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Rosas são uma tradição de diversas datas especiais, como o dia dos namorados e o dia internacional das mulheres. Por isso, é comum que as pessoas aproveitem as datas para presentear seus entes queridos com rosas, consideradas o símbolo do amor. O que não se fala é sobre o impacto que essas flores têm na mudança climática e no efeito estufa.

A ligação das rosas com o sentimento do amor surgiu aproximadamente no final do século XVII. Naquela época, o rei Carlos II da Suécia teria ido à Pérsia, lá ele acabou descobrindo a arte de se comunicar com flores. Era cultura da região que as pessoas utilizassem flores para expressar cada sentimento. 

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Assim, a rosa significa amor graças a sua ligação com a deusa grega do amor,  Afrodite. Nas antigas histórias, acreditava-se que as roseiras teriam surgido a partir das lágrimas de Afrodite e do sangue de seu amante, Adonis. Desta forma, as rosas se tornaram uma maneira de se dizer que ama alguém.

A imagem da rosa também se tornou um símbolo feminino. Afinal, além de remeter à deusa Afrodite, ela representava delicadeza e carinho. Duas características que costumam ser associadas à imagem feminina. Por isso, a flor se tornou um presente comum em datas como dia dos namorados, aniversários de namoro, dia das mães e o dia internacional das mulheres. 

Importação

Apesar de sua simbologia romântica, as rosas, que geralmente são vendidas em grandes lojas e mercados durante essas datas, apresentam impacto significativo ao meio ambiente. Toda a produção de CO2 das rosas é derivada do processo de importação que acontece entre países do sul do planeta para o norte.

Um pouco antes do dia dos namorados internacional, ocorre o colhimento e a produção de bilhões de buquês de rosas. Esse processo é realizado em grande parte por países sul-americanos, como Equador e Colômbia, e africanos, como Quênia e Etiópia. Eles são os responsáveis pela exportação de bilhares de rosas que serão entregues a países como os Estados Unidos. 

Ao chegar em seu destino, as rosas serão preparadas para as grandes vendas que ocorrem em datas especiais. Apenas nos Estados Unidos, cerca de 200 milhões de rosas serão importadas para o dia dos namorados. No Brasil apenas 10%, das 60 mil dúzias comercializadas, são importadas. 

A importação é necessária, pois o clima de alguns países pode tornar a plantação de rosas um pouco difícil. O cultivo dessas flores é ideal em países de clima tropical com regiões altas. Assim como na Colômbia, que se beneficia de suas regiões altas para a plantação de rosas

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Outro fator que facilita a importação é a mão de obra barata de países como esses. O que acaba barateando o produto e tornando mais fácil para o consumidor se beneficiar de grandes quantidades de flores. 

No entanto, o processo também acaba gerando uma grande quantidade de CO2, que consequentemente é liberado na atmosfera. A importação de 100 milhões de rosas, segundo estudos, é responsável pela emissão de cerca de 9.000 toneladas de dióxido de carbono.

Processo de importação e emissão de carbono

Para que seja possível que as rosas sejam transportadas de um país ao outro, é necessário que elas sejam colocadas em aviões. Esses meios de transporte são responsáveis por levar toneladas de flores de seu país de origem até o país consumidor. Porém, eles também são os culpados por uma grande quantidade de emissão de gás carbônico.

No mundo, cerca de 3% da emissão de carbono é realizada pela indústria da aviação. Esse número representa ela como um todo, desde o transporte de pessoas até o de carga. Apenas em 2018,  o Conselho Internacional de Transportes Limpos estimou que, três semanas de transporte de rosas para o dia dos namorados, queimou cerca de 114 litros de combustível. Assim, foram produzidas 360 mil toneladas de CO2 na atmosfera.

A emissão não acaba quando os aviões pousam em seu destino.  Na verdade, ela continua até as flores chegarem às lojas e casas. Isso porque, para serem transferidas ao destino final, as rosas são armazenadas em caminhões com refrigeração. Já que a temperatura, umidade e a mistura de oxigênio com CO2 são essenciais para manter as flores vivas. 

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Devido ao refrigeramento gerado por esses caminhões, eles consomem mais combustível que um veículo normal, cerca de 25%. Em datas comemorativas, são necessários milhares de veículos como esses para alcançar as metas de venda. Isso causa uma emissão gigantesca, que se acumula com a do processo de transporte aviário. 

Todo esse dióxido de carbono produzido acaba em um lugar: a atmosfera. Devido ao fato de que o gás carbônico pode continuar na atmosfera por séculos, sem se dissipar, a poluição no mundo aumenta. A mudança climática também aumenta, e acaba ficando cada vez mais difícil combater a alteração de temperatura na Terra. 

Uma maneira de evitar tudo isso

A importação dessas rosas pode ser vista como a grande vilã dessa situação. Transformando o símbolo do amor em símbolo do desastre humano. Por isso, optar pela compra e investimento de cultivadores locais sempre é a melhor opção. Afinal, uma planta que é gerada e vendida na mesma localização não passa pelo processo citado acima.

Sem a necessidade do transporte a longa distância das flores, é possível diminuir a emissão de carbono pela indústria da floricultura. Ao comprar de um vendedor local, que cultiva as próprias flores, você está ajudando os pequenos agricultores a terem espaço e a evitar o acúmulo de CO2 na atmosfera.

 A troca do buquê de rosas por outras flores locais é outra opção válida. Você já pensou em comprar um buquê com flores comuns da região? Aquelas que não precisam ser importadas de outros países? Essas pequenas atitudes podem ser decisivas para o caminho que a humanidade tem seguido em relação à crise climática. 


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