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Iniciativa de criar “bibliotecas de materiais” cai no gosto da população alemã

No ano de 2011, o Partido Verde de Berlim ficou fora das eleições locais. Nikolai ficou frustrado, mas utilizou esse sentimento ruim para criar algo bom e que agregasse a população da cidade em uma atividade ambiental. Foi então que projeto “Leila” começou – ele visa o compartilhamento de itens que estão sem uso. O autor da iniciativa, que tem 31 anos, abriu em 2012 a sua “biblioteca de empréstimos”.

Deu certo. Mais de 400 berlinenses se uniram ao projeto, doando e emprestando todos os tipos de materiais (desde materiais de construção, jogos, monociclos, taças de vinho, etc). A ideia da iniciativa não só atraiu a população, como ajudou uma enorme quantidade de pessoas e fez com que ela se tornasse positiva aos olhos dos moradores do locais.

Atualmente, diversos bairros de Berlim estão com projetos similares. Na cidade de Würzburg criaram o Leihbar (bar de compartilhamento) e na própria Berlim foi criado o Dingerschrank
(armário de coisas) e por aí vai.

Empresas também entraram na onda, como a Deustche Telekom, que lançou recentemente uma rede social que permite aos vizinhos fazerem trocas de ferramentas e serviços, em que houve o estabelecimento de “caixas de brinquedos” comunais em playgrounds nos arredores de Berlim. A BMW e a DAIMLER iniciaram a partilha de carros na Europa – foram registrados 760 mil usuários entre os projetos Car2Go e DriveNow, que incentivam a partilha de carros, principalmente para estudantes.

Assista ao vídeo do projeto Car2Go (em alemão):

Assista ao vídeo do projeto DriveNow (em alemão):

A grande maioria desses projetos não teve incentivos ou apoio da municipalidade. De acordo com Dorothee Landgrebe, da Fundação Heinrich Boll: “O Estado poderia fazer muito mais para apoiar projetos ecológicos genuinamente, como essas lojas de empréstimos e a contribuição na ajuda e identificação daqueles que usam o compartilhamento de forma incorreta para o seu próprio lucro”.

O site Airbnb, criado para compartilhar apartamentos, casas e hostels com usuários, está enfrentando desafios legais nos Estados Unidos, por conta de alguns proprietários que estão supostamente utilizando o serviço para desviar impostos aplicáveis a hotéis.

Nikolai, diz: “Meu objetivo nunca foi abrir uma loja, eu sempre quis fazer algo que envolvesse política, compartilhar economia é uma ótima ideia, porém não devemos permitir que ele fique apenas reduzido para a economia”. O projeto inicial funciona de forma voluntária, o aluguel é praticamente coberto por meio das doações. Antes de iniciá-lo, ele contatou o município, porém sua busca não foi positiva.

Em vez da população consumir um material novo por não possuir, mas precisar dele, ela pode recorrer às “bibliotecas de materiais” e pegar emprestado ou reutilizar um que foi poucas vezes usado. Essa atitude é uma boa solução, reduzindo as consequências do descarte incorreto de vários itens.


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