Síndrome de Guillain-Barré: sintomas e tratamento

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A síndrome de Guillain-Barré é uma condição autoimune rara, em que o paciente sente dormência e fraqueza muscular que pode afetar o funcionamento do corpo. A causa dessa doença é a resposta anormal do sistema imunológico a uma outra condição, fazendo com que as células imunes ataquem os nervos periféricos, gerando danos em seu tecido. 

Diferente da maioria das outras doenças autoimunes, a síndrome de Guillain-Barré não é crônica. Ou seja, mesmo sem cura específica, com o tratamento adequado, os sintomas podem desaparecer. Por ser resultado de uma reação imunológica anormal, que ataca os nervos periféricos, pessoas com a síndrome podem perder o controle dos músculos e apresentar paralisia.

Quais os sintomas da síndrome de Guillain-Barré?

Os primeiros sinais da síndrome de Guillain-Barré são a fraqueza muscular e a sensação de formigamento. Os sintomas aparecem de repente e afetam as duas partes do corpo, começando pelos pés e mãos, e partindo para os braços e rosto. O paciente pode apresentar dificuldade de subir escadas ou andar.

Quando não identificada e tratada imediatamente, a síndrome de Guillain-Barré pode progredir e durar semanas. Os sintomas mais severos da condição surgem nas duas primeiras semanas após a pessoa apresentar o quadro. Na terceira semana, a pessoa já apresenta fraqueza extrema.

Os sintomas mais graves da síndrome de Guillain-Barré são:

  • Dor muscular;
  • Paralisia das pernas ou dos músculos faciais;
  • Em casos extremos, o indivíduo desenvolve paralisia quase total;
  • Dormência dos músculos do peitoral, o que dificulta a respiração;
  • Dificuldade de engolir;
  • Problemas de visão;

Se você apresentar algum dos sinais da síndrome de Guillain-Barré, entre em contato com um profissional de saúde. Quanto mais rápido é feito o tratamento da condição, menor são as complicações.

Quais as complicações da síndrome de Guillain-Barré?

Caso o paciente não procure tratamento imediato para a condição, poderá sofrer com complicações severas, que afetam a qualidade de vida do indivíduo. Nesses casos, os nervos autônomos, parte do sistema nervoso que controla funções vitais como os batimentos cardíacos e a digestão, são afetados pela reação autoimune e passam a trabalhar com dificuldade.

 O nome dado para esse quadro de complicações é disautonomia, as suas principais características são:

  • Arritmia cardíaca;
  • Dificuldade de controlar a bexiga, como a incontinência urinária;
  • Pressão arterial e sanguínea instável;
  • Problemas de digestão;

Os tipos de síndrome Guillain-Barré:

As formas pelas quais a síndrome de Guillain-Barré se apresentam são diversas, mas as mais comuns são:

  • Polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória aguda: ocorre quando há fraqueza muscular na parte inferior e que lentamente se espalha para o resto do corpo;
  • Síndrome de Miller Fisher: a paralisia muscular começa nos olhos e o paciente apresenta um andar trêmulo;
  • Neuropatia axonal motora aguda: dormências, formigamentos e fraqueza que se iniciam nos pés e coxas;

O que provoca a doença síndrome de Guillain-Barré?

A principal causa da síndrome de Guillain-Barré é uma reação anormal do sistema imunológico, que passa a se auto-atacar. Essa reação pode ser desencadeada por uma infecção, uma neuropatia (condição que afeta os nervos), diarreia, infecção respiratória ou viral e como efeito colateral de cirurgias.

Existem casos raros em que o paciente desenvolveu a síndrome de Guillain-Barré como efeito colateral do uso de vacinas. Entretanto, é preciso pontuar que a probabilidade do indivíduo desenvolver essa condição é menor do que os benefícios de se manter vacinado. 

Como diagnosticar a síndrome de Guillain-Barré?

Durante a consulta com o médico, ele irá perguntar sobre os sintomas e o histórico de saúde do paciente. Depois disso serão prescritos alguns exames, para a identificação de síndrome de Guillain-Barré. Bem como a eliminação da possibilidade de quadros neurológicos ou da ausência dos reflexos tendinosos profundos.

Nesse caso são realizados os seguintes exames: 

Punção lombar: uma agulha é inserida na parte inferior da coluna do paciente para a retirada e análise do líquido cefalorraquidiano;

Eletromiografia (EMG) e testes de condução nervosa: essa testagem analisa o funcionamento dos músculos esqueléticos e os nervos que os controlam;

Exames de imagem: exames como a ressonância magnética podem ser prescritos para que regiões, como a espinha, sejam analisadas;

Como é o tratamento da síndrome Guillain-Barré?

Pessoas que apresentam síndrome de Guillain-Barré são direcionadas à unidade de tratamento intensivo (UTI) do hospital. Elas ficam lá até o tratamento ser finalizado e os profissionais de saúde terem certeza que não irá ocorrer uma piora no quadro. Apesar de não existir cura para a condição, algumas técnicas podem ser aplicadas para reduzir o tempo de recuperação do paciente:

Troca de plasma (plasmaférese): uma máquina separa a plasma do sangue humano, trata-a, e a retorna para o organismo. Essa técnica serve para filtrar do sangue os anticorpos que estão atacando os nervos;

Terapia com imunoglobulina intravenosa: aplicação de injeções intravenosas de imunoglobulinas, proteínas usadas pelo corpo para atacar organismos invasores. Ela pode diminuir o ataque do seu sistema imunológico aos nervos. As imunoglobulinas provêm de doadores saudáveis;

No caso do paciente desenvolver algum tipo de complicação em decorrência da síndrome, será necessário o tratamento específico dessas condições. Os principais cuidados para esses efeitos colaterais são: cuidado respiratório, como ventilação mecânica; prevenção de coágulos sanguíneos; fluidos intravenosos e alimentação por sonda. Pessoas que desenvolvem complicações físicas, que impedem movimentos musculares, podem ser encaminhadas para a fisioterapia. 

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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