O que são sincombustíveis e como são produzidos

Os sincombustíveis são combustíveis líquidos com as mesmas propriedades que os combustíveis fósseis, mas que são produzidos “artificialmente”. A Administração de Informação de Energia dos EUA define um combustível sintético como qualquer combustível “produzido a partir de carvão, gás natural ou biomassa por meio de conversão química” . 

Diferentemente dos combustíveis fósseis, os sincombustíveis possuem um método de fabricação, e não são derivados de processos naturais. Feitos através de energias renováveis, os seus métodos de fabricação imitam a produção natural de combustíveis fósseis — o que origina o seu nome de combustível sintético, ou artificial.

Embora o desenvolvimento da maioria dos sincombustíveis tenha sido recente, a sua técnica de produção possui um longo histórico. Na década de 20, na Alemanha, dois cientistas desenvolveram um processo chamado reação de Fischer-Tropsch, que envolve a conversão de gás em combustíveis líquidos — um dos processos utilizados atualmente para a produção de sincombustíveis. 

Como são feitos?

De acordo com a eFuel Alliance, a produção de um sincombustível é baseada na extração de hidrogênio. Isso é feito através de um processo de eletrólise em que a água é decomposta em seus componentes — o hidrogênio e o oxigênio. 

Depois da eletrólise, o hidrogênio é combinado com o CO2 extraído do ar e, com a ajuda de um catalisador de alta pressão, convertido em sincombustível líquido. 

Por ser dependente do uso de energia, a produção desses combustíveis é considerada um processo conhecido como power-to-liquid: a eletricidade é convertida em um líquido sintético. 

Entretanto, existem outros métodos de produção, que dependem se o produto final desejado está na forma de gás ou líquido. Um desses métodos, por exemplo, é chamado de power-to-gas, em que a eletricidade é convertida em um gás sintético. 

Em geral, esse processo depende de muita energia. No entanto, para que seja considerado um sincombustível, deve originar de fontes de energia renováveis. 

Combustíveis Sintéticos Fischer-Tropsch

Como já mencionado, os sincombustíveis podem também ser produzidos através da reação Fischer-Tropsch, em que a matéria-prima pode ser convertida diretamente em combustíveis líquidos. O processo depende de gás natural, carvão e biomassa. 

Nele, a matéria-prima é submetida a calor e pressão para produzir uma mistura de monóxido de carbono e hidrogênio chamada gás de síntese (ou synfuel). Depois, esse gás é condensado em forma líquida e, novamente, submetido a alta temperatura e pressão.

Um catalisador é introduzido no processo, geralmente um composto contendo ferro ou cobalto, que impulsiona uma reação química entre o hidrogênio e o monóxido de carbono, criando longas cadeias de hidrocarbonetos. Então, os hidrocarbonetos são resfriados, condensados em uma forma líquida e filtrados — virando um sincombustível. 

Usos dos sincombustíveis 

Historicamente, os sincombustíveis foram usados pela primeira vez para abastecer veículos militares alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Isso se deu devido à limitações de petróleo entre as potências do Eixo, o que resultou na procura por alternativas de combustíveis. 

Seu uso foi mais explorado durante a década de 70, nos Estados Unidos, também pela falta de petróleo. 

Atualmente, com as extensas pesquisas sobre os sincombustíveis, acredita-se que esse líquido pode substituir os combustíveis fósseis em diversas áreas. De fato, esse combustível pode ser usado em motores convencionais de combustão interna e motores a jato, abastecendo carros, aviões e navios comuns.

Possíveis benefícios dos sincombustíveis 

Além de serem uma alternativa aos combustíveis fósseis, que são responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa, os sincombustíveis possuem outros benefícios. A sua produção, por exemplo, pode ser feita através de técnicas de captura de carbono da atmosfera ou diretamente de fábricas. 

Dessa forma, o CO2 vira a matéria-prima para a sua produção, sendo considerado um combustível carbono neutro. De acordo com a empresa multinacional alemã de engenharia e tecnologia, Bosch, 2,8 gigatoneladas de CO2 poderiam ser economizadas até 2050 com o uso de combustíveis sintéticos.