Saber como fazer sabão caseiro com óleo usado é uma ótima forma de economizar. Além de ainda diminuir a geração de resíduo, evitando o uso de produtos como sabão em pó. A receita de sabão caseiro descrita a seguir é de alta qualidade. Ela é criada a partir de uma fórmula mais amigável ao meio ambiente, pois reutiliza óleo de cozinha usado.
Assim, é uma ótima forma de praticar o consumo consciente e a Economia Circular. Afinal, você não perde os recursos gastos na produção do óleo e ainda gera um novo produto. O óleo de cozinha usado não pode ser despejado na pia (pois causa entupimento) e nem descartado de forma incorreta.
É bem provável que já tenham te contado alguma história sobre a possibilidade de fazer sabão caseiro com óleo de cozinha usado. Você já tentou realizar a experiência?
Existem inúmeras receitas de sabão caseiro com óleo de cozinha pela internet, mas estudos comprovaram que a maioria utiliza soda cáustica em excesso. Isso é extremamente perigoso devido a alguns motivos:
O caráter prejudicial da soda cáustica está no contato com a pele e os olhos. Além do uso ou descarte direto no meio ambiente ou esgoto.
Porém, sua reação com o óleo de cozinha vai transformar esses dois ingredientes em outros produtos. Sendo eles o próprio sabão caseiro e a glicerina. Se você tiver o cuidado de usar as quantidades necessárias descritas na receita a seguir, todos os ingredientes serão aproveitados por completo e sem gerar excessos no produto final.
Dessa forma, o seu sabão caseiro produzirá o menor impacto ambiental possível. Isso porque embora o sabão seja biodegradável, não significa que ele não tenha impacto ambiental. Logo, o que buscamos aqui é ter uma pegada mais leve, com o menor impacto possível ao meio ambiente. Afinal, precisamos do produto de higiene para as nossas necessidades diárias de limpeza.
A equipe do Portal eCycle pesquisou e testou algumas receitas de sabão caseiro. Sempre tomando cuidado para chegar em uma fórmula final que contivesse somente as quantidades estritamente necessárias de cada componente. Assim, seria possível atingir um produto final com boa qualidade e com o pH mais próximo possível da neutralidade. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que o pH máximo dos sabões deve ser até 11,5, mas muitas das receitas estudadas apresentaram pH bem superior a esse.
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Em primeiro lugar, coloque os óculos de proteção, as luvas e a máscara. A soda cáustica é altamente corrosiva e deve ser manuseada com muito cuidado. Vamos ao passo a passo de como fazer sabão caseiro.
Coloque a água para esquentar até que ela fique morna (em torno de 40°C). Desligue o fogo. Feito isso, coloque os 140 mililitros de água morna no recipiente pequeno e despeje o conteúdo da soda cáustica lentamente e em pequenas porções no mesmo recipiente, misturando sempre a cada adição. Nunca adicione água fria sobre a soda! A ordem dos ingredientes também deve ser respeitada: colocar soda sobre a água, e nunca a água sobre a soda (isso pode provocar uma reação forte e causar acidentes). É muito importante utilizar um balde ou recipiente plástico de material grosso e resistente, e nunca utilizar garrafas PET para fazer a diluição da soda, pois elas não suportam a temperatura que a reação atinge, podendo romper e vazar esse material extremamente corrosivo. Mexa com a colher de pau até diluir completamente a soda, de modo que não haja mais escamas. Atenção: não utilize recipientes de alumínio descartável em conjunto com a soda cáustica e certifique-se de que eles sejam suficientemente altos, pois essa dissolução pode efervescer e causar espuma.
Depois de retirar as impurezas (é possível fazer isso com uma peneira), acrescente o óleo aos poucos (a uma temperatura de 40°C) e adicione-o ao balde que será utilizado para colocar todos os demais ingredientes. Em seguida, insira a soda bem lentamente, em pequenas porções e misturando continuamente. Esse cuidado aumenta a sua segurança, pois a reação com a soda cáustica libera muito calor, além de produzir um sabão de boa qualidade – se você colocar a soda de uma única vez ou muito rápido sem a agitação adequada, o sabão pode empelotar e ficará difícil reverter isso.
Misture somente o óleo e a soda por cerca de 30 minutos. A consistência final ideal deve ser parecida com a do leite condensado. É necessário respeitar esse tempo de mistura para que haja a reação entre o óleo e a soda.
