O Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo. Ele fica localizado na América do Sul, entre a Bolívia, Argentina e o Chile. O território cobre mais de 10 mil quilômetros na Cordilheira dos Andes com uma cobertura de sal que se estende pelo horizonte, rica em lítio — substância usada na produção de equipamentos eletrônicos, como computadores e celulares.
De acordo com estudiosos, a região do Salar de Uyuni já foi um lago pré-histórico, que teria evaporado completamente há muito tempo. Por causa disso, formou uma grossa camada de sal no solo, que constitui o deserto nos dias de hoje.
O Salar de Uyuni é conhecido principalmente por um fenômeno que acontece durante o período de chuva, quando o chão de sal forma um grande espelho natural. Durante o período, a chuva se acumula no chão, formando uma pequena camada transparente que de noite reflete o brilho das estrelas como se fosse um grande espelho.
Durante o ano todo o Salar de Uyuni é um destino turístico para pessoas ao redor do mundo. Porém, durante a estação de chuvas as viagens podem ser suspendidas ou canceladas, devido ao estado do solo local e para a segurança dos turistas. Esse período acontece de setembro a dezembro.
Como foi mencionado anteriormente, o deserto de sal fica localizado entre a Bolívia, o Chile e a Argentina. Para chegar na localidade você pode sair de três localizações diferentes:
Uyuni, Bolívia: o lado mais popular do deserto, Uyuni é uma cidade pequena que tem como principal economia o turismo. Encontrar excursões para o Salar de Uyuni lá não é difícil, e existem ônibus e aviões que fazem viagem direta de La Paz para a cidade;
San Pedro de Atacama, Chile: as agências de turismo costumam levar os viajantes até a fronteira com a Bolívia, onde eles são encaminhados para um agente boliviano que termina o resto do trajeto. Devido a distância de uma região a outra, o tempo de viagem é de três dias;
Tupiza, Bolívia: essa é a melhor localização para quem vem da Argentina. A tour dura aproximadamente quatro dias e a visita ao deserto de Sal é feita apenas no último dia.
Evite viajar sozinho com o seu carro e opte por excursões com profissionais de turismo local. Isso porque o solo do Salar de Uyuni pode ser nocivo para as peças do carro, o que pode resultar em acidentes, que são facilmente evitados por agentes turísticos, já que eles estão acostumados com a natureza local.
Um dos projetos que já está sendo colocado em prática na Bolívia é o de extração de lítio no Salar de Uyuni. A atenção do mundo todo está voltada para o deserto de sal boliviano, afinal, ele contém mais de 50% da reserva mineral no mundo todo. Apesar de representar um grande avanço econômico para o país, esse investimento pode ser danoso para o meio ambiente a longo prazo.
Segundo um relatório, da organização ambiental Friends of the Earth, a extração do minério prejudica o solo e causa a contaminação do ar. Segundo os especialistas envolvidos na análise, os impactos deste tipo de mineração afetam a comunidade local, comprometendo também o acesso à água potável. Isso porque para produzir uma única tonelada de lítio são necessários 2,2 milhões de litros de água.
Apesar de ser um deserto seco há anos, ainda existe biodiversidade em Salar de Uyuni: flamingos e alpacas são os principais animais que vivem na região, se alimentando e sobrevivendo do que a natureza oferece. O avanço da extração de lítio no deserto de sal pode impactar seriamente a vida dessas espécies e causar dano às funções do ecossistema local.
Mas por que a extração do lítio é tão importante para a economia? A verdade é que o mineral é usado na produção de baterias em aparelhos como computadores e celulares. Sendo assim, conforme a tecnologia avança, mais aumenta a demanda de lítio na Terra.
Entretanto, cientistas já apontam que as reservas de lítio que existem no planeta não serão suficientes para atender a demanda humana para sempre. Sendo assim, o lítio, assim como o cobalto e o petróleo, é uma fonte de energia não renovável e finita.
Por isso, é importante que a nova geração de pesquisadores foque no desenvolvimento de eletrônicos com menor, ou nenhum, impacto ambiental. Uma dessas alternativas é a bateria de cálcio e a de água do mar, duas substâncias que são encontradas em alta quantidade no planeta.
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