A secadora de roupas é um aparelho eletrodoméstico que auxilia na secagem de roupas após a lavagem na máquina. Embora seu uso não seja padrão no Brasil, onde a técnica recorrente é estender roupas em varais, pessoas que moram em apartamentos e lugares fechados podem preferir o eletrodoméstico.
O uso da secadora de roupas pode contribuir para o dia a dia por proporcionarem conveniência e rapidez, porém, será que elas valem a pena mesmo?
Além de serem caras, as secadoras são um gasto a mais de energia e podem não compensar no final do dia. Outro fator importante a ser mencionado é o impacto negativo que essas máquinas apresentam no meio ambiente.
Esses eletrodomésticos têm a capacidade de emitir carbono e também de poluir o ar pela liberação de microplásticos. Acredita-se que usar uma secadora por um ano emite mais carbono do que as árvores são capazes de absorver em 50 anos.
Cientistas de Hong Kong indicam que as secadoras de roupas são as maiores fontes de poluição de microfibras de plástico na atmosfera. Foi relatado que apenas uma secadora é responsável pela liberação de 120 metros de microfibras no ar a cada ano.
As microfibras são uma categoria de microplásticos que são soltas pela indústria têxtil e seus produtos. Tecidos sintéticos comumente usados como o poliéster e o elastano liberam microplásticos na lavagem, secagem e até no uso de roupas. Por seu tamanho reduzido, a maioria desses microplásticos são imperceptíveis e vão parar no meio ambiente.
A descoberta feita na Universidade da Cidade de Hong Kong é um passo para solucionar o problema das microfibras no ar. Porém, filtros de microplásticos já estão sendo produzidos e utilizados em diversas partes do mundo.
Na Grã Bretanha, por exemplo, membros do congresso visam criar uma nova regulamentação para que todas as máquinas de lavar a partir de 2025 tenham um filtro de microplásticos embutido. A Austrália, União Europeia e a Califórnia também estão considerando a criação de uma regulamentação parecida.
Porém essas regulamentações devem ser mudadas para abranger a filtração do resíduo liberado pelas secadoras.
O time de pesquisadores do estudo desenvolveu um filtro a partir de uma impressora 3D. Porém, o descarte comum desse material é desencorajado. Jogar as microfibras filtradas diretamente no lixo ainda pode resultar na contaminação do ar, por isso, os cientistas aconselham que o resíduo deve ser colocado em uma sacola.
Por causa da agitação mecânica em conjunto com ar forçado da secadora de roupas, o eletrodoméstico pode danificar tecidos. Entre os danos conhecidos estão o encolhimento de roupas e o seu desgaste. Um estudo mostrou que após 20 ciclos de lavagem e secagem de roupas, o tecido perde cerca de 50% de sua resistência à tração.
Na maioria das casas, a secadora de roupas é um dos aparelhos que mais consome energia, ao lado de geladeiras e máquinas de lavar. Uma máquina média consome 4 kWh de energia e produz cerca de 1,8 kg de CO2.
E, para piorar, outros aparelhos, como geladeiras, têm opções facilmente disponíveis com classificações de eficiência A ou A +, mas as secadoras de roupa ainda têm pontuação muito mais baixa, com classificação C ou inferior.
Só no Reino Unido, segundo uma pesquisa, cerca de 60% das famílias possuem uma máquina de secar roupa. Isso soma mais de 15 milhões de residências usando energia para secar roupas em vez de pendurá-las.
Após reunir todos os fatos anteriores é possível listar a secadora de roupas e a indústria que a produz como uma externalidade negativa. Pode-se dizer que o único benefício desse eletrodoméstico é a praticidade que oferece, porém, isso não pesa a balança para que seu custo seja justificável. Existem outras técnicas de secagem de roupas que, além de sustentáveis, são mais fáceis e custam menos. Confira aqui nossa matéria que cobre o assunto.
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