Após esse tempo de mistura, tem início o momento ideal para adicionar os demais ingredientes. Coloque a essência de sua preferência e conservante (caso queira). Mexa a mistura até ficar homogêneo.
Caso a massa final de sabão esteja muito líquida, insira o álcool lentamente e mexa bem por dez minutos para que a mistura não empelote. Nessa etapa, a massa do sabão caseiro ganhará consistência rapidamente. É recomendável que a forma em que será colocado o sabão já esteja preparada e próxima.
A “gororoba” do seu sabão caseiro vai ficar desse jeito:
Agora é só despejar o sabão no recipiente que você separou…
Por último, basta aguardar o processo de cura do sabão caseiro (que leva de 20 a 45 dias).
Pronto! Depois de esperar o tempo de curso, é só desenformar e cortar e você terá um excelente sabão caseiro em barra para usar no seu dia a dia. Recomenda-se, ainda, deixar em processo de cura (de 20 a 45 dias), de preferência em um recipiente opaco, que fique num lugar fresco e sob abrigo do Sol.
Esse processo visa garantir a reação completa da soda cáustica, além de permitir ao sabão perder a umidade excessiva. O tempo poderá variar de acordo com as condições climáticas locais. Exemplo: se o clima estiver mais chuvoso, pode ser que sejam necessários mais dias; ocorre o contrário caso o tempo esteja mais seco.
Finalizado o processo de cura, é possível medir o pH do sabão. Utilize um papel tornassol, ou ainda, faça você mesmo um medidor de pH caseiro.
Na fabricação do sabão, há uma preocupação acerca da soda cáustica, pois ela é muito corrosiva e teme-se que ela possa ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Realmente seu uso requer muita atenção e alguns cuidados, já que seu contato com pele e mucosas (inalação) pode causar queimaduras. Caso algum acidente ocorra, é importante lavar a região com água corrente fria por 15 minutos.
Após a reação de saponificação com os óleos, durante o chamado tempo de cura, a soda vai perdendo a alcalinidade, ou seja, seu pH vai baixando. Isso porque os álcalis reagem com os óleos e se transformam no sabão caseiro (entenda mais sobre o sabão em barra e o sabão de coco).
Portanto, é preciso ficar atento e utilizar exatamente as quantidades recomendadas de soda para que a substância não sobre na mistura e falte óleo para ela reagir. Assim deixando o seu produto final excessivamente alcalino. Isso pode torná-lo mais agressivo às suas mãos, além de modificar o pH do esgoto. Esse fator pode ser prejudicial ao meio ambiente, como já dito anteriormente.
Em muitos relatos de receitas de sabão caseiro que usam excesso de soda, com o passar dos dias, o sabão vai branqueando. Isso se deve ao acúmulo da soda que não reagiu e que, ao reagir com o ar, forma carbonato de sódio. Essa substância é branca, e pode causar desidratação e reações alérgicas em contato com a pele.
Por isso, muitas pessoas reclamam do sabão caseiro, dizendo que é agressivo à pele. Mas, como visto, o problema não está no sabão, e sim na quantidade de soda usada.
Um clareamento gradual da massa durante o processo de cura é normal, mas sua cor final não será branca. E lembre-se: esta receita de sabão não deve ser utilizada para fins cosméticos. Para limpeza geral, é recomendado o uso de luvas devido à sua alcalinidade intrínseca.
A sua adição ocorre porque a solubilização do óleo é melhor no álcool do que em água. Assim o endurecimento do sabão caseiro se torna mais rápido. Esse ingrediente pode ser dispensável caso você note que, ao fim dos 20 minutos de agitação, a massa de sabão já tem uma consistência adequada para ser colocada na forma.
Existem dois problemas a serem considerados na deterioração de óleo e gordura: a rancificação e a contaminação por bactérias e outros micro-organismos.
Os óleos, em geral, sofrem de um problema que se chama rancificação. Em outras palavras, a deterioração da gordura, evidenciada pelo seu cheiro característico de óleo/gordura estragado. Esse problema aumenta com o tempo de estocagem, pela presença de luz e pelo seu contato com o ar. Mais especificamente com o oxigênio, que causa a auto-oxidação das gorduras, responsável por esses defeitos.
Obs: Como todo e qualquer produto de limpeza, mantenha o sabão caseiro fora do alcance de crianças.
Se você não quiser ou puder fazer o seu próprio sabão caseiro, procure postos que recebem óleo usado na seção postos de reciclagem do Portal eCycle.
Se preferir sabão líquido, saiba como transformar seu sabão em barra na versão líquida na matéria:
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