Relatório reforça a necessidade de adesão à práticas agrícolas mais sustentáveis
Novo relatório do Sustainable Markets Initiative (SMI) enfatiza que produtores de alimentos e governos mundiais devem trabalhar juntos para evitar a destruição do planeta. De acordo com os dados do documento, a transição para práticas agrícolas sustentáveis tem sido “lenta demais”.
O relatório veio de uma força-tarefa de dentro da SMI em conjunto com diversos produtores de alimentos, focando em questões climáticas estabelecidas pelo Rei Charles III. Divulgado antes da reunião da Cop27, o documento possui a assinatura de diversas companhias internacionais, como PepsiCo, McCain, McDonald’s e Mondelēz — que, de acordo com críticos, também são alguns dos mais responsáveis pela má gestão climática.
Atualmente, até 15% das terras agrícolas usam técnicas regenerativas que priorizam a redução de emissões de gases do efeito estufa, saúde do solo e conservação da água. No entanto, a sua expansão tem sido lenta demais para que seja possível diminuir os seus impactos no meio ambiente.
Especialistas acreditam que a velocidade dessas mudanças deve triplicar até 2030 para que o mundo tenha chance de manter o aumento da temperatura abaixo de 1,5°C — valor que foi estabelecido na Cop26.
Os danos decorrentes da produção de comida são imensos, contabilizando até um terço de todos os gases que aquecem o planeta derivados da ação humana. Além disso, informações da ONU apontam que essa indústria é responsável pela maior parte dos danos causados ao solo, que ao todo cobrem 40% das terras do planeta.
Grande parte dos assinantes do relatório são criticados por sua participação na degradação do planeta e por atos relacionados ao greenwashing.
A agricultura é a maior indústria do mundo, com pastos que cobrem até 50% de toda a terra habitável do planeta e usando cerca de 70% do abastecimento de água doce.
Portanto, sem a transição para práticas sustentáveis, o planeta pode estar caminhando para o seu próprio colapso.
Até então, os membros da força-tarefa estão trabalhando para tornar o argumento econômico de curto prazo para a mudança mais atraente para os agricultores. Durante o processo, todos os participantes deverão se certificar de que os envolvidos estarão seguindo as melhores práticas e incentivar novas mudanças para práticas sustentáveis.
Nos próximos seis meses, o grupo avaliará “como disseminar o projeto com o objetivo de estabelecer um conjunto para medir os resultados ambientais, estabelecer um sistema confiável de pagamentos aos agricultores por resultados ambientais, aliviar o custo da transição dos agricultores para práticas sustentáveis, garantir a política do governo recompensa os agricultores por tornarem seus negócios mais verdes e encorajar o abastecimento de culturas de áreas específicas que se convertem em agricultura regenerativa.” (1)