A síndrome do choque tóxico (SCT) é uma infecção rara causada por toxinas de bactérias Gram-positivas, em especial a Staphylococcus aureus e a Streptococcus pyogenes. A bactéria Staphylococcus aureus existe normalmente no corpo da mulher. Contudo, quando ela se prolifera intensamente, são produzidas toxinas em excesso, que causam uma resposta inflamatória e a síndrome do choque tóxico. Essas toxinas desencadeiam uma série de reações graves que podem culminar em insuficiência renal aguda e morte.
As bactérias podem infectar uma pessoa através de feridas, queimaduras, cirurgias e pelo uso de absorventes internos. A relação da doença com o uso de absorventes internos de alta absorção e de composição sintética foi descoberta só nos anos 1980, época em que o produto era novidade.
Não está claro como, exatamente, a bactéria causa a síndrome do choque tóxico, mas, para que a doença se desenvolva, duas coisas devem acontecer: as bactérias devem estar em um ambiente no qual elas possam crescer rapidamente e liberar toxinas, e as toxinas devem entrar na corrente sanguínea. Os absorventes internos são mais propensos a causar a síndrome do choque tóxico pois, quando estão altamente saturados com sangue, tornam-se ambiente ideal para o crescimento rápido de bactérias. O material de que é feito o tampão também pode influenciar. Tudo indica que a bactéria seja mais suscetível a crescer num ambiente feito de espuma de poliéster.
Um trabalho do Yale Journal of Biology and Medicine, realizado em 2011, discute sobre um caso que causou repercussão nos EUA nos anos 80. Trata-se de um absorvente interno lançado na época, produzido com materiais sintéticos, que posteriormente foi associado ao aumento de incidência da síndrome do choque tóxico. O trabalho concluiu que, embora informações inseridas dentro das embalagens dos absorventes internos sejam supostamente para explicar os riscos do produto, eles muitas vezes informam mais sobre a responsabilidade do consumidor em vez do risco. “É exatamente o tipo de risco que precisa de mais explicações. A síndrome do choque tóxico é rara, mas importante. A bactéria S. aureus tem condições em que é mais provável a sua multiplicação, e isso é em um absorvente interno sintético de alta absorção”, diz Sharra L. Vostral, escritora do artigo.
Em 2012, a modelo estadunidense Lauren Walssen, de 26 anos, precisou ter a perna amputada devido à síndrome do choque tóxico. A modelo está processando o fabricante do absorvente interno que estava utilizando quando contraiu a síndrome. No ano seguinte, em 2013, uma jovem chamada Natasha Scott-Falber, de 14 anos, faleceu em consequência do uso de absorvente interno.
Um noticiário dos EUA (em inglês) comentou o caso da modelo Lauren Walssen, e alertou sobre os riscos do absorvente interno e a necessidade de mais pesquisas relacionadas aos produtos de higiene feminina.
Alguns cuidados podem ser tomados: usar o absorvente no tempo máximo indicado pelo fabricante, não usar um absorvente interno com capacidade de aborção superior ao que você costuma ter no respectivo dia do fluxo menstrual, lavar as mãos antes de inserir o absorvente interno e evitar depilações extremas. A recomendação é que a troca ocorra no intervalo de duas a quatro horas, dependendo da intensidade do fluxo. Quem tem um fluxo muito intenso deve trocar o absorvente com mais frequência. O sangue acumulado por muito tempo favorece lesões no canal e a proliferação de fungos e bactérias, além de provocar odor desagradável.
Você também pode trocar o absorvente interno por outros que não estão relacionados à síndrome do choque tóxico. O absorvente externo não aumenta o risco da síndrome, contudo, também pode causar infecções bacterianas se usado de forma prolongada, sem troca. Veja algumas opções de absorventes femininos.
Alguns sintomas devem ser observados, pois podem estar associados a infecção:
Se você estiver usando ou for usuária frequente de absorvente interno e aparecerem esses sintomas, remova-o imediatamente e procure atendimento médico, informando que você estava usando um tampão. A síndrome do choque tóxico deve ter seu tratamento iniciado o mais rápido possível.
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