Realizada pelo museu A CASA em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR); Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA); Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI); União Europeia e governo federal, a exposição “Ojidu – Árvore da Vida Warao” reúne artesanato indígena venezuelano produzido pelas mulheres Warao vivendo no Brasil.
Entre 7 de novembro e 20 de novembro, o museu A CASA exibe as peças feitas em palha de buriti, árvore nativa da Amazônia brasileira e venezuelana de importância central na vida dos Warao. As peças estarão à venda no museu e o dinheiro arrecadado apoiará novas ações de geração de renda para essa população.
Desde 2016, venezuelanos Warao chegam ao Brasil em busca de proteção e refúgio. Atualmente, estima-se que pelo menos 4.500 indígenas dessa etnia vindos da Venezuela encontram-se refugiados no Brasil.
A arte ancestral produzida por indígenas venezuelanas da etnia Warao com palha de buriti chega a São Paulo por meio da exposição “Ojidu – Árvore da Vida Warao”.
Cestos, vasos, cachepots, chapéus, bolsas, souplasts, bandejas e outros objetos tradicionais da cultura Warao compõem a exposição, que tem como um dos intuitos promover a autossuficiência dessa etnia que se refugia no Brasil.
O projeto teve início no abrigo indígena Pintolândia, mantido pela Operação Acolhida – ação de resposta ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos no norte do Brasil liderada pelo governo federal em Roraima com o apoio de agências das Nações Unidas e entidades da sociedade civil.
Além de manter vivas as técnicas culturais e artesanais dos Warao, o projeto busca desenvolver ações para fortalecer as capacidades das artesãs; introduzir o planejamento financeiro na comunidade; criar cadeia de valor para a população indígena Warao venezuelana; e expandir a venda do artesanato a partir da realização de duas exposições – a próxima ocorrerá em 2020.
Ojidu é uma referência ao nome do buriti no idioma Warao. A árvore, nativa da Amazônia brasileira e venezuelana, possui uma importância central na vida dos Warao – originários da região do Delta Amacuro, no nordeste venezuelano.
A árvore e o fruto são utilizados por essa etnia na produção de canoas, alimento, construção de suas casas e produção da fibra para artesanato – essa última, uma atividade majoritariamente feminina.
Os Warao (“Povo da Água”, de acordo com seu idioma) é um grupo étnico constituído originalmente há mais de oito mil anos na região do delta do rio Orinoco.
Hoje, são o segundo maior povo indígena da Venezuela, com cerca de 49 mil pessoas. Subdividem-se em centenas de comunidades em uma região que se estende por quase todo o estado de Delta Amacuro, parte do estado de Monagas e de Sucre, na Venezuela.
A partir de 2016, os Warao começaram a chegar ao Brasil, forçados a deixar seu país devido à crise política e econômica, e se juntando a milhões de outros venezuelanos não-indígenas que também buscaram proteção e refúgio fora da Venezuela.
Roraima tem sido o ponto de chegada dessa etnia no Brasil. Mas devido à sua mobilidade, os Warao já se encontram em outros estados do país, como Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará. Atualmente, estima-se que pelo menos 4.500 indígenas Warao vindos da Venezuela encontram-se refugiados no Brasil.
O apoio da União Europeia se dá por meio de um projeto implementado em parceria com o ACNUR e o UNFPA de investir no fortalecimento da resposta aos venezuelanos na região norte do Brasil e na promoção da proteção de populações em maior situação de vulnerabilidade, como é o caso dos indígenas Warao.
De acordo com a Polícia Federal, cerca de 212 mil venezuelanos encontram-se no país, sendo 115 mil solicitantes de refúgio e 97 mil residentes temporários. Segundo estimativas das Nações Unidas, quase 4,5 milhões de venezuelanos já deixaram seu país.
Criada em fevereiro de 2018 pelo Governo Federal, a Operação Acolhida tem o apoio de agências da ONU e organizações da sociedade civil (como a FFHI).
A iniciativa operacionaliza a assistência emergencial para o acolhimento de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela em situação de maior vulnerabilidade. A resposta é dividida em três eixos principais: ordenamento de fronteira, abrigamento e interiorização.
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