A escolha pelo transporte público está se tornando algo cada vez mais recorrente nas metrópoles mundiais. Para fugir do trânsito causado pela imensa frota de veículos, muitas pessoas utilizam ônibus (com corredores especiais), metrô e trem para se deslocarem. Dentre esses meios, o metrô é o que mais se destaca em cidades como São Paulo, Cidade do México, Santiago, Londres e Paris.
Por ser predominantemente subterrâneo, o metrô tem a capacidade de percorrer grandes distâncias em boa velocidade, sem contar que não causa poluição visual nem atmosférica, já que é um veículo elétrico. Na cidade de São Paulo, o metrô possui 74,3 quilômetros de extensão, repartidos em cinco linhas e 64 estações.
E um novo benefício pode ser acrescentado a essa lista. Recente pesquisa afirma que o metrô paulistano contribui significativamente com a economia do Brasil. Os pesquisadores fizeram um cálculo supondo como seria a economia nacional caso o metrô de São Paulo não existisse. Teoricamente, o resultado seria uma perda de R$ 19,3 bilhões por ano. Para se ter uma ideia, se esse valor fosse investido de uma vez no próprio metrô, seria possível, em menos de um ano e meio, duplicá-lo.
A pesquisa foi coordenada por Eduardo Amaral Haddad, professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Chamada de A Economia Subterrânea: Rastreamento dos Impactos mais Amplos do Sistema de Metrô de São Paulo, a pesquisa teve o apoio da FAPESP e do CNPq no campo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT Clima).
Para determinar o tamanho do impacto desse resultado e do sistema metroviário como um todo, Haddad e sua equipe se basearam no conceito de “tamanho efetivo de mercado de trabalho”. Definido pelo número de empregos que, a partir de seu local de residência, um trabalhador pode alcançar em um determinado intervalo de tempo. Sendo assim, quanto maior for esse referencial, mais ofertas de emprego vão aparecer para esse trabalhador de tempo e maior sua disponibilidade para trabalhar nas firmas possíveis de serem alcançadas no intervalo de tempo considerado. E para chegar ao valor de R$ 19,3 bilhões, os pesquisadores eliminaram o metrô para descobrir qual o tamanho da influência dessa variável. Descobriram que sem ele, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal cairia em 1,7%, e o PIB nacional em 0,6%.
Foi feita ainda uma comparação com o Bus Rapid Transit (BRT), um modelo de ônibus biarticulado, implantado em 1979 na cidade de Curitiba, que trafega em alta velocidade em canaletas exclusivas. É considerado um sistema de alta eficiência porque os ônibus e passageiros não enfrentam os congestionamentos dos carros. No entanto, de acordo com a pesquisa, o metrô continua sendo mais eficiente e apresenta um benefício econômico anual de R$ 6,4 bilhões em relação ao BRT.
Segundo Haddad, o metrô de São Paulo recebe, todo dia, quatro milhões de passageiros e 70% das viagens correspondem aos trajetos dos trabalhadores de suas residências até o local onde trabalham. A velocidade do metrô contribui com o aumento da produtividade do trabalho e ainda melhora o desempenho econômico das firmas e empresas. O metrô também ajuda, de acordo com Haddad, um milhão de pessoas que vivem nos municípios ao redor da capital e que trabalham em regiões como o centro e o oeste da cidade.
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