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Entenda por que o sabonete antibacteriano pode representar riscos para a saúde
O sabonete antibacteriano é, talvez, o mais popular entre os produtos de higiene pessoal. Além da sensação refrescante e relaxante, sabonetes são importantes para remover impurezas e microrganismos prejudiciais à saúde.
Para que serve o sabonete antibacteriano?
No Brasil, o hábito de escolher o melhor sabonete antibacteriano (ou bactericida) para lavar as mãos é muito popular. Isso porque ele elimina as bactérias, evitando sua proliferação. Aqui, é comum que as pessoas lavem as mãos mais de cinco vezes ao dia. Por um lado, isso é bom, porque o hábito auxilia na baixa ocorrência de gripes, diarreias e outras doenças.
Porém, a partir dessa atitude saudável, um produto tem se mostrado forte no mercado e pode ser perigoso. Trata-se do sabonete antibacteriano que contém triclosan, EDTA dissódico, ácido etidrônico, álcool etílico, entre outras substâncias.
Qual é o problema do sabonete antibacteriano?
As propagandas mostram o sabonete antibacteriano como extremamente eficiente para obter limpeza profunda e proteção antibacteriana, mas ele não é livre de riscos. Como os produtos bactericidas não discriminam quais os tipos de bactérias serão eliminadas, eles acabam com todos os tipos de bactérias da pele: as nocivas e as benéficas.
Quando as bactérias benéficas e não patológicas são eliminadas, nosso corpo reduz a capacidade de diferenciar bactérias nocivas e não nocivas. Assim, qualquer microrganismo que entra em contato com a pele demandará esforço anti-inflamatório redobrado do corpo para combatê-lo. Como consequência, sob o efeito do uso indiscriminado (e muitas vezes sem a necessidade) desse sabonete antibacteriano, bactérias nocivas podem se tornar mais resistentes.
Além disso, quando usados com frequência durante a infância, o bactericida pode gerar problemas de saúde. Segundo a teoria da higiene, a falta de contato com agentes patogênicos durante a infância está relacionada ao desenvolvimento de doenças alérgicas.
A falta de convivência com micro-organismos pouco agressivos nas primeiras fases do desenvolvimento acarreta desequilíbrios no sistema imunológico. Tal prática gera reações exageradas a substâncias estranhas ao longo da vida.
Como as bactérias têm um ciclo de reprodução muito rápido, é possível que algumas delas resistam aos efeitos bactericidas e se reproduzam já com as novas características. Isso inutiliza o efeito de medicamentos antibióticos e desenvolve doenças mais difíceis de serem curadas.
Isso porque grande parte dos sabonetes que são antibacterianos contém a substância triclosan como agente antibiótico.
Outros riscos da exposição ao triclosan
Além de potencialmente criar patógenos resistentes a antibióticos, o triclosan já foi associado a outros problemas e condições de saúde. De fato, a substância já foi relacionada com um risco aumentado de alergias alimentares e dermatite de contato.
Isto pode ocorrer porque a exposição a bactérias reduz o risco de alergia, permitindo que o sistema imunológico reconheça potenciais alérgenos como seguros, em vez de reagir exageradamente a eles.
Por outro lado, estudos já mostraram que o triclosan pode ficar retido nos tecidos do organismo. A preocupação entre os cientistas é que o TCS e o triclocarban (TCC, outro composto presente no sabonete antibacteriano) sejam ambos desreguladores endócrinos leves, o que significa que têm o potencial de interferir no funcionamento de certos hormônios.
Pode usar sabonete antibacteriano nas partes íntimas?
Em geral, os sabonetes antibacterianos também oferecem riscos às regiões íntimas, tanto de homens quanto de mulheres. A razão é que esses órgãos são excessivamente sensíveis aos produtos químicos em comparação com o resto do corpo.
Quando um irritante químico entra no corpo através da uretra, por exemplo, pode perturbar o equilíbrio do pH da área genital.
Em mulheres, a uretra é mais curta do que nos homens, o que as torna mais propensas a desenvolver ITUs. Além disso, a vagina é um órgão autolimpante, ou seja, não necessita de outros produtos para se manter limpa.
“Lavar ou esfregar demais, usar sabonetes antibacterianos ou perfumados, duchas higiênicas ou usar sprays desodorantes perfumados podem irritar a área, perturbar o equilíbrio natural do PH e a flora vaginal natural (bactérias que vivem na vagina) que a mantêm saudável e previnem outros organismos de crescer ali. Isso pode criar potencialmente mais problemas. Essas práticas de higiene se aplicam às partes externas e internas da vagina, como os pequenos lábios e os grandes lábios”, diz Mary Kinyoun, MD, obstetra e ginecologista da Nebraska Medicine.
Além do sabonete antibacteriano, outros produtos que não devem ser usados nas partes íntimas incluem:
- Produtos para ducha;
- Sabonetes perfumados;
- Sprays perfumados, pós ou desodorizantes;
- Máscaras para vulva — uma máscara para a vulva que supostamente acalma a área após a depilação, ilumina ou hidrata a região.
Alternativas ao sabonete antibacteriano
Para a higienização das mãos, o uso de sabonetes comuns já se mostra muito eficaz no dia a dia de todas as pessoas. Esse hábito simples permite a prevenção de muitas doenças e males cotidianos. Escolha outras alternativas, sejam sabonetes em barra, sabonete líquido ou sabonete neutro. Esses tipos de sabonete, na maioria das vezes, não são antibacterianos, mas ajudam na limpeza e alguns podem conter ingredientes, como o óleo de linhaça, que ajudam a manter a pele hidratada.
Vale lembrar que todo produto de higiene causa algum tipo de impacto. O importante é sempre ponderar o uso e fazer escolhas certas. Dê preferência aos produtos cosméticos naturais e sustentáveis.
Todos os sabões, inclusive os de limpeza doméstica, causam um processo de eutrofização quando lançados nos corpos hídricos. Mas, quanto mais componentes sintéticos eles contiverem, maior o impacto causado no meio ambiente. Conheça versões mais ecológicas, para uso cosmético, na Loja do Portal eCycle.
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