Pena de pato, extrato de besouro… Uma poção de bruxa? Não. É a sua comida. Confira a origem estranha de alguns corantes, conservantes e afins
Quem nunca ouviu falar que hambúrguer é feito de minhoca? Bom, isso é uma pegadinha comum para crianças, mas existem outros ingredientes que ninguém imagina que está comendo. E estes são reais. Veja só:
1. Penas de pato e cabelo humano
Estas são as fontes de uma enzima chamada L-cisteína, muito utilizada em produtos de padaria para amaciar massas. Quando a fonte é o cabelo humano, costuma vir de pessoas que vendem seus cabelos. Na verdade, esta é a fonte que tem sido mais usada porque, pasmem, a enzima extraída das madeixas de alguém tem um sabor melhor do que a que vem das penas de aves. Mesmo assim, este aditivo já está bem longe de sua fonte original.
2. Areia (dióxido de silício)
Não se usa literalmente a areia, mas sim o dióxido de silício (ou sílica), que é o nome do seu principal componente. A sílica é usada no processamento de carnes moídas e frangos desfiados que serão utilizados em receitas de chilli mexicano, em alguns restaurantes, para evitar que os pedaços se aglutinem (“grudem”). A maioria dos especialistas diz que não faz mal nenhum comer este ingrediente.
3. Celulose
Famosa por ser integrante do papel, a celulose também é aditivo de muitos alimentos, de queijos a molhos de salada. A celulose é extraída do cozimento da polpa de madeira e usada como estabilizante de alimentos, substituta para gorduras e uma maneira de acrescentar fibras, além de baratear a produção.
4. Dimetilpolisiloxano
É um tipo de silicone usado na fabricação de cosméticos e que também está na… batata frita. O composto é adicionado ao óleo das fritadeiras de muitas redes de fast-food para evitar a formação de espuma. A Organização Mundial da Saúde não encontrou efeitos adversos relacionados ao consumo da substância, mas não deixa de ser um fato incômodo saber que há silicone na nossa comida.
5. Derivados do petróleo
A bultil-hidroquinona terciária (TBHQ, na sigla em inglês) é um derivado do petróleo e é o único ingrediente tóxico a ser falado nesta lista. Aparentemente, a substância também está no óleo das fritadeiras de algumas lanchonetes, dentro de um limite de 0,02% da composição. Ingerir apenas um grama de TBHQ pode causar náuseas, delírio e sensação de sufocamento, mas para isso você teria que comer mais de 5 quilos de petiscos em um dia só (e se você acha que comeria, temos uma má notícia…).
6. Extrato de besouro
Beetlejuice é um clássico do diretor Tim Burton, e a tradução seria algo como “suco de besouro”. Esse suquinho pareceria estranho se não estivesse tão presente no nosso dia a dia: o corante vermelho de muitos doces é produzido ao se esmagarem besouros conhecidos como cochonilha. Aparece nas embalagens como corante natural carmim, carmim de cochonilha ou ácido carmínico. E aparece muito, já que, por ser um ingrediente natural e fácil de produzir – as indústrias preferem essa opção.
Besouros cochonilha fêmea (acima) e macho (abaixo)
7. Carne mecanicamente separada (CMS)
Vamos fechar a lista com um ingrediente não tão estranho, assim você recupera o apetite mais rápido. A produção de CMS se dá assim: quando uma carne é desossada para ser embalada, sobram pedacinhos grudados nos ossos. Estes pedacinhos são separados e recolhidos por uma máquina, para que depois possam ser utilizados na fabricação de embutidos, como nuggets e salsicha. Bem, aqui no Brasil é só isso. O que é mais estranho sobre a CMS é que nos Estados Unidos ela também é vendida sem ser processada, parecendo uma “gosma cor-de-rosa”, como é apelidada por lá.