Você já ouviu falar no termo sinergia de óleos essenciais? Misturar óleos essenciais é um processo criativo, mas deve ser feito com alguns cuidados técnicos.
Óleos essenciais têm propriedades terapêuticas e, para alguns tratamentos, misturá-los com propriedades complementares é ideal, a partir dos princípios ativos. A combinação de tipos que acentuam um ao outro é chamada de sinergia.
Com a associação harmônica de aromas, além de obter um novo aroma, você potencializa o efeito desejado. Além disso, vale ressaltar que sempre devem ser usados óleos essenciais puros e naturais. Isso porque substâncias sintéticas podem ser prejudiciais.
Mesmo para o uso em aromatizadores de ambiente é importante conhecer combinações eficazes e explorar as preferências pessoais. Um aroma que evoque uma memória afetiva positiva tornará seu dia a dia mais agradável, por exemplo.
Na aromaterapia é fundamental conhecer os óleos individualmente, tanto quanto fragrâncias, propriedades e usos. Para realizar o preparo de sinergia de óleos essenciais, esse conhecimento é primordial para conseguir misturá-los de maneira equilibrada. Existem centenas de óleos essenciais, porém, através da mistura, ganhamos um número infinito de combinações e possibilidades. As misturas proporcionam tratamentos adequados e precisos para questões de saúde, bem-estar e beleza.
Existem diversas maneiras de utilizar os óleos essenciais: por inalação, massagem, compressas, vaporização, etc. Cada modalidade exige uma forma de aplicação específica, assim como metodologias distintas. Porém, para a formulação de misturas, alguns princípios básicos devem ser atendidos, que se estendem a todos os métodos. A prática e a intuição devem ser aliadas em conjunto com algumas regras básicas. Alguns óleos essenciais têm o poder de se acentuar mutuamente, enquanto outros, o poder de inibição.
Os óleos essenciais são muito concentrados e devem ser diluídos para uma aplicação mais segura. Raras são as indicações de utilização do composto puro. Só realize essa administração se indicada por um aromaterapeuta qualificado. Para diluir, normalmente, são utilizados alguns tipos de óleo carreador, que são tipos de óleo vegetal, como os de amêndoas doces e de semente de uva, que servem de veículo emoliente para diluir ou misturar um ou mais óleos essenciais.
Uma mistura fraca de óleos geralmente apresenta melhor odor, e evita riscos de intoxicação. A concentração base recomendada é de 1% a 2,5%, diluições de 3% ou mais são utilizadas em terapias localizadas, em que se trata apenas uma pequena parte do corpo. As diluições de 1% são indicadas para crianças, mulheres grávidas e pessoas com a pele sensível.
Vale lembrar que, na aromaterapia, quantidade não significa qualidade, e uma concentração muito forte pode causar reações indesejadas.
O recomendado é que se prepare a quantidade que será utilizada, estando sempre muito atento à data de validade de todos os componentes. Se algum dos óleos essenciais estiver sem data de validade, não prepare sinergias de óleos essenciais com ele, pois você pode contaminar os outros produtos e acabar tendo que jogar tudo fora.
Para uma massagem de corpo inteiro, 20 ml aproximadamente são suficientes, para o rosto, bastam 10 ml. O volume de uma gota é 0,05 ml, portanto, para preparar 20 ml da diluição do óleo essencial a 1% no óleo carreador são necessárias 5 gotas. Se a diluição for a 2,5% (para 20 ml) são necessárias 10 gotas.
Antes de usar sua sinergia no corpo todo, faça um teste de alergia. Coloque uma gota da sinergia sobre a parte interna do pulso e cubra com um esparadrapo por 12 horas. Após o período, retire a fita e verifique o estado do local. Se a pele estiver irritada, avermelhada, coçando ou com alguma outra irregularidade, não use a sinergia.
As sinergias de óleos essenciais devem ser preparadas levando em consideração o histórico do paciente. Alguns exemplos incluem o sintoma que precisa ser tratado e a origem do distúrbio, além de fatores psicológicos e emocionais envolvidos. Realizar uma sinergia é como misturar componentes de um remédio, por isso, sempre que possível, o ideal é consultar um aromaterapeuta.
Mas, para quem está aprofundando seus conhecimentos na área, o ideal é pesquisar com cautela as propriedades individuais de cada óleo e as misturas recomendadas, dessa forma você saberá o que misturar para obter melhor efeito. Se for um distúrbio causado por estresse, além de um óleo essencial direcionado aos sintomas, vale adicionar, por exemplo, um óleo essencial relaxante, como o de lavanda ou de ylang ylang.
A escolha das sinergias de óleos essenciais deve atender aos princípios de complementaridade, isto é, as indicações nunca devem ser opostas. Não faz sentido misturar um óleo estimulante com um calmante, é importante verificar todas as propriedades dos óleos que irá misturar para se certificar de que eles se complementam para o tratamento individual.
No caso de uma mistura para alívio de dores de cabeça, por exemplo, pode-se misturar três óleos analgésicos ou escolher dois óleos analgésicos e um relaxante. Nesse caso, além de tratar a dor, trata-se a condição de estresse que o sintoma pode estar causando.
Após a seleção dos óleos essenciais que são compatíveis com suas necessidades, é fundamental verificar se os aromas combinam bem. Alguns óleos essenciais têm o cheiro muito marcante, por isso devem ser utilizados sozinhos ou em baixas concentrações. O óleo de rosa e o de hortelã pimenta são exemplos de aromas que ofuscam os outros quando utilizados em sinergias. Alguns óleos são conflitantes quando combinados, como o óleo de rosa com o de limão, que acabam produzindo um aroma desagradável.
As boas misturas combinam notas: altas (dá o aroma inicial – os mais voláteis), médias (são o corpo do aroma – volatilidade média) e baixas (é o aroma que se fixa por último – baixa volatilidade).
Os óleos essenciais florais são mais voláteis, ou seja, evaporam mais rápido, em seguida, as folhas, com volatilidade média e as madeiras têm menor volatilidade. Óleos da mesma família botânica têm a tendência de se misturar bem, assim como óleos com composição química semelhante. Florais combinam bem uns com os outros, assim como as madeiras e os cítricos.
A mistura deve ser agradável para aquele que a utilizará, então a compatibilidade de fragrâncias quanto ao gosto pessoal também deve ser considerada para não atribuir associações negativas ao tratamento.
Alguns aromaterapeutas, como Marquerite Maury, recomendam o uso máximo de cinco óleos essenciais em uma sinergia, enquanto outros, como Shirley Price, aconselham quatro.
Contudo, para iniciantes na aromaterapia, o aconselhado é não misturar mais do que três óleos ao mesmo tempo. Dessa forma, são mantidas as concentrações mínimas e a mistura fica mais segura.
Em suma, não complique demais as combinações, não utilize óleos que possuem efeitos opostos, e tenha em mente o aroma final, buscando equilíbrio e harmonização.
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