Salmonberry é uma fruta do mesmo gênero que a amora e tem papel importante no equilíbrio do ecossistema
Salmonberry (Rubus spectabilis) é uma fruta semelhante às framboesas e amoras. Ela é nativa da costa oeste da América do Norte e aparece em arbustos na primavera em regiões do noroeste do Pacífico e em partes do Alasca e do Canadá. A salmonberry pode ser ingerida fresca e também em receitas, como geleias e conservas. Inserida em ecossistemas específicos de onde é nativa, a salmonberry tem um forte papel no equilíbrio, atraindo polinizadores e permitindo a sobrevivência dos pássaros.
Características e usos
A salmonberry é do mesmo gênero das amoras. Ela pode crescer até quatro metros de altura e forma densos matagais. Suas hastes ramificadas são menos armadas do que outras amoras, mas, em compensação, ela possui muitos espinhos.
As flores da salmonberry possuem cinco pétalas rosa-avermelhadas, que se desenvolvem em frutos grandes e aquosos com cor variando entre vermelho, laranja e amarelo. Esses frutos se desenvolvem de forma rápida e são consumidos por pássaros e mamíferos, incluindo os humanos.
Nesse último caso, as salmonberries são utilizadas em geleias, vinhos e sobremesas. Folhas de salmonberry e cascas em pó também são utilizadas para tratar problemas de pele e para curar erupções, cortes e feridas.
Importância no ecossistema
A salmonberry ganha destaque pelo seu importante papel no equilíbrio do ecossistema dos países do norte. As flores da planta atraem polinizadores como zangões e outros insetos, garantindo polinização durante a primavera fria, quando muitas outras plantas ainda não floresceram.
A abundância das salmonberries está relacionada à abundância de salmão. Um estudo publicado no jornal Ecosphere descobriu que a desova do salmão tem impactos substanciais nos ecossistemas de água doce e ribeirinhos, estando diretamente relacionada ao número de frutos produzidos por arbusto de salmonberry.
Outro estudo publicado no Functional Ecology detalha que nutrientes derivados das carcaças do salmão possuem efeitos abrangentes sobre os sistemas ribeirinhos, incluindo mudanças na composição das espécies da comunidade e um aumento na concentração de nitrogênio nas folhas. Esse nitrogênio serve como substrato para o desenvolvimento da salmonberry, que é uma espécie nitrofílica.
Como consequência, há uma produção maior de salmonberries, mas não há mudanças no número de sementes por fruto, no peso ou em seu teor de açúcar. Acontece, portanto, um florescimento mútuo: o salmão enriquece a produção de salmonberries, que alimentam outras espécies em um ciclo devidamente equilibrado.
Tudo isso fornece uma visão sobre como as plantas usam nitrogênio e revela a relação de equilíbrio entre diferentes espécies – em destaque à influência do salmão em ambientes terrestres. Com essa relação equilibrada entre as espécies, há um aumento da disponibilidade de frutos que fornece recursos alimentares adicionais aos consumidores e afeta o sucesso reprodutivo e a sobrevivência de outras espécies, como os pássaros canoros.