Entenda mais sobre as características, biologia e possíveis ameaças enfrentadas pela sequoia gigante
A sequoia gigante (Sequoiadendron giganteum), também conhecida como árvore-mamute, é a única árvore do género Sequoiadendron. Ela é nativa da América do Norte e, embora anteriormente fosse encontrada por grande parte do território, atualmente é exclusiva das montanhas de Sierra Nevada, na Califórnia — onde as árvores estão espalhadas por aproximadamente 73 bosques.
Ela pode ser localizada como uma árvore ornamental em partes da Europa e da Ásia. Porém, desde a colonização europeia, a população da sequoia gigante têm diminuído constantemente nesses locais.
Esse tipo de sequoia é uma das árvores mais velhas do mundo, com os fósseis mais antigos sendo datados há mais de 200 milhões de anos — durante o período Jurássico. Sua população foi reduzida no hemisfério norte devido à última era do gelo, limitando sua ocorrência para uma área de 48 mil acres ao longo das encostas ocidentais de Sierra Nevada
Feitas para tolerar condições extremas, a sequoia gigante tem uma casca grossa e fibrosa com uma seiva que a protege de incêndios florestais, ficando conhecida popularmente como uma “árvore à prova de fogo”. No entanto, nos últimos anos isso tem mudado, comprometendo a resiliência da árvore.
Biologia e características da sequoia gigante
Em geral, as sequoias gigantes podem ser encontradas em elevações de 900 a 2,600 metros de altura e foram consideradas as árvores vivas mais antigas do mundo por muito tempo. Contudo, novas análises do tronco de uma árvore provaram que ela possui menos de 4 mil anos, o que a faz mais nova do que um tipo de pinheiro.
A árvore General Sherman é a espécie de sequoia gigante mais alta do mundo, encontrada no Parque Nacional das Sequoias (Sequoia National Park), na Califórnia. Ela possui em torno de 31 metros de circunferência e 83 metros de altura. No entanto, ela não é a maior árvore do mundo, uma vez que o título é de outra espécie de sequoia, a Sequoia sempervirens de 115 metros de altura.
Acredita-se que a altura dessas árvores se dá ao fato de que elas crescem rapidamente e possuem uma alta durabilidade. Para crescerem saudáveis, precisam de uma ampla quantidade de água, que é garantida pela neve acumulada nas montanhas que habitam, e de um solo bem drenado. A necessidade desse tipo de solo impossibilita que seres humanos caminhem ao redor da base da sequoia, uma vez que pegadas podem compactar o solo facilmente, dificultando a absorção de água pelas raízes.
Caracterizada por sua forma piramidal, a sequoia gigante possui folhas uniformes com aparência de escamas. Seu tronco é forte e fibroso com uma cor vermelha amarronzada e, muitas vezes, resistente ao fogo. Por ser rico em taninos, o tronco também é resistente ao dano causado por insetos.
Ameaças
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês), a sequoia gigante é classificada na Lista Vermelha da instituição como uma espécie ameaçada de extinção. Embora seja conhecida por sua resistência ao fogo, o aumento de incêndios florestais resultou no comprometimento da conservação dos bosques que habitam.
Em julho de 2022, o fogo tomou conta do bosque Mariposa Grove, que perdeu uma área de 4 mil acres. Muitas árvores da região permaneceram em pé, ao contrário do que ocorreu em 2020 em outra região habitada pelas sequoias — o Giant Sequoia National Monument. O incêndio foi responsável pela queima de quase todas as árvores do local, contabilizando uma perda de 10 a 14% de todas as sequoias gigantes vivas.
Alder Creek Grove, um outro arvoredo de sequoias que sofreu as consequências de um incêndio obteve resultados ainda piores. Lá, a mortalidade é próxima de 100% onde os incêndios florestais queimaram mais intensamente
Além do fogo, a seca também prejudica a conservação da espécie, uma vez que a perda de umidade cria competição entre as árvores que ficam em apenas uma região.
Conservação da sequoia gigante
Mesmo estando na Lista Vermelha da IUCN, a sequoia gigante não é uma espécie protegida sob a Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos. No entanto, algumas instituições trabalham para a conservação da espécie, como a Save the Redwoods League, que trabalha desde 1918 com esse propósito.
De acordo com o diretor de programa da organização, Paul Ringgold, a maioria dos incêndios de bosques de sequoias começam do lado de fora, o que dificulta um trabalho de conservação interno. Ringgold acredita que, para que os esforços para recuperar a população de sequoia gigantes sejam efetivos, é necessário implantar projetos de plantações ou ressemeadura e rega dessa vegetação.
Por outro lado, muitos bosques também investem em sistemas de aspersores terrestres, que mantêm a umidade do solo e reduzem a severidade de um possível incêndio.
Só em 2022, a Califórnia (único habitat da sequoia gigante) sofreu com mais de 7 mil incêndios florestais, cuja grande parte pode ser uma resposta às mudanças climáticas. Desde o aumento do número de queimadas, o governo e a população do estado investem em medidas para a supressão do fogo. Porém, as mudanças climáticas são um problema amplo, que deve ser enfrentado com esforços em níveis globais.