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Ruído branco pode ser benéfico para o cérebro e pode aumentar a qualidade do sono
O ruído branco é um tipo de som que contém todas as frequências do espectro de som (entre 20 e 20 mil hertz) que podem ser escutadas pelo ouvido humano. Ele pode ser visto como a combinação de 20 mil sons tocados ao mesmo tempo e na mesma intensidade ou amplitude, muitas vezes criando ruídos descritos como “estáticos”, possivelmente se igualando aos barulhos executados por ventiladores, aspiradores de pó e outros aparelhos eletrônicos.
O ruído branco faz parte de uma horda de ruídos “coloridos”, que foram popularizados como benéficos à saúde e à qualidade do sono, como o ruído rosa e o ruído marrom. No entanto, o branco é o mais popular da categoria, com diversas afirmações sobre seus efeitos nos seres humanos.
O adjetivo “branco” utilizado para descrever esse ruído deriva das características da luz branca, que é composta por todas as diferentes cores (frequências) de luz combinadas. Similarmente, o ruído branco é composto por todas as diferentes frequências de som ao mesmo tempo.
O que o ruído branco faz?
Por compor todas as frequências, o ruído branco é comumente utilizado para abafar sons que distraem, como o barulho do trânsito e de vozes aleatórias. Contudo, o som também possui pesquisas que comprovam sua efetividade na redução do choro de crianças, melhora do desempenho no trabalho e potencialmente na amenização dos sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Por quê o ruído branco acalma?
Mas, afinal, como o ruído branco funciona e porque ele contém essas propriedades?
Discute-se que o ruído branco cria um tipo de “efeito de mascaramento de som”, que bloqueia ruídos e barulhos externos. Ele pode ser exemplificado de forma básica, como vozes de pessoas. Quando três indivíduos estão falando ao mesmo tempo, é possível diferenciar e focar em diversas vozes ao mesmo tempo. Entretanto, quanto mais pessoas falam, mais difícil é focar em apenas uma voz.
Desse modo, o que o ruído branco faz, é essencialmente criar diversas “vozes”, que ajudam a distrair o cérebro de possíveis barulhos que impedem a concentração e, muitas vezes, o sono.
Qual a diferença do ruído branco, marrom e rosa?
O que diferencia o ruído branco do marrom e do rosa é a frequência que esses sons são concebidos. Enquanto o branco emite sons na mesma intensidade e frequência, o ruído marrom é composto por frequências baixas que ficam em um nível mais alto e as frequências altas em um nível mais suave, criando um som mais grave.
Por outro lado, o ruído rosa contém a mesma intensidade geral em cada oitava, mas o volume das notas individuais diminui em três decibéis. Assim como o ruído marrom, também possui um som mais grave, que é comumente comparado ao barulho do vento ou de ondas constantes.
Benefícios
Acredita-se que a utilização do ruído branco para dormir pode ter sido originada no século 17. No entanto, as pesquisas que comprovam ou negam seus efeitos foram iniciadas durante as décadas de 70, 80 e 90 e permanecem até hoje. Em primeira instância, os benefícios do ruído branco foram observados em recém-nascidos e em adultos, com indícios de que o som pode auxiliar no adormecimento e também em outras fases do sono.
De acordo com um estudo de 2017, por exemplo, adultos adormeceram 38% mais rápido enquanto escutavam ruído branco. Similarmente, outras pesquisas comprovaram seus benefícios no sono de pessoas que vivem em uma área de alto ruído da cidade de Nova York e em pacientes criticamente doentes em uma unidade hospitalar “barulhenta” na Índia.
Faz mal usar ruído branco?
Entretanto, uma análise de 38 estudos sobre o ruído branco exercida pela Universidade da Pensilvânia comprovou que muitos resultados sobre os efeitos benéficos do som são “mistos” ou contraditórios. Embora muitas pesquisas tenham evidências de que esses sons podem auxiliar no ato de adormecer, seus resultados não possuem uma qualidade ideal para que esses benefícios sejam inteiramente comprovados. E, além disso, diversas outras pesquisas já indicaram que o barulho frequente de qualquer tipo pode impactar negativamente o sono.
Em geral, os especialistas envolvidos na análise acreditam que é melhor ter cuidado no uso do ruído branco para dormir. De acordo com Mathias Basner, líder da análise, as possíveis consequências negativas desses sons são o suficiente para ser cauteloso com a frequência.
“Sempre que somos expostos a sons e ruídos, o ouvido interno traduz isso em sinais nervosos que são interpretados pelo cérebro. É um processo ativo, que gera metabólitos, alguns dos quais são comprovadamente prejudiciais ao ouvido interno”, disse Basner.
O ouvido precisa de um tempo de descanso de estímulos externos para que possa se recuperar de um dia barulhento. Portanto, o ideal é o um uso não-constante de aparelhos que emitem ruído branco ou qualquer outro tipo de som.
É importante lembrar, também, que qualquer ruído pode ser prejudicial se for escutado em volumes acima de 70 decibéis. Dessa forma, para manter uma audição de qualidade e evitar problemas futuros, certifique-se de que sua máquina de ruído branco está reproduzido-o em volumes adequados e confortáveis.
