Foto de Mario La Pergola na Unsplash
Silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação de pequenas partículas de dióxido de silício — ou sílica, um tipo de mineral encontrado em rochas. A condição é o tipo de pneumoconiose mais prevalente no Brasil e no resto do mundo, principalmente em países em desenvolvimento, mas pode ser evitada.
Na maioria das vezes, a silicose é considerada uma doença ocupacional, sendo contraída principalmente por trabalhadores de mineração. Fora disso, a ocorrência da condição está praticamente restrita a condições geológicas e climáticas muito específicas e difíceis de controlar, mas que não são encontradas no Brasil.
No entanto, por ser ocupacional, acredita-se que pode ser erradicada.
Existem três tipos de silicose, que correspondem ao tipo de exposição à sílica. São eles:
Na maioria das vezes, a silicose ocorre através da exposição ocupacional à partículas de sílica. Portanto, pessoas que trabalham nos seguintes setores estão particularmente em risco:
No Brasil, a Portaria 99/Out-2004 do Ministério do Trabalho e Emprego proibiu o uso de máquinas de jateamento de areia de qualquer tipo, em todo o país, a partir de janeiro de 2005. Essa decisão fez parte do Programa Nacional de Eliminação da Silicose (PNES), iniciado em 2002, cujo objetivo principal era desenvolver ações em quatro grandes frentes:
Quando a sílica cristalina entra no organismo as suas partículas danificam macrófagos alveolares. Esses macrófagos são parte do sistema imunológico e são a linha central de defesa do sistema respiratório.
Com o tempo, as partículas de pó de sílica podem causar inflamação pulmonar, o que leva à formação de nódulos pulmonares e cicatrizes nos pulmões, chamadas de fibrose pulmonar. Esse processo é progressivo, durando de 10 a 30 anos depois da primeira exposição.
Os três principais sintomas da condição são:
A partir da exposição, esses sinais e sintomas podem causar:
Sem o tratamento apropriado, os sintomas podem ficar mais severos. A condição pode ser fatal se os pulmões pararem de funcionar corretamente (insuficiência respiratória) ou se surgirem complicações graves.
Além disso, a condição também aumenta o risco de outras condições sérias e potencialmente fatais, incluindo:
Normalmente, o diagnóstico da condição é feito através de exames de imagem em conjunto com a análise do histórico do paciente. No entanto, uma nova forma de diagnóstico foi desenvolvida.
Uma pesquisa publicada em 2025 no Journal of Breath Research forneceu os últimos resultados em um teste de bafômetro para detectar silicose alimentado por inteligência artificial. Ele não é invasivo e mede dezenas de moléculas para identificar silicose em apenas alguns minutos.
Na fase de testes, a tecnologia atingiu mais de 90% de precisão na diferenciação de pacientes com silicose de indivíduos saudáveis — um resultado melhor do que os testes tradicionais de função pulmonar.
“Embora nosso teste ainda não tenha sido testado em clínicas do mundo real, nossos resultados até agora sugerem que o teste respiratório pode se tornar uma ferramenta crucial na triagem de saúde no local de trabalho. A detecção precoce evitaria o sofrimento e a progressão da doença, além de reduzir os custos com assistência médica”, explicam os pesquisadores.
Embora não tenha cura, a silicose pode ser tratada. Sendo assim, o tratamento da condição foca no alívio dos sintomas e na melhora da qualidade de vida do paciente.
Alguns tratamentos incluem oxigenoterapia domiciliar de longa duração, medicamentos broncodilatadores e antibióticos. Em casos muito graves, o transplante de pulmão pode ser uma opção, embora haja requisitos de saúde rigorosos a serem cumpridos antes que isso seja considerado.
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