Saúde mental e produtividade são dois assuntos que vêm sendo associados cada vez mais através da popularização de condições como a Síndrome de Burnout. Embora seja categorizada pela OMS como um “fenômeno ocupacional”, o burnout é comumente relacionado à saúde mental. Entretanto, essa não é a única condição da saúde mental que pode afetar a produtividade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos adultos em idade ativa vivem com um transtorno mental. Sem o tratamento adequado, transtornos mentais e outras condições de saúde mental podem impactar negativamente a produtividade no trabalho e na escola, comprometendo não apenas a saúde mental de um indivíduo.
Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos todos os anos devido à depressão e à ansiedade, a um custo de US$1 trilhão perdidos em consequência a falta de produtividade.
Pessoas que trabalham podem ser expostas a diversos riscos, que afetam a saúde física e mental e a qualidade de vida, como:
Existe uma extensa gama de condições de saúde mental com sintomas diferentes, mas que possuem a capacidade de interferir com a produtividade. Veja como a saúde mental e produtividade estão relacionadas em cada condição:
Uma pessoa com ansiedade, por exemplo, exibe sintomas cognitivos como a preocupação excessiva, comprometendo o foco e atenção do indivíduo.
Similarmente, a ansiedade possui um grande impacto na procrastinação — a preocupação de não conseguir realizar um projeto pode adiar o início de uma tarefa na tentativa de evitar esses sentimentos negativos.
A depressão, por outro lado, pode interferir com a produtividade tanto em níveis individuais quanto sociais. Essa condição da saúde mental é caracterizada pela tristeza profunda, perda de interesse, incapacidade de concentração e mal-estar físico — todos os fatores que contribuem para a redução da produtividade e capacidade de trabalho. Além disso, em longo prazo, os sintomas da depressão são uma causa de afastamento do trabalho.
A síndrome de burnout é um estado de exaustão mental e física resultante da sobrecarga do trabalho, mas que pode derivar de outros aspectos da vida como a maternidade, paternidade ou relacionamentos. A condição foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional, mas não uma condição médica.
O burnout é uma condição séria e que não deriva apenas da carga horária ou dos afazeres do trabalho, embora eles possam contribuir para o seu desenvolvimento. Na maioria das vezes, ela ocorre quando um indivíduo não se sente mais em controle do seu trabalho ou de sua própria vida.
Ela pode impactar a saúde mental e produtividade de diversos modos, como:
Através da exibição desses sintomas, o bem-estar mental do paciente interfere na realização de projetos e completação de tarefas.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é, talvez, uma das condições mais associadas à saúde mental e produtividade. Caracterizado principalmente pela desatenção, os sintomas do transtorno podem resultar na dificuldade em performar uma tarefa.
Adicionalmente, aspectos da hiperatividade também podem contribuir para a falta de produtividade. Um indivíduo fisicamente inquieto pode ter dificuldade em concluir uma tarefa que exija que se sentem ou permaneçam no mesmo lugar — como na maioria dos empregos.
Por outro lado, pessoas diagnosticadas com TDAH também podem apresentar períodos de hiperfoco — em que se concentram intensamente por determinados períodos de tempo.
Felizmente, com o tratamento adequado, a maioria das condições de saúde mental podem ser tratadas e gerenciadas de forma que parem de influenciar negativamente a produtividade. Entretanto, mesmo sem um transtorno subjacente, o bem-estar mental, ao todo, pode influenciar a realização de tarefas.
É necessário reconhecer que, mesmo no trabalho, é possível cuidar da saúde mental. Portanto, reunimos algumas dicas que podem ajudar a reacender a produtividade e o bem-estar durante a execução de suas funções diárias.
Veja a seguir:
De acordo com uma pesquisa da West University of Timisoara, da România, um intervalo de dez minutos para cada hora de trabalho é um bom equilíbrio para manter a produtividade. Se possível, tire um momento do dia para se afastar dos afazeres e tentar relaxar.
“Uma meta-regressão mostrou que quanto maior o intervalo, maior foi o aumento no desempenho. No geral, os dados apoiam o papel das “micropausas” para o bem-estar, enquanto para o desempenho, a recuperação de tarefas altamente desgastantes pode exigir pausas de mais de 10 minutos”, segundo os autores do estudo.
Enfrentar as tarefas diárias como uma extensa obrigação pode desencadear episódios de ansiedade. Um simples método para evitar esses sentimentos é usar os quatro quadrantes da abordagem de gerenciamento de tempo de Stephen Covey, que usa quatro categorias:
A cultura tóxica do ambiente do trabalho, muitas vezes, promove hábitos prejudiciais à saúde mental. Tentar realizar tarefas demais ao mesmo tempo pode ser um fator contribuinte do estresse e ansiedade associados ao trabalho.
É importante lembrar que você possui apenas algumas horas de trabalho. Portanto, é impossível fazer tudo em um dia. Estabeleça limites e saiba quando focar no trabalho que você já possui.
Muitas vezes, os problemas associados à saúde mental e produtividade não podem ser resolvidos pelo trabalhador. Locais de trabalho exigentes e tóxicos impõem uma carga de trabalho inflexível, criando um ambiente hostil e resultando na prejudicação da saúde de seus empregados.
Assim, cabe ao empregador notar padrões tóxicos e quebrá-los, oferecendo o apoio necessário para que seus trabalhadores continuem saudáveis.
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