A silvicultura é “uma ciência dedicada ao estudo de métodos hábeis a promover a implantação e a regeneração dos povoamentos florestais, em função não apenas de interesses econômicos, mas também sociais, culturais e ecológicos”, de acordo com a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Em outras palavras, tanto a gestão de florestas naturais quanto os plantios de eucalipto são conduzidos pela orientação técnica da silvicultura.
A instituição citada anteriormente sugere que a silvicultura é a atividade econômica que apresenta maior potencial de contribuição para a construção de uma Economia Verde, já que é realizada dentro dos conceitos desta, e produz insumos para outras atividades alcançarem o caminho da sustentabilidade. No entanto, estudos demonstram que essa prática também está associada a diversos impactos ambientais.
O Brasil tem despontado como a maior potência mundial no fornecimento de produtos florestais madeireiros (PFM) e não-madeireiros (PFNM) e ainda é referência como fornecedor de serviços ambientais, graças às funções ecossistêmicas de suas florestas.
A Economia Verde se mostra como uma crítica à busca pelo crescimento econômico “infinito”. Isso porque este último tem gerado o aparecimento de diversos problemas ambientais por conta do excesso de exploração de recursos naturais, bem como pela poluição e pela destinação incorreta de resíduos. Além disso, esse modelo ocasiona uma grande concentração de riquezas e desequilíbrio social. Essas questões colocam em xeque a subsistência das gerações futuras e da vida como conhecemos hoje.
A necessidade de reorientar os padrões de consumo e produção atuais é evidente. Para isso, setores empresariais, governo, agentes sociais e ONGs precisam se unir rumo à uma economia mais ambientalmente responsável e socialmente inclusiva, segundo algumas visões atuais.
Economia tem muito a ver com sustentabilidade. A estrutura do modelo econômico tradicional não contempla as necessidades para o desenvolvimento sustentável. Por esse motivo, governos, sociedade civil e setor privado têm buscado (juntos ou de forma separada) alternativas com definições e acordos que permitam a transição ou ruptura para modelos econômicos mais sustentáveis.
Na economia verde, o conjunto de processos produtivos e as transações que decorrem deles devem contribuir para o desenvolvimento, seja social, quanto ambientalmente falando. Busca-se a melhoria da qualidade de vida, diminuição das desigualdades, conservação da biodiversidade e preservação do meio ambiente, segundo preconizam seus principais defensores em fóruns internacionais e agências multilaterais, como o Pnuma, o Banco Mundial e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A silvicultura é dividida em duas partes, a clássica e a moderna. Silvicultura clássica é aquela que preserva e restaura florestas naturais e a preocupação gira em torno de preservar essas áreas; já a moderna tem o objetivo de plantar e manter sítios cultivados artificialmente, ou seja, plantados pelo ser humano.
Independente dos objetivos em questão, é tarefa do silvicultor saber quando e como intervir na floresta de modo a conseguir um alto rendimento, mas sem afetar o equilíbrio ecológico.
De modo geral, as atividades básicas da silvicultura incluem:
As externalidades são efeitos favoráveis ou desfavoráveis do processo produtivo no bem-estar das pessoas ocasionados por outrem, que não paga e nem recebe por sua ação. Elas possuem caráter involuntário, resultando da definição de direitos de propriedade (custos sociais se diferem dos privados), já que lidam com bens públicos, não sendo incluídos na contabilização e havendo dificuldade de valorá-los.
A avaliação de impactos econômicos e socioambientais decorrentes da implantação dos empreendimentos e atividades florestais vem se tornando, cada vez mais, uma ferramenta de fundamental importância para a tomada de decisão dentro do processo de gestão florestal com vistas ao desenvolvimento de uma silvicultura sustentável.
As atividades impactantes devem ser entendidas como aquelas ações desenvolvidas para se implantar e conduzir um empreendimento impactante, sendo, portanto, modificadoras do meio ambiente e, consequentemente, geradoras de impactos ambientais. Como consequência natural, um empreendimento é impactante quando, com a sua implantação, manutenção e ou exploração é capaz de alterar, positiva e ou negativamente, o meio ambiente.
Ao observar os impactos da silvicultura, pesquisadores identificaram 35 negativos e apenas cinco positivos. Entre os negativos, pode-se citar desestruturação fundiária, redução espacial do habitat, efeito residual e tóxico, diminuição da capacidade de suporte do meio para a fauna terrestre e depreciação da qualidade química da água superficial e subterrânea e possível morte de espécimes da fauna terrestre. Assim, não se pode afirmar que a silvicultura contribui para a construção de uma sociedade sustentável, ainda que de acordo com os princípios da Economia Verde.
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