Sobrevivencialismo: quem são os preppers?

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O sobrevivencialismo é um movimento que consiste em se preparar para possíveis catástrofes que podem mudar o curso da vida normal. Ele envolve ficar preparado mentalmente, fisicamente e materialmente. 

As catástrofes podem ser categorizadas como desastres naturais, como tornados e enchentes ou decorrentes da ação humana, como invasões terroristas e guerras. Muitos sobrevivencialistas acreditam no pensamento que “se você esperar até precisar, já será tarde demais”. 

Os seguidores do sobrevivencialismo são chamados de preppers, ou “preparadores”. O movimento tem uma imagem manchada por conta de sobrevivencialistas extremos que são mais comuns em solo estadunidense. Porém, de acordo com fóruns da internet e sites que têm como objetivo ajudar futuros preparadores, essas pessoas são vistas como radicais.

Os verdadeiros seguidores do sobrevivencialismo racional seguem linhas de pensamento realistas, e não antecipam eventos fantasiosos como uma invasão zumbi. 

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De certo modo, é possível que a mídia tenha papel na mistificação e ridicularização desses indivíduos. Programas de televisão onde sobrevivencialistas radicais são documentados estocando armas e munição são comuns, mas longe do que os preparadores racionais experienciam. 

Origem

Acredita-se que o sobrevivencialismo teve origem nos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Preocupados com o estado do mundo e a constante ameaça de possíveis bombardeamentos, muitos americanos começaram a se preparar para o pior. 

Sobrevivencialismo realista

Preparadores realistas não se preparam para uma guerra contra seres fantasiosos nem criam um arsenal de armas. Problemas reais como o aquecimento global, a degradação do meio ambiente e preocupações políticas são alguns motivos para impulsionar o sobrevivencialismo. 

Que o planeta está sofrendo com as consequências das ações do ser humano, todos já sabemos. Um estudo sobre limites planetários já nos alertou sobre os problemas da poluição química e da degradação da natureza. 

Além disso, o desmatamento e o derretimento de gelo podem gerar novas pandemias. 

A redução de áreas florestais aumenta a probabilidade de contato dos seres humanos com a fauna terrestre. Os animais carregam cerca de 1,6 milhões de vírus, e é possível que alguns deles sejam letais para o ser humano. Já o descongelamento do gelo pode liberar patógenos adormecidos. 

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Passos do sobrevivencialismo 

De acordo com o site The Prepared, existem seis regras básicas para iniciar uma jornada no sobrevivencialismo. São elas: 

  • Construir uma base financeira sólida
  • Preparar sua casa para duas semanas de auto-suficiência
  • Ser capaz de deixar a sua casa sem aviso prévio
  • Estar preparado para emergências que ocorrem fora de casa
  • Aprender habilidades básicas e praticá-las
  •  Continue aprendendo além do básico, compartilhe e recrute outras pessoas 

Otimismo ou pessimismo

Uma matéria publicada no The Guardian indica que muitas pessoas não adotam o sobrevivencialismo porque o movimento é associado ao pessimismo. Porém, uma das lições que é passada pelos preparadores é: não deixe o medo de uma possível catástrofe te desanimar. 

Continue vivendo sua vida normalmente, um dia de cada vez. O conceito não é de esperar ou ansiar emergências ou o fim do mundo, e sim ter a esperança de algo bom enquanto se prepara para o pior. 

Sobrevivencialismo na pandemia de Covid-19

Em meados de março de 2020, o mundo entrou em uma pandemia de coronavírus. No começo, o desespero se alastrou resultando na falta de mantimentos como alimentos não perecíveis e papel higiênico. Durante o caos, os preparadores mantinham-se calmos. A falta de comida ou de insumo não os afetou, pois eles haviam se preparado anos antes da catástrofe. 

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Alguns dos preppers mais antigos também alegam que esse desespero de tentar armazenar o máximo possível durante uma emergência não categoriza o sobrevivencialismo. Essas pessoas são acumuladores, não preppers

Os preparadores originais começam a armazenar seus kits de sobrevivência gradualmente, quando a compra de um ou mais produtos não afeta o estoque local e não prejudica pessoas mais velhas ou imunocomprometidas.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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