A sensibilidade climática expressa a variação na temperatura da superfície terrestre causada pela duplicação da concentração de dióxido de carbono
Sensibilidade climática é um termo criado pelo sueco Svante Arrhenius em 1896 para fazer referência à variação na temperatura da superfície terrestre causada pela duplicação da concentração de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa na atmosfera. Em geral, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) utiliza esse conceito para fazer previsões sobre o clima futuro.
A sensibilidade climática pode ser calculada por meio de uma equação que leva em consideração a mudança média nas temperaturas da superfície terrestre, contabilizando a diferença entre a energia que entra e a que sai. Por meio dela, cientistas estimaram a sensibilidade climática em torno de 3°C.
Mudanças climáticas
As mudanças climáticas são as variações climáticas na temperatura, precipitação e nebulosidade em escala global. Elas podem ser causadas por fatores naturais, como as alterações na radiação solar ou nos movimentos da órbita da Terra.
Porém, o IPCC afirma que existem estudos científicos que comprovam que o aumento da temperatura no planeta está sendo provocado pela ação humana ao longo dos últimos 250 anos.
Efeitos do CO2
O dióxido de carbono (CO2), também conhecido como gás carbônico, é um composto químico gasoso que provoca graves desequilíbrios no efeito estufa do planeta Terra. Em condições normais, ele não apresenta cheiro ou sabor, sendo de difícil detecção. De acordo com especialistas, o dióxido de carbono é o gás do efeito estufa que mais contribui para a intensificação do aquecimento global e das mudanças climáticas.
A alta concentração de dióxido de carbono leva à poluição do ar, formação de chuva ácida e desequilíbrio do efeito estufa (com consequente elevação da temperatura da Terra), que traz consigo o derretimento das calotas polares e a elevação dos níveis oceânicos, resultando em uma grande degradação ambiental de ecossistemas e paisagens.
Como calcular a sensibilidade climática?
Sensibilidade climática é uma medida calculada para estimar a variação na temperatura da superfície terrestre ao longo do tempo, caso as emissões de gases do efeito estufa continuem aumentando, principalmente de dióxido de carbono. Segundo pesquisas, ela é quantificada a partir de modelos climáticos, observações recentes e dados paleoclimáticos do passado mais distante da Terra.
Desde a Revolução Industrial, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentou de 280 partes por milhão para cerca de 408 partes por milhão. Estimativas indicam que essa concentração poderá atingir 560 partes por milhão até o ano de 2060. Nesse sentido, a sensibilidade climática serve para fazer previsões de qual será o aumento da temperatura da superfície terrestre, auxiliando na elaboração de medidas de adaptação climática.
Adaptação climática
Apesar de haver divergências entre os modelos utilizados para estimar a sensibilidade climática, ela serve para que medidas de adaptação climática sejam elaboradas.
Adaptação climática é um conceito que diz respeito à capacidade de um território humano ou sistema natural reduzir a sua vulnerabilidade biológica e socioeconômica frente às mudanças climáticas.
A adaptação climática ultrapassa limites geográficos. Isso porque problemas como enchentes, deslizamentos de terra, secas, tempestades severas e outros desastres naturais são fenômenos que estão ligados a sistemas naturais amplos, cujas causas vão além de características de um território específico. Muitas vezes, essas causas estão ligadas a problemas ambientais globais, como as mudanças climáticas.
Uma infraestrutura adaptada às mudanças climáticas promove vida, bem-estar e renda. Atividades como reflorestamento, manejo florestal, reciclagem, recuperação de resíduos e desenvolvimento de transporte ativo (ciclovias e calçadas) geram mais empregos do que atividades impactantes como uso de lixões e aterros sanitários; desmatamento; e construção de estradas.
Como evitar as mudanças climáticas
Ajudar regiões mais vulneráveis, assim como países sem saída para o mar, países menos desenvolvidos e pequenas ilhas em desenvolvimento a se adaptarem à mudança do clima deve ser compromisso fundamental nos esforços para integrar políticas de redução de desastres em estratégias nacionais.
Algumas ações de precaução contra as mudanças climáticas são a redução das emissões de gases do efeito estufa e os efeitos no aquecimento global. A diminuição do desmatamento, investimentos no reflorestamento e na conservação de áreas naturais, incentivo do uso de energias renováveis não convencionais, preferências pela utilização de biocombustíveis a combustíveis fósseis, investimentos na redução do consumo de energia e na eficiência energética, redução, reaproveitamento e reciclagem de materiais, investimentos em tecnologias de baixo carbono, melhorias no transporte público com baixa emissão de gases do efeito estufa também são algumas das possibilidades. E estas medidas podem ser estabelecidas por meio de políticas nacionais e internacionais de clima.