Samambaia é o nome dado às mais de 12 mil espécies de plantas vasculares pertencentes ao filo das monilófitas (antigamente chamadas de pteridófitas). O termo “samambaia” tem origem no tupi, com duas etimologias possíveis que fazem referência aos seus formatos habituais: “corda de pesos, de brincos, de pingentes” ou “o que se torce em espiral”.
Acredita-se que a samambaia teve sua diversificação no período Siluriano médio, há mais de 425 milhões de anos. Sua existência foi essencial para a transição de animais do ambiente aquático para o meio terrestre, sendo uma fonte de alimento, habitat e de nutrientes para o solo.
Foi no período Triássico (algo entre 252 e 200 milhões de anos atrás), no entanto, que as primeiras samambaias com características das espécies atuais surgiram. A grande expansão se deu ao final do Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos.
Apesar da imensa diversificação desde sua origem, por existirem espécies que não sofrem modificações em seu genoma há centenas de milhões de anos, há quem chame as samambaias de fósseis vivos (1).
O filo, ou divisão, das monilófitas é composto por plantas mais rudimentares, que não produzem sementes. Assim, a reprodução das samambaias ocorre pela dispersão de esporos. Estes são ditos haploides, pois suas células apresentam apenas um conjunto cromossômico (tal como os espermatozoides e óvulos humanos).
Quando dispersos, os esporos se desenvolvem por mitose em um gametófito transitório, também haploide que é chamado de protalo, o qual possui capacidade fotossintética e produz gametas femininos e masculinos por meio de novas mitoses.
O gameta feminino é fertilizado pelo masculino e assim forma-se um zigoto diploide (com dois conjuntos cromossômicos). Este se desenvolverá na samambaia propriamente dita, um organismo de vida longa, maior complexidade anatômica e com a capacidade de produzir esporos. Por conta disto, esta fase da vida a samambaia é chamada de esporófito.
A samambaia é uma planta perene, existindo espécies pode viver até 150 anos, geralmente tendo como seu habitat natural ambientes tropicais, subtropicais e temperados. Das que se desenvolvem nos trópicos, aproximadamente ⅓ são epífitas, que crescem sobre o tronco de árvores. Mas essas espécies também podem viver em contato direto com o solo, serem hemiepífitas (nascem no solo mas crescem sobre outras plantas e apenas se reproduzem após ganharem altura suficiente), e também aquáticas, flutuando sobre a água.
É, portanto, uma planta que se desenvolve bem em ambientes úmidos, quentes e à meia sombra. Mas existem espécies com adaptações para climas secos, conseguindo sobreviver em desertos (2).
A samambaia adulta (esporófito) é formada pelas seguintes estruturas:
Apesar de existirem muitos tipos de samambaia, boa parte das espécies comercializadas possuem cuidados similares. Assim, seja para uma samambaia de metro ou uma samambaia americana, as dicas a seguir devem te ajudar a manter essas plantas esbeltas como nos projetos de decoração.
As samambaias precisam de luminosidade abundante, mas não aguentam tomar sol direto por muitas horas. Posicione sua samambaia próxima a uma janela, e gire ligeiramente seu vaso uma ou duas vezes ao mês, para que todos os lados da planta recebam a claridade que precisam. No entanto, existe ao menos uma espécie de samambaia que é uma exceção a essa regra, a samambaia de espada.
Além do sol direto, também deve-se evitar locais com muito vento, o qual agride as folhas da samambaia. Assim, apesar de ser uma ótima planta para se ter em um jardim vertical, as samambaias não são indicadas para varandas muito arejadas.
Mantenha o solo úmido mas nunca encharcado. A quantidade de vezes que se deve regar a samambaia irá depender do clima na sua região. Uma boa forma de saber se é o momento de regar sua planta é enfiando a ponta do dedo indicador na terra. Se seu dedo sair com substrato grudado, você não deve regar sua planta nesse dia.
Isso pode ser difícil de fazer com plantas que estão penduradas mais ao alto. Nestes casos, uma boa prática pode ser a rega por imersão uma vez por semana, basta submergir o vaso da samambaia em um balde ou vasilha com água e deixar por alguns minutos.
Você pode molhar as folhas das samambaias durante a rega, contanto que evite fazer isso quando o sol está incidindo sobre a planta, pois isto queimará suas folhas, rizomas e rizoides. Porém não há a necessidade de fazer isso em todas as regas, principalmente se a sua samambaia está dentro de casa. Se esse for o caso, a cada mês em estações úmidas e a cada quinze dias em estações secas, regue sua samambaia molhando também suas folhas colocando-a em uma pia ou no tanque da lavanderia.
As samambaias podem ser plantadas em qualquer tipo de vaso, mas vale considerar que vasos de cerâmica liberam a umidade do substrato mais rapidamente para o ambiente, tornando necessário regar com mais frequência. Os vasos feitos com fibra de coco também são uma opção interessante, pois garantem a drenagem de eventuais excessos de água.
Já para o substrato da sua samambaia, o importante é que ele possua uma boa drenagem ao mesmo tempo que retenha umidade e seja rico em nutrientes. Portanto prefira solos mais argilosos a arenosos. Uma sugestão de substrato é misturar terra vegetal, esfagno, cascas de pinus ou cascas de arroz carbonizadas. A vermiculita e a turfa também são opções que retém umidade e reduzem a frequência das regas.
Não se esqueça de repor os nutrientes do solo por meio da adubação. Uma forma da sua samambaia receber pequenas doses de cálcio de forma constante é misturando cascas de ovo trituradas ou farinha de osso ao substrato.
Também não deixe de verificar, ao menos uma vez ao ano, se o substrato da sua planta já foi tomado pelas raízes. Se isto aconteceu, renove o substrato e considere a possibilidade de mudar sua planta para um vaso maior. Este é um ótimo momento, inclusive, para obter mudas de samambaia pelo método mais fácil: a divisão de touceiras, preferencialmente das plantas adultas com o rizoma mais desenvolvido.
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