Sistemas Agroflorestais fortalecem preservação ambiental e relação do homem com a natureza

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Por Jornal da USP – Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são sistemas produtivos que podem ser moldados às diferentes realidades locais e também auxiliar na preservação ambiental. “A ideia do sistema é unir a parte da agricultura com a manutenção de árvores”, explica o professor Ciro Abbud Righi, do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo, ao Jornal da USP no Ar 1° Edição.

De acordo com Righi, os sistemas agroflorestais são importantes justamente porque proporcionam a manutenção da fauna e flora capazes de responder e alterar o ambiente. “A partir desse modelo que joga folhas, infiltra água e muda as propriedades do solo, criam-se hábitats, nichos e uma variedade de seres vivos que vão atuar em conjunto. Por isso que é um sistema muito mais resiliente e que pode ser moldado de acordo com as necessidades”, destaca. Além disso, o professor explica que a manutenção dos processos ecológicos também é importante para evitar secas e enchentes.

Os SAFs não são compostos de pacote tecnológico, o que torna cada sistema muito diferentes entre si em relação à região. “Nós podemos desenvolver SAFs no Nordeste, para criação de caprinos e ovinos, por exemplo, muito diferente de um feito na região Sul”, esclarece. Os sistemas agroflorestais também levam em consideração os aspectos sociais, ecológicos e econômicos. “É preciso deixar claro também que é um sistema de produção e que sempre é preciso mudar o sistema, o que modifica as necessidades de entradas, os processos e as saídas. Com isso, podemos ter efeitos muito mais benéficos e efetivos de preservação”, avalia Righi. Ainda de acordo com o professor, a discussão sobre a preservação do ambiente e a construção de sistemas agroflorestais deve também, prioritariamente, colocar em evidência a atividade humana como principal ação modificadora do ambiente.

Righi cita um exemplo de SAF que está sendo desenvolvido com galinhas, o projeto chamado Solta a Franga. “Ao invés de termos grandes sistemas com galpões e galinhas presas, nós estamos propondo usar as áreas com florestas que sirvam de comida e bem-estar aos animais. E que gerem, o que já estamos percebendo, melhor qualidade no produto final”, explica. Os modelos agroflorestais têm grande potencial e apontam para uma nova maneira menos agressiva com a natureza, mesmo que seja um método antigo.

Equipe eCycle

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