
Perigos
Enquanto o ronco habitual pode ser comum, o ronco crônico pode indicar alguns problemas de saúde mais sérios. Nem todo mundo que ronca pode desenvolver apneia obstrutiva de sono, mas essas condições não são exclusivas e precisam ser levadas a sério.
A identificação acontece, geralmente, com a ajuda de um parceiro de cama ou com alguém com quem se divide o quarto. Pacientes com apneia geralmente roncam mais alto que o normal, e quando param de respirar é perceptível.
Quando ela não é tratada, a apneia pode resultar em problemas como diabetes tipo 2, risco de hipertensão, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e morte precoce.
Porém, existem algumas dicas e predisposições para diferenciar a apneia obstrutiva do sono do ronco comum. Pessoas com apneia, geralmente:
- Roncam mais alto;
- Ficam cansadas durante o dia por conta da disrupção do sono;
- Sofrem com o aumento da pressão;
- Têm 50 anos ou mais;
- Têm o pescoço mais grosso;
- São homens;
A obesidade também é um dos fatores de risco para o desenvolvimento da condição.
Como prevenir
Casos leves de ronco podem ser melhorados com algumas mudanças no estilo de vida. Manter um peso saudável pode ajudar imensamente a roncar menos durante a noite. Outras mudanças potencialmente eficazes incluem:
- Ir dormir no mesmo horário todas as noites;
- Dormir de lado;
- Tratar congestão nasal;
- Evitar o uso de álcool antes de dormir;
- Não comer antes de dormir;
- Elevar a cabeça com um travesseiro extra.
Embora você possa fazer muitas coisas para evitar ronco leve, procure ajuda médica se roncar com frequência. Controlar o ronco ajudará você a dormir melhor e, como consequência, aumentará sua qualidade de vida